O presidente da
Rússia abordou a questão das armas biológicas encontradas na Ucrânia durante a
operação militar especial
Vladimir Putin (Foto: Sputnik/Aleksey
Nikolskyi/Kremlin via REUTERS)
Sputnik Brasil - Na Ucrânia estavam
sendo criados componentes de armas biológicas sob a direção dos EUA com fins
ofensivos, disse Vladimir Putin, durante a reunião da Organização do Tratado de
Segurança Coletiva (OTSC, na sigla em inglês).
"Agora,
durante a operação especial na Ucrânia, obtivemos provas documentais de que,
perto das nossas fronteiras, basicamente eram criados componentes de armas
biológicas, violando a Convenção sobre as Armas Químicas e Biológicas [BWC, na
sigla em inglês]. Eram desenvolvidos possíveis métodos e mecanismos de
desestabilização da situação epidemiológica no espaço pós-soviético",
afirmou ele na segunda-feira, 16.
O objetivo da iniciativa era coletar materiais biológicos e estudar a dinâmica de disseminação de vírus, apontou ele, lembrando que a Rússia há muito tinha advertido sobre as atividades biológico-militares dos EUA no espaço pós-soviético.
"Como se sabe, na nossa região comum foram criados pelo Pentágono dezenas de laboratórios biológicos e centros especializados, e eles não estão realmente fornecendo ajuda médica à população dos países em que desenvolveram suas atividades. Seu principal objetivo é a coleta de materiais biológicos e o estudo da dinâmica de disseminação de vírus e doenças perigosas para os seus próprios fins", segundo Putin.
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Sobre o anúncio no
domingo, 15, pelos governos da Finlândia e da Suécia de que começariam o
processo de adesão à Otan, o presidente russo negou haver uma ameaça imediata,
mas afirmou que a Rússia responderá.
"[...] A
Rússia, gostaria de informar-lhes, distintos colegas, não tem problemas com
estes Estados e, portanto, neste sentido a expansão através destes países não
cria uma ameaça direta à Rússia, mas a expansão da infraestrutura militar a
esse território certamente causará nossa reação de resposta. E qual ela será,
vamos analisar com base nas ameaças que serão criadas para nós. Basicamente,
está sendo criado um problema do nada, reagiremos a ele de forma
correspondente."
Para Vladimir
Putin, "está sendo criado um problema [...] completamente artificial,
visto que isso está sendo feito para beneficiar os interesses da política
externa dos Estados Unidos. Em geral, a OTAN está sendo usada como um
instrumento da política externa essencialmente de um país, de forma bastante
persistente, hábil e bastante agressiva", o que "exacerba o já
difícil ambiente de segurança internacional".
A Ucrânia também é
o único país em que o neonazismo é incentivado, assinalou Putin, respondendo a
argumentos de que há extremismo em todo o lado.
"Mas em nenhum
lugar são glorificados nazistas a nível estatal, em lugar nenhum, e em nenhum
dos países civilizados os órgãos governamentais incentivam marchas neonazistas
com tochas, com simbolismo neonazista. Isso não acontece em lado nenhum. Infelizmente,
isso acontece na Ucrânia", frisou.
"Infelizmente,
em um país nosso vizinho, na Ucrânia, há muito que se observa um neonazismo
desenfreado, ao qual alguns dos nossos parceiros do chamado Ocidente coletivo
têm fechado os olhos, ou seja, têm incentivado na prática essa atividade. Tudo
isso é acompanhado por um surto sem precedentes de russofobia raivosa nos
chamados países civilizados e politicamente corretos da sociedade
ocidental", lamentou o alto responsável russo.
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