7 de junho de 2021
Privatização da Petrobras Biocombustíveis ameaça empregos em Montes
Claros
Por Leonardo Godim e
Maria Luiza Ferreira
No dia 20 de maio, trabalhadores das usinas de biocombustíveis de Montes Claros (MG) e Candeias (BA) e da administração da PBio paralisaram suas atividades e declararam greve. Com o avanço do processo de privatização, eles reivindicam que todos os concursados sejam transferidos para outras unidades da Petrobrás.
A venda das usinas de
biodiesel, que também inclui a unidade desativada em Quixadá, no Ceará, começou
em julho de 2020 e faz parte de um longo processo de fatiamento e
“desinvestimentos” da estatal. Segundo Alexandre Finamori, coordenador geral do
Sindipetro/MG, uma “grande jogada burocrática-econômica” permitiu que as usinas
fossem à venda. Elas pertenciam à Petrobras e só em 2019 foram transferidas
para um novo CNPJ, que agora está sendo vendido integralmente. Outras
irregularidades também foram constatadas pela Federação Única dos Petroleiros,
que tenta anular a privatização na justiça.
Em entrevista
realizada no dia 31 de maio para O Poder Popular, Alexandre afirmou que “essa
greve por si só já é histórica”. “É a primeira vez que fazemos uma greve e
conseguimos parar a produção das duas usinas de biodiesel da Petrobras. A
adesão é ampla e até os supervisores aderiram”. A reivindicação de que os
trabalhadores sejam transferidos para outras unidades da estatal não deixa de
lado a denúncia da privatização. “Nós discordamos das vendas. Não pode vender,
é ilegal. Agora, se vender, tem que absorver os trabalhadores”, afirmou.
A privatização da
Petrobras Biocombustíveis é mais um episódio do desmembramento da Petrobras e
da sua entrega ao capital estrangeiro. Pioneira nas tecnologias de inovação em
combustíveis renováveis, sua venda é um passo atrás na transição energética do
petróleo para fontes não poluentes.
Em audiência virtual,
no dia 2 de junho, foi aceita a proposta de suspender a greve, com a condição
de que a Petrobras participe das futuras audiências que irão definir o futuro
dos trabalhadores das usinas e da administração da PBio. A negociação foi
mediada pela ministra Delaíde Miranda Arantes, do Tribunal Superior do
Trabalho.
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