Ações para derrotar os governos BolsoDoria
Nota Política do PCB
– SP
2021 mal começou e a situação da classe trabalhadora brasileira é catastrófica. Enfrentamos um governo federal genocida, que segue com sua pauta ultraliberal, buscando desviar a atenção das contradições provocadas por uma economia estagnada e com altos índices de desemprego, ao mesmo tempo em que visa fortalecer o campo bolsonarista para as eleições de 2022, com um projeto ainda mais reacionário, antipopular e antidemocrático.
Não à toa o Palácio do Planalto segue tentando
intimidar os movimentos de oposição que se articulam em torno do impeachment.
Seguimos num contexto
em que a crise sistêmica do capitalismo, que é inflamada pela pandemia da
Covid-19, aprofunda as desigualdades sociais, a miséria e a violência contra os
trabalhadores, ampliando brutalmente a concentração da riqueza e os lucros dos
monopólios privados, de banqueiros e megaempresários. Não à toa que durante a
pandemia os bilionários brasileiros ficaram ainda mais ricos [1],
principalmente aqueles que são da área da saúde [2].
No âmbito estadual os
números não são melhores. É visível a piora nas condições de vida e trabalho da
grande maioria da população em todos os âmbitos. Na capital paulista encontra-se
a cesta básica mais cara entre as capitais [3], com assustadores R$ 654,15
(mais da metade do valor do salário mínimo), com alta de 3,59% em comparação
com dezembro de 2020 e nos últimos 12 meses acumulando um aumento de 26,40%! O
detalhe é que o salário mínimo necessário (seguindo os requisitos
constitucionais),com base na cesta básica, deveria ser o equivalente a R$
5.495,52, ou seja, 5 vezes o mínimo de R$ 1100,00.
O governo Dória toma parte no genocídio, e o incentiva em vários aspectos, como nos casos de letalidade policial em que o patamar de mortes se mantém altíssimo [4] (a PM mata em média 2 pessoas por dia, num total de 780 pessoas no Estado, no ano de 2020), despejando várias famílias em plena pandemia [5], cortando R$ 600 milhões da saúde (EM PLENA PANDEMIA!) e aumentando a parte da verba para comunicação institucional em 70% [6].
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O governo estadual
praticamente abandonou todos os pequenos e médios comerciantes à própria sorte,
determinando o fechamento dos estabelecimentos sem qualquer contrapartida
financeira ou facilitação de crédito. Praticamente não existiu isolamento
social no Estado, com os transportes públicos cheios e os trabalhadores da
saúde sendo superexplorados e tendo seus direitos trabalhistas surrupiados. As
filas de famílias em busca por comida é cada vez maior.
Voltando para a
situação da saúde, o momento é extremamente dramático. Dia 28/02 o Brasil
atingiu a maior média móvel semanal de mortes em toda pandemia, com 1205 mortes
por dia. A semana entre 21 e 27 de fevereiro foi a que mais registrou mortes
por conta da Covid-19, com 8244 mortes [8]. O governo genocida de Bolsonaro
bateu mais um recorde: segundo a Fiocruz chegamos ao pior nível da pandemia,
com 12 estados possuindo mais de 80% dos leitos ocupados devido ao coronavírus
[9].
Ainda sobre a
pandemia, a situação paulista segue piorando, com uma taxa de ocupação de 74,3%
dos leitos de UTI no estado. Em números absolutos, o número de internados em
leitos de UTI é de 7.276 pessoas. Internados em enfermaria por conta da
Covid-19 somam 8.701. Atualmente, o estado de São Paulo soma 2.044.699 casos de
Covid-19, com 59.546 mortes causadas pela doença. E nada do governador João
Dória decretar um lockdown, servindo aos desmandos do alto empresariado e da
grande mídia paulista [10].
Mas é importante que fique claro, o lockdown que entendemos como necessário deve garantir o abastecimento da população, congelamento dos preços da cesta básica, congelamento dos aluguéis e dos despejos no mínimo durante o ano de 2021, facilitação do crédito das pequenas e médias empresas para garantia dos empregos, suspensão das demissões, auxílio emergencial estadual e nacional até o fim da pandemia, organização e controle de todos os leitos (públicos e privados) pelo SUS, entre várias outras medidas contidas em nossas notas políticas [11]. O lockdown que os comunistas defendem e que exigiremos de Bolsonaro e Dória é com responsabilidade, garantia dos itens básicos, do trabalho e da moradia, e não uma quarentena ou isolamento que deixam os trabalhadores a Deus dará (como os governadores e prefeitos liberais e protofascistas tem feito ou proposto).
Precisamos tomar
fôlego para organizar a luta popular contra os ataques dos Governos e dos
capitalistas, para criarmos condições de sair da defensiva e avançar rumo às
vitórias para o nosso povo. É nossa tarefa organizar e construir uma vigorosa
greve geral que seja capaz de resistir aos ataques de BolsoDória, Mourão e seus
aliados, assim como devemos encaminhar ações contra a Reforma Administrativa,
formando comitês regionais de mobilização e diálogo com a população sobre o que
representam as privatizações e os ataques aos trabalhadores, resultantes das
políticas neoliberais.
Diante desse quadro
de austericídio, resultado de uma tempestade neoliberal coberta de raios
protofascistas, somente um amplo movimento de massas poderá derrotar os
governos BolsoDoria e suas políticas genocidas. Rejeitamos tanto o genocídio de
Bolsonaro quanto o populismo de Dória!
Comissão Política
Regional – PCB – SP
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