Yahoo Notícias - Anita Efraim
qui., 27 de maio de 2021
Dimas Covas depõe à CPI da Covid nesta quinta-feira
(27) (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Governo federal não investiu para
que Instituto Butantan produzisse a CoronaVac
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Valores pagos pelo Ministério da
Saúde são ressarcimento pelas vacinas compradas pelo PNI
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Fiocruz, por outro lado, recebeu
investimento direto
Em depoimento à CPI da Covid no Senado, o diretor do Instituto Butantan, Dimas
Covas, explicou que a instituição não recebeu nenhum tipo de investimento do
governo federal para a CoronaVac. O Butantan solicitou valores, mas o Ministério da
Saúde não disponibilizou o dinheiro.
Os valores recebidos, segundo Dimas Covas, foram apenas de
ressarcimento, após o imunizante começar a ser usado no Plano Nacional de
Imunização.
"Voltando à questão do desenvolvimento da vacina, eu lhe dou dois
paralelos: em 2016 e 2017, o Butantan desenvolveu uma vacina para a dengue. O
Ministério [da Saúde] deu R$ 300 milhões de investimento para desenvolvimento
dessa vacina. Com isso, nós fizemos estudos clínicos e iniciamos a construção
de uma fábrica e hoje está pronta. Investimento direto em desenvolvimento. Para
essa vacina (CoronaVac), não ocorreu nenhum investimento direto", afirmou
Dimas Covas, em resposta ao senador governista Fernando Bezerra (MDB-PE).
Por outro lado, a Fiocruz, que produz a vacina Oxford/AstraZeneca no Brasil,
recebeu investimento direto.
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"Para a Fiocruz, em agosto, foi feito um investimento de 1,9 bilhão
para o desenvolvimento de uma vacina que era da AstraZeneca - mas, foi feito um
investimento na Fiocruz. Foi isso que nós solicitamos, nós solicitamos apoio,
como já havia acontecido anteriormente. Para outras situações, a vacina da
dengue é um exemplo, para outras iniciativas que o Butantan fez teve
financiamento em, sim, investimento", explicou.
Covas afirmou que, no caso da CoronaVac, houve ressarcimento.
"Nessa situação, não houve investimento. Houve ressarcimento do contrato
após o registro e o uso da vacina, então, isso é muito diferente do que vinha
até então", disse.
Dimas Covas esclareceu que a questão da CoronaVac nunca foi a verba para
produção, mas a falta de um comprador. O único parceiro do Instituto Butantan,
segundo Covas, é o Ministério da Saúde. Sem o interesse da pasta, não haveria
para quem vencer as vacinas.
Sobre a CPI da Covid no Senado
O que deve ser investigado pela
CPI
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Ações de enfrentamento à
Pandemia, incluindo vacinas e outras medidas como a distribuição de meios para
proteção individual, estratégia de comunicação oficial e o aplicativo TrateCOV;
·
Assistência farmacêutica, com a
produção e distribuição de medicamentos sem comprovação
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Estruturas de combate à crise;
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Colapso no sistema de saúde no
Amazonas;
·
Ações de prevenção e atenção da
saúde indígena;
·
Emprego de recursos federais, que
inclui critérios de repasses de recursos federais para estados e municípios,
mas também ações econômicas como auxílio emergencial.
Quem é o relator da CPI, Renan
Calheiros
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai apurar eventuais
omissões do governo federal no combate à pandemia terá como relator o senador Renan Calheiros (MDB-AL). O colegiado será
presidido por Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente será o senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP).
Crítico ao governo Jair Bolsonaro, Renan Calheiros será responsável por
dar o rumo aos trabalhos e produzir o texto final, que pode ser encaminhado ao
Ministério Público e a outros órgãos de controle.
É um dos nomes mais antigos no Senado brasileiro. Ele está há 26 anos na
Casa e tem mandato até janeiro de 2027. Foi três vezes presidente do Senado,
além de ministro da Justiça no governo FHC. É pai do governador de Alagoas,
Renan Filho (MDB).
Crítico ao governo de Jair Bolsonaro, nesta semana, Renan Calheiros
defendeu que o MDB apoie o ex-presidente Lula na eleição presidencial de 2022.
Como vai funcionar a CPI no
Senado
O que diz a Constituição?
A Constituição estabelece que são necessários três requisitos para que
uma CPI possa funcionar: assinaturas de apoio de um terço dos parlamentares da
Casa legislativa (no caso do Senado são necessários 27 apoios); um fato
determinado a ser investigado; e um tempo limitado de funcionamento.
Quanto tempo pode durar uma CPI?
Depende do prazo que o autor do requerimento estipular. No caso da CPI
da Covid, o prazo inicial é de 90 dias, conforme requerimento do senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de 15 de janeiro.
Quais os poderes de uma CPI?
Poderes de investigação próprios dos juízes, além de outros previstos
nos regimentos das respectivas Casas. No Senado, os membros da CPI podem
realizar diligências, convocar ministros de Estado, tomar o depoimento de
qualquer autoridade, inquirir testemunhas, sob compromisso, ouvir indiciados,
requisitar de órgão público informações ou documentos de qualquer natureza e
ainda requerer ao Tribunal de Contas da União a realização de inspeções.
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