Bernie Sanders (Foto: REUTERS/Caleb Kenna) |
O senador
norte-americano afirmou que os EUA estão condenando uma política externa que
eles mesmo praticam por meio da Doutrina Monroe
Portal Vermelho - O senador norte-americano Bernie Sanders, parlamentar independente do estado de Vermont, advertiu que o mundo poderá enfrentar “a pior guerra europeia em mais de 75 anos”, e conclamou os EUA a “fazerem todo o possível para tentar encontrar uma solução diplomática para o que poderia ser um conflito enormemente destrutivo”.
Sanders não isenta
Putin de responsabilidade pela crise, mas também disse que Moscou tinha
“preocupações legítimas” com a expansão da OTAN para o leste em direção à
Rússia e que a rejeição das preocupações russas por parte dos EUA era
“hipócrita”. Sanders expressou preocupação com “as batidas familiares dos
tambores em Washington” e advertiu contra a “retórica belicosa que se amplifica
antes de cada guerra”.
O senador por Vermont, uma liderança progressista no Capitólio, disse que o reconhecimento das “raízes complexas das tensões” na região é fundamental para promover uma resolução pacífica da crise. “É bom conhecer alguma história… A invasão pela Rússia não é uma resposta; nem a intransigência da OTAN”, disse Sanders. “Também é importante reconhecer que a Finlândia, um dos países mais desenvolvidos e democráticos do mundo, faz fronteira com a Rússia e escolheu não ser membro da OTAN.
“Putin pode ser um
mentiroso e um demagogo, mas é hipócrita para os Estados Unidos insistir que
não aceitamos o princípio de ‘esferas de influência'”, disse Sanders. Ele
apontou a longa tradição da política externa dos EUA ser baseada na
Doutrina Monroe, que diz que os EUA podem essencialmente fazer o que quiserem,
especialmente no continente americano. Sanders observou que ela tem sido usada
para derrubar “pelo menos uma dúzia de governos”.
Ele disse que mesmo
que a Rússia não fosse governada por “um líder autoritário corrupto” como
Putin, o governo russo “ainda teria interesse nas políticas de segurança de
seus vizinhos”. “Alguém realmente acredita que os Estados Unidos não teriam
algo a dizer se, por exemplo, o México fosse formar uma aliança militar com um
adversário norte-americano?” perguntou Sanders.
“Os países deveriam ser livres para fazer suas
próprias escolhas de política externa, mas fazer essas escolhas sabiamente
requer uma séria consideração dos custos e benefícios”, acrescentou Sanders. “O
fato é que os EUA e a Ucrânia entrando em uma relação de segurança mais
profunda provavelmente terá alguns custos muito sérios para ambos os países”.
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