ISTO É - Taísa Szabatura
© Fornecido por IstoÉ O presidente Jair Bolsonaro (E), fala
enquanto o então colega americano, Donald Trump, observa, durante coletiva no
Jardim Rosado da Casa Branca, em Washington, 19 de março de 2019 - AFP/Arquivos
Enquanto as
investigações norte-americanas avançam para descobrir qual foi a participação
de Donald Trump nas alegações de fraude durante as eleições presidenciais, uma
revelação chama a atenção: o ex-presidente estava diretamente envolvido em uma
manobra que envolveria o exército com o objetivo de apreender as máquinas de
votação, retê-las e assim anular os votos ali computados ou simplesmente
suspender o resultado do pleito indefinidamente.
Porém, até seus advogados, incluindo o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, aconselharam Trump a não dar a ordem para as forças armadas concretizarem o ato. As consequências seriam imprevisíveis e o impeachment estava certo. Se Trump desistiu de apreender as máquinas com os resultados eleitorais, Bolsonaro mostra que ainda pensa de forma muito semelhante à do presidente americano.
Enquanto todos os
institutos de pesquisa prevêem a derrota de Bolsonaro em qualquer cenário, a
realidade “à moda norte-americana” se insinua: se perder, Bolsonaro voltará a
falar em golpe, repetirá até a exaustão que faltou o voto impresso, saindo do
cargo pelas portas dos fundos do Palácio do Planalto? Saber que o atual
mandatário terá uma atitude semelhante à de Donald Trump é previsível, mas
resta saber se ele terá apoio de alguém nessa empreitada insana.
Afinal,
antecedentes não faltam. Bolsonaro já afirmou que as eleições na qual se saiu
vencedor em 2018 foram fraudadas e que ele teria vencido no primeiro turno. A
“esquerda marxista”, segundo ele, teria manipulado milhões de votos? A
população, entretanto, não precisa ficar apreensiva. Se o atual mandatário não
conseguir se reeleger, os militares não se envolverão nesse teatro do
ex-capitão. O brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, chefe da Força Aérea
Brasileira, por exemplo, disse em entrevista recentemente que os militares
obedecerão a Lula ou a qualquer outro que venha a ser eleito presidente.
“Prestaremos continência a qualquer comandante Supremo das Forças Armadas”,
disse. O pretenso golpe de república de bananas não vai acontecer. Não
aconteceu com o milionário Trump e não acontecerá com o tresloucado Bolsonaro.
EM TEMPO: Considerando que o mundo dar muitas voltas, é provável que Bozo e Moro serão processados judicialmente pelos crimes cometidos.
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