Yahoo, Redação Notícias
sex., 19 de março de 2021
Bolsonaro e Mourão
durante cerimônia em 28 de agosto de 2020 (Andressa Anholete/Getty Images)
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Procurador alega
que cofres públicos sofrerão com prejuízos
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Indicação é que
vice-presidente Mourão assuma o controle de combate à pandemia
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Bolsonaro e Mourão
ainda não falaram
O sub-procurador do Ministério
Público, Lucas Furtado, pediu nesta sexta (19) que o Tribunal de Contas da
União (TCU) afaste o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) das funções
administrativas e hierárquicas sobre os ministérios da Saúde, da Economia e da
Casa Civil.
Além de pedir o afastamento de
Bolsonaro, Furtado pede que o vice-presidente Hamilton Mourão seja o
responsável por nomear os comandantes das três pastas citadas
"Determinar cautelarmente o
afastamento do presidente da República das funções e competências administrativas
e hierárquicas relacionadas ao comando dos Ministérios da Saúde, da Fazenda, da
Casa Civil e de outros eventualmente identificados como responsáveis pela
inércia e omissão na execução das políticas públicas de saúde no combate à
pandemia da Covid-19", diz o pedido de Furtado ao TCU.
De acordo com o procurador, os cofres
públicos sofrerão com prejuízos se a população não for atendida durante a
pandemia. "É inaceitável que toda essa estrutura se mantenha, em razão de
disputas e caprichos políticos, inerte diante do padecimento da população em
consequência de fatores previsíveis e evitáveis", afirma.
Pasta da Saúde vira
"panela de pressão" na gestão Bolsonaro
Depois de um processo de fritura, com
troca de alfinetadas públicas, Luiz Henrique Mandetta foi demitido em abril de 2019, no
início da crise causada pela pandemia da covid-19.
O então ministro da Saúde não aceitou
recomendar hidroxicloroquina no tratamento da doença e destacava a não
comprovação da eficácia do medicamento, além de defender medidas de isolamento
social.
Escolhido como substituto, Nelson Teich também se recusou a indicar a cloroquina.
Assim como Mandetta, Teich é médico e declarava que o medicamento tem efeitos
colaterais e deve ser usado com cuidados.
O ex-ministro ainda tentou adotar em
sua gestão medidas de combate ao coronavírus, como diretrizes para restrições
de circulação de pessoas.
Isolado no governo, ele pediu
exoneração com menos de um mês no cargo e foi substituído pelo seu
secretário-executivo, general Eduardo Pazuello.
Sob o lema de que “um manda, o outro
obedece”, em relação a Bolsonaro, o militar acatou as ordens do Planalto e
recomendou “tratamento precoce” sem comprovação científica, não apoiou medidas
de distanciamento social, atrasou a vacinação no país e foi omisso no colapso
do sistema de saúde, principalmente em Manaus, onde pacientes morreram
asfixiados pela falta de oxigênio medicinal.
A Procuradoria-Geral da República
abriu uma investigação para apurar a negligência do Ministério da Saúde sob o
comando de Pazuello. No Congresso, senadores pressionam para a abertura de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Diante desse cenário, a permanência
do general à frente da pasta se tornou insustentável. Agora com a adoção de um
discurso pró-vacina, o Palácio do Planalto também avalia que a demissão de
Pazuello pode estancar a perda de popularidade de Bolsonaro.
Novo ministro,
Marcelo Queiroga, foi escolhido nesta semana por Bolsonaro
presidente Jair Bolsonaro escolheu
nesta semana o médico Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, para substituir Eduardo Pazuello como ministro da Saúde.
A confirmação de Queiroga para ocupar
o cargo veio do próprio presidente em papo rápido com apoiadores na saída do
Palácio do Planalto. A decisão foi publicada na terça-feira (16) no Diário
Oficial da União.
"Foi decidido agora à tarde [na
segunda-feira] a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o
Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A
conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que
tomei conhecimento há poucos dias. Tem tudo no meu entender para fazer um bom
trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje",
afirmou Bolsonaro.
Quarto ministro em
meio à pandemia
Chama a atenção na troca na qual
Queiroga entrará no lugar do atual ministro, Eduardo Pazuello, que este será o
quarto ministro da saúde no governo Bolsonaro, tendo todas as trocas acontecido
em meio à pandemia.
Já foram ministros da Saúde no
governo Bolsonaro:
·
Ex-deputado Luiz
Henrique Mandetta (DEM-MS)
·
Médico Nelson Teich
·
General do Exército
Eduardo Pazuello
A escolha por Queiroga foi feita na
tarde desta segunda-feira (15) após reunião entre o futuro ministro e Bolsonaro
no Palácio do Planalto.
A troca na pasta acontece no momento
em que Bolsonaro é pressionado por conta da má gestão durante a crise do
coronavírus. Mais cedo, o atual ministro, general Eduardo Pazuello, admitiu a
saída do cargo.
Queiroga foi
segunda opção de Bolsonaro
A médica Ludhmila Hajjar foi a primeira opção para assumir o Ministério da Saúde e
recusou a oferta do presidente. Ela avaliou nesta segunda que o cenário do
Brasil durante a pandemia de coronavírus é "bastante sombrio".
"Cenário no Brasil é bastante
sombrio", disse ela em entrevista à GloboNews. Durante a entrevista,
Ludhmila ainda projetou que o número de mortes pela Covid-19 no Brasil vai
chegar em 500 mil. Hoje, o país registra 278.229
óbitos e mais de 10 milhões de infectados pelo vírus.
Ela era o nome preferido do presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL). No entanto, a médica não aceitou substituir Pazuello.
Ludhmilla é a favor do isolamento e da imunização em massa e contra o chamado
tratamento precoce, apoiado por Bolsonaro.A rejeição de Hajjar se deu, segundo
ela, por divergências com o presidente e ameaças que ela sofreu por ameaças de
seguidores de Bolsonaro.
EM TEMPO: É claro que essa solicitação não tem condições legais de ir adiante. Mas, demonstra que falta o Congresso agilizar o impedimento do presidente Bolsonaro. Mas, infelizmente à Direita, através do Centrão, está tomando conta do Congresso. Daí a necessidade imperiosa de melhorarmos a qualidade do voto. Vote sempre no melhor. Comece por sua cidade.
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