Por: Marcelo Bamonte, membro da Comissão de Comunicação e Jornalismo do PCB
A tarefa de um
comunista é infindável. Não se nasce comunista, torna-se. E é um
desenvolvimento que lhe acompanha pela vida. Portanto, tendo a compreensão de
que seu pleno desenvolvimento é, também, o desenvolvimento de uma base em si, o
comunista compreende que suas ações, visando a constante elaboração da
estratégia revolucionária e seu fortalecimento, vão além de sua vida. É
necessário plantar a raiz que gere os frutos. Ser comunista é plantar, todo
dia, uma nova raiz.
Como compreendido no
processo dialético, a teoria sem a prática de nada vale, e a prática, sem a
teoria, é cega. Dentro deste cenário, surge o Partido Comunista do Brasil
(PCB), em 25 de março de 1922. Em meio ao turbilhão operário que engolfava a
Rússia Soviética, recém vitoriosa após uma brutal guerra civil, com duração de
três anos, a história se faria em Niterói, então capital do Estado do Rio de
Janeiro, onde foi realizado o congresso fundador do Partido, com a participação
de 73 militantes. O objetivo era claro: expandir o ideal da revolução socialista
dentro do país, trazendo a classe trabalhadora como enfoque do processo
político, introduzindo ações sistemáticas de agitação e propaganda, infiltração
no movimento sindical e resistindo contra qualquer tipo de opressão, seja
policial, seja no cenário da política institucional.
Completando 99 anos,
a história do Partido, preenchida por nomes históricos, segue sendo um marco da
resistência contra o liquidacionismo oportunista, contra as tentativas de sua
destruição, e principalmente continua preenchendo e ocupando o seu papel como
um dos importantes pilares da luta pela emancipação da classe trabalhadora
brasileira. Da insurreição de 1935 à resistência urbana, de Trombas e Formoso
ao exílio, das manifestações artísticas ao combate à ditadura, de Saldanha no
Paraná a Marighella, da defesa do marxismo-leninismo e sua manutenção como
estruturação interna possível para a revolução, não há um único momento
decisivo do contexto político proletário em que o PCB não esteja presente,
direta ou indiretamente.
O compromisso do
Partido é intrinsecamente ligado à sobrevivência da população e ao futuro da
humanidade. O capitalismo, sistemático na distribuição da barbárie, engloba
contradições que não consegue – e não conseguirá – resolver. Pelo contrário, se
retroalimenta do esmagamento do povo, trazendo em seu cerne fundante a atuação
genocida, destrutiva, saqueadora e imperialista. Se já figura uma função brutal
nos centros de desenvolvimento do capital, encontra sua forma ainda mais
acentuada na periferia do sistema, implementando seu controle através da força
e da subjugação das nações que buscam sua emancipação. Alimentando o racismo,
colonialismo, genocídio de classe e tendo como seu braço direito o fascismo, as
elites e a burguesia tomam o povo como inimigo e não poupam esforços em
destruí-lo, não enxergando que partem, de forma simultânea, para sua própria
destruição iminente, degradando recursos naturais e inviabilizando a vida na
Terra. A ganância dos que detêm o poder é tanta que, para eles, é preferível a
destruição do todo a perder seus próprios privilégios.
O Partido Comunista
Brasileiro, fincado no cerne nacional de seu povo, protagonizou o maior papel
de reunião das massas nas décadas de 1940 e 1960. Passado distante, mas que
legou lições, as quais, através da autocrítica constante, os quadros do Partido
buscam analisar e, realizando a síntese de tais processos, direciona seus
esforços para se reconstituir como vanguarda da revolução socialista
brasileira, seu objetivo e passo necessário para o comunismo.
Guiado pelos
ensinamentos de Marx, Engels e Lênin, o PCB segue e seguirá na luta para a
melhor compreensão da correlação de forças e elaboração de táticas e
estratégias rumo à emancipação de nossa classe, estando ao lado do povo em suas
lutas pontuais, diversas e urgentes. Sem abrir mão de seus princípios, não
fazendo concessões teóricas, o único Partido que honra a foice e martelo em sua
bandeira não deixará de tremular suas cores ao lado de nossa bandeira verde e
amarela, que pertence ao popular, ao povo, a nós.
Nestes 99 anos de
existência do Partido, é uma honra para seus integrantes poder ostentar o
título de membros do Partido Comunista Brasileiro. Suas raízes, fincadas na
luta, se estendem a todos os momentos de camaradagem entre os lutadores do
movimento revolucionário, que constituem a frente no combate político,
econômico e teórico por uma nova sociedade, mais humana, mais igualitária,
somente possível sob a bandeira do comunismo. O proletariado tem como única
arma, na sua luta pelo poder, a organização, e não temos tempo para termos
medo.
Que não deixemos as
ilusões pautadas no espontaneísmo guiar nossas ações, ocultando o caráter
necessário de organização para o combate efetivo de nossa classe. O ponto mais
alto da auto-organização dos trabalhadores é o partido revolucionário, que deve
reunir, em suas fileiras, a vanguarda da classe, sempre guiados, de maneira
dialética, pelos interesses das próprias massas trabalhadoras.
Que por todo Brasil
ecoe o nosso brado, presente nos momentos de luta e, principalmente, nos
momentos mais taciturnos de nossa história. Que o grito volte a preencher o
tímpano dos inimigos do povo com medo, aterrorizando aqueles que se empenham em
frear a tarefa das massas e da classe trabalhadora, a luta inevitável por sua
libertação. Que nossas correntes, forjadas no sangue e suor dos militantes e
das militantes, permaneçam fortes, mirando o poder popular.
Que se espalhe e não
se deixe esquecer: enquanto houver a classe trabalhadora, haverá o comunismo.
Enquanto houver comunismo, haverá o nosso Partido.
Viva o Partido
Comunista Brasileiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário