domingo, 28 de março de 2021

PCB: 99 anos de luta e história

Por: Marcelo Bamonte, membro da Comissão de Comunicação e Jornalismo do PCB

A tarefa de um comunista é infindável. Não se nasce comunista, torna-se. E é um desenvolvimento que lhe acompanha pela vida. Portanto, tendo a compreensão de que seu pleno desenvolvimento é, também, o desenvolvimento de uma base em si, o comunista compreende que suas ações, visando a constante elaboração da estratégia revolucionária e seu fortalecimento, vão além de sua vida. É necessário plantar a raiz que gere os frutos. Ser comunista é plantar, todo dia, uma nova raiz.

Como compreendido no processo dialético, a teoria sem a prática de nada vale, e a prática, sem a teoria, é cega. Dentro deste cenário, surge o Partido Comunista do Brasil (PCB), em 25 de março de 1922. Em meio ao turbilhão operário que engolfava a Rússia Soviética, recém vitoriosa após uma brutal guerra civil, com duração de três anos, a história se faria em Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro, onde foi realizado o congresso fundador do Partido, com a participação de 73 militantes. O objetivo era claro: expandir o ideal da revolução socialista dentro do país, trazendo a classe trabalhadora como enfoque do processo político, introduzindo ações sistemáticas de agitação e propaganda, infiltração no movimento sindical e resistindo contra qualquer tipo de opressão, seja policial, seja no cenário da política institucional.

Completando 99 anos, a história do Partido, preenchida por nomes históricos, segue sendo um marco da resistência contra o liquidacionismo oportunista, contra as tentativas de sua destruição, e principalmente continua preenchendo e ocupando o seu papel como um dos importantes pilares da luta pela emancipação da classe trabalhadora brasileira. Da insurreição de 1935 à resistência urbana, de Trombas e Formoso ao exílio, das manifestações artísticas ao combate à ditadura, de Saldanha no Paraná a Marighella, da defesa do marxismo-leninismo e sua manutenção como estruturação interna possível para a revolução, não há um único momento decisivo do contexto político proletário em que o PCB não esteja presente, direta ou indiretamente.

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O compromisso do Partido é intrinsecamente ligado à sobrevivência da população e ao futuro da humanidade. O capitalismo, sistemático na distribuição da barbárie, engloba contradições que não consegue – e não conseguirá – resolver. Pelo contrário, se retroalimenta do esmagamento do povo, trazendo em seu cerne fundante a atuação genocida, destrutiva, saqueadora e imperialista. Se já figura uma função brutal nos centros de desenvolvimento do capital, encontra sua forma ainda mais acentuada na periferia do sistema, implementando seu controle através da força e da subjugação das nações que buscam sua emancipação. Alimentando o racismo, colonialismo, genocídio de classe e tendo como seu braço direito o fascismo, as elites e a burguesia tomam o povo como inimigo e não poupam esforços em destruí-lo, não enxergando que partem, de forma simultânea, para sua própria destruição iminente, degradando recursos naturais e inviabilizando a vida na Terra. A ganância dos que detêm o poder é tanta que, para eles, é preferível a destruição do todo a perder seus próprios privilégios.

O Partido Comunista Brasileiro, fincado no cerne nacional de seu povo, protagonizou o maior papel de reunião das massas nas décadas de 1940 e 1960. Passado distante, mas que legou lições, as quais, através da autocrítica constante, os quadros do Partido buscam analisar e, realizando a síntese de tais processos, direciona seus esforços para se reconstituir como vanguarda da revolução socialista brasileira, seu objetivo e passo necessário para o comunismo.

Guiado pelos ensinamentos de Marx, Engels e Lênin, o PCB segue e seguirá na luta para a melhor compreensão da correlação de forças e elaboração de táticas e estratégias rumo à emancipação de nossa classe, estando ao lado do povo em suas lutas pontuais, diversas e urgentes. Sem abrir mão de seus princípios, não fazendo concessões teóricas, o único Partido que honra a foice e martelo em sua bandeira não deixará de tremular suas cores ao lado de nossa bandeira verde e amarela, que pertence ao popular, ao povo, a nós.

Nestes 99 anos de existência do Partido, é uma honra para seus integrantes poder ostentar o título de membros do Partido Comunista Brasileiro. Suas raízes, fincadas na luta, se estendem a todos os momentos de camaradagem entre os lutadores do movimento revolucionário, que constituem a frente no combate político, econômico e teórico por uma nova sociedade, mais humana, mais igualitária, somente possível sob a bandeira do comunismo. O proletariado tem como única arma, na sua luta pelo poder, a organização, e não temos tempo para termos medo.

Que não deixemos as ilusões pautadas no espontaneísmo guiar nossas ações, ocultando o caráter necessário de organização para o combate efetivo de nossa classe. O ponto mais alto da auto-organização dos trabalhadores é o partido revolucionário, que deve reunir, em suas fileiras, a vanguarda da classe, sempre guiados, de maneira dialética, pelos interesses das próprias massas trabalhadoras.

Que por todo Brasil ecoe o nosso brado, presente nos momentos de luta e, principalmente, nos momentos mais taciturnos de nossa história. Que o grito volte a preencher o tímpano dos inimigos do povo com medo, aterrorizando aqueles que se empenham em frear a tarefa das massas e da classe trabalhadora, a luta inevitável por sua libertação. Que nossas correntes, forjadas no sangue e suor dos militantes e das militantes, permaneçam fortes, mirando o poder popular.

Que se espalhe e não se deixe esquecer: enquanto houver a classe trabalhadora, haverá o comunismo. Enquanto houver comunismo, haverá o nosso Partido.

Viva o Partido Comunista Brasileiro!


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