Reunião aconteceu
em dezembro e não constou da agenda oficial de Jair Bolsonaro; documentário de
Joaquim de Carvalho aponta furos na versão oficial
16 de janeiro de
2022
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(Foto: Reprodução | REUTERS/Ricardo Moraes)
247 – O polêmico caso da "facada de Juiz de Fora", que foi objeto de um documentário de Joaquim de Carvalho que registrou mais de 1,5 milhão de visualizações, em que o jornalista aponta os furos da versão oficial, pode ganhar novos rumos, depois que Jair Bolsonaro promoveu o delegado que havia investigado o caso e fez com que a Polícia Federal apontasse um outro delegado para promover uma nova investigação.
"Insuflado por
aliados que compartilham da conspiração de que há um mandante para o atentado à
faca que sofreu em setembro de 2018, o presidente Jair Bolsonaro reuniu-se com
investigadores no Palácio do Planalto no início de dezembro passado. O objetivo
do encontro, nunca revelado na agenda presidencial, era pedir que policiais
considerassem novas hipóteses de apuração envolvendo o ex-garçom Adélio Bispo,
que esfaqueou Bolsonaro às vésperas do primeiro turno durante uma agenda de
campanha em Juiz de Fora (MG)", informa a jornalista Laryssa Borges,
em reportagem publicada
na revista Veja.
"A Polícia
Federal concluiu que Bispo agiu sozinho, mas o presidente nunca se convenceu do
veredicto e é constantemente estimulado a exigir nova apuração. Por trás dos
pedidos para que o caso volte à tona está a estratégia de bolsonaristas de
vincular o autor da facada a partidos políticos de esquerda e usar uma antiga
filiação de Adélio ao PSOL como suposto elemento de prova de que Bolsonaro
teria sido alvo de uma conspirata de 'comunistas'. Desidratado nas pesquisas de
intenção de votos, com parciais de 23% a 24% a depender do instituto que
realizou o levantamento, o presidente quer usar o episódio da facada no
discurso de campanha e atribuir a esquerdistas posições extremadas, como o
atentado que sofreu", prossegue a jornalista.
"No mundo das
conspirações bolsonaristas, uma das novas 'linhas de investigação' discutidas
na reunião de dezembro foi a hipótese de Adélio Bispo ter utilizado um jatinho
com um prefixo frio para se deslocar até a cidade mineira e desferir o golpe de
faca contra o presidente. Outra conjectura aventada no passado mas agora
revisitada por apoiadores presidenciais é a de que o crime teria tido
participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) – desta vez o braço paraguaio
da facção. O delegado que atuava no caso Adélio, Rodrigo Morais Fernandes, foi
transferido no final do ano passado para um posto em Nova York e substituído
por Martin Bottaro Purper, que já atuou em casos envolvendo o PCC",
escreve ainda a jornalista.
A hipótese
levantada por Jair Bolsonaro foi ridicularizada por Rubens Valente, jornalista
e escritor, e colunista do Uol:
uma das “linhas de investigação" discutidas foi a hipótese de Adélio Bispo ter utilizado um jatinho com um prefixo frio para se deslocar até a cidade mineira” e dar a facada. Ora ora o Adélio é praticamente um James Bond! Mas usou uma faca da cozinha da pensão, não uma pistola.
EM TEMPO: Desta vez está difícil a população acreditar nessa nova versão às vésperas da eleição presidencial. Chora "Bozo "Bolsominios".
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