Folhapress, MÔNICA BERGAMO
sáb., 6 de novembro de 2021
***ARQUIVO***RECIFE,
PE, 17.11.2019 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). (Foto: Leo
Caldas/Folhapess)
A expectativa de lideranças do PT e
do PSB que tentam costurar uma chapa de Luiz Inácio Lula da Silva para
presidente com Geraldo Alckmin de vice é a de que ela tenha reflexo também na
eleição em São Paulo.
Com o tucano, favorito hoje na disputa paulista, fora dela, as chances de vitória seriam maiores para os outros candidatos — justamente Márcio França, do PSB, e Fernando Haddad, do PT. Os dois têm bom diálogo e uma união também das legendas no plano estadual não estaria descartada. Resta saber quem abriria mão de concorrer ao governo. E quem poderia, por exemplo, disputar a vice ou o Senado.
Negociações
A costura delicada entre lideranças do PT e do PSB envolvem nomes de primeiro escalão das duas legendas e já ocorrem há um certo tempo, mas se intensificaram nas últimas semanas. Além dos obstáculos naturais para a junção de dois tradicionais adversários políticos, o tempo corre contra ela — daí a pressa.
Para viabilizar a ideia, algumas dificuldades precisam ser contornadas. Em primeiro lugar, tanto Lula quanto Alckmin ainda precisam ser convencidos plenamente de que a chapa pode funcionar não apenas para ganhar as eleições, mas especialmente para governar. Depois disso, ambos os partidos teriam que chegar a um acordo para que o PT formalizasse uma aliança com o PSB e guardasse a vaga de vice-presidente para a agremiação.
Alckmin então assinaria a ficha de
filiação à legenda socialista e seria lançado candidato.
Os petistas que defendem a
possibilidade afirmam que, apesar das diferenças históricas com os tucanos na
área econômica, Alckmin é o último remanescente do PSDB histórico, de Mário
Covas e de Franco Montoro: apegado a valores democráticos e com olhar generoso
em relação aos problemas sociais do Brasil.
O tempo joga contra já que o PT e o
PSB ainda não se acertaram sobre a vaga de vice.
Além disso, Alckmin já está em conversas avançadas
com outras legendas, como o PSD de Gilberto Kassab, que o convidou para entrar
no partido e ser candidato a governador de São Paulo.
EM TEMPO: Concordando ou não, a realidade é que acordos dessa natureza não são impossíveis, especialmente quando se elege um inimigo comum, no nosso caso o Bozo. Exemplos existem: o mais recente é na Turquia para derrotar o Erdogan.
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