MULHERES NA LUTA PELA VIDA!
FORA BOLSONARO, VACINA PARA TODA POPULAÇÃO E AUXÍLIO EMERGENCIAL JÁ!
Neste 8 de março de 2021, nós, mulheres de todo o Brasil, de todas as raças, etnias, idades, identidades, orientações sexuais, territórios, de tantas nacionalidades que aqui vivemos, quilombolas, indígenas, no campo, nas águas, florestas e cidades, nos mobilizamos no Dia Internacional de Luta das Mulheres para gritar com indignação e fúria feminista:
FORA BOLSONARO! VACINA PARA TODA A POPULAÇÃO!
AUXÍLIO EMERGENCIAL JÁ! PELO FIM DAS VIOLÊNCIAS CONTRA AS MULHERES!
Nossas vidas estão ameaçadas por um projeto de morte, comandado por Bolsonaro e que conta com a cumplicidade e apoio de fundamentalistas e setores conservadores dos poderes jurídico, parlamentar e da grande mídia à serviço do capital nacional e internacional.
Na pandemia as desigualdades de classe, raça e de gênero se aprofundaram ainda mais. A tragédia humanitária foi muito além do vírus e das mortes: com o aumento da pobreza e o crescimento da população em situação de rua. Também sentimos na pele o aumento das jornadas de trabalho e da dependência econômica das mulheres.
A violência
doméstica, política, institucional e obstétrica seguem nos matando. Assistimos
diariamente a morte de mulheres, dentro de suas casas e carregamos o vergonhoso
lugar de 5º país no mundo em feminicídio, mas a Lei Maria da Penha vem sendo
anulada, por exemplo, por acusações de Alienação Parental contra as vítimas de
violência doméstica.
Somos o primeiro no
mundo em assassinatos de mulheres trans e travestis, com aumento dos crimes de
ódios contra a população LGBTQIA+, assim como o aumento da violência policial e
encarceramento da população negra. Na política genocida desse governo, os povos
indígenas e quilombolas seguem sofrendo extermínio, com a expulsão de seus
territórios, o homicídio de suas lideranças e o aumento da fome e da miséria.
A crise da saúde
colocou no centro do debate a importância da ação do Estado e dos serviços
públicos, que foram precarizados pela Emenda Constitucional (EC) 95 ao congelar
por 20 anos o investimento em políticas sociais, de saúde e educação. O
desmonte da saúde é parte da ofensiva ultraneoliberal do governo Bolsonaro que
tem como objetivo a privatização e a venda das empresas públicas em nome do
capital financeiro internacional. A reforma administrativa é parte dessa
estratégia.
Durante a pandemia,
ficou ainda mais explícita a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para a
garantia da vida do povo brasileiro. Somos nós, mulheres, que estamos na linha
de frente do combate à Covid. Ao mesmo tempo, seguimos carregando nas costas a
responsabilidade pelo trabalho de cuidados e pela saúde de todas as pessoas,
também dentro de casa.
Exigimos a vacina
urgente e imediata para toda a população de forma gratuita e universal, com a
quebra das patentes e a garantia dos investimentos no SUS e na política de
ciência, pesquisa e tecnologia. Não aceitamos que a vacina seja usada para fins
eleitoreiros nem sirva para beneficiar as indústrias farmacêuticas.
A política econômica
ultra neoliberal de Bolsonaro e Paulo Guedes, coloca o lucro acima da vida:
bancos e empresários lucram enquanto as mulheres, o povo pobre, negro e
periférico são quem mais morre! As ações do governo contribuíram para a
disseminação do vírus, ao não priorizar recursos ao enfrentamento à Covid,
desconsiderar a importância e a necessidade urgente da vacina.
O auxílio emergencial
foi uma conquista, resultado de muita pressão popular, porém deixou de fora
trabalhadoras da agricultura familiar e camponesa, pescadoras, artistas, entre
outras. Ainda assim, o auxílio foi fundamental para a sobrevivência de cerca de
55 milhões de pessoas no país. Em um país de 14 milhões de desempregadas e
desempregados, sendo 65% mulheres, com a inflação dos alimentos e frente ao
aprofundamento da miséria com o Brasil de volta ao Mapa da Fome (ONU), exigimos
a manutenção do valor de R$600,00 e ampliação da cobertura do auxílio
emergencial até o final da pandemia.
Assim como seus
aliados da extrema direita internacional e de organizações fundamentalistas
religiosas, Bolsonaro aproveitou a pandemia para desmontar políticas públicas
para as mulheres, impondo uma visão reacionária e conservadora de família e
atacando os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres ao editar uma portaria
que dificulta o acesso ao abortamento mesmo nos casos já garantidos por lei.
Repudiamos a ação da Ministra Damares ao tentar impedir de forma criminosa o
direito ao abortamento legal, mesmo em situação de violência sexual contra
crianças e adolescentes. A maternidade deve ser uma decisão ou não será!
Educação sexual para prevenir, anticoncepcionais para não engravidar e aborto
legal para não morrer! Legalização já!
O grito de milhões de
mulheres em todo o Brasil segue com força: precisamos tirar Bolsonaro e seu
governo genocida do poder, para construir alternativas de vida, recuperar a
democracia, colocar o cuidado e a vida digna no centro da política! Não existe
democracia com racismo, e a democracia não é real para todas enquanto não
pudermos decidir com autonomia sobre nossos corpos, territórios e vidas!
Basta de machismo,
racismo, LGBTfobia e todas as formas de violência!
Justiça à Marielle!
Pela derrubada dos
vetos ao PL 735 – Por apoio à produção de alimentos saudáveis, fomento e
crédito emergencial para a Agricultura Familiar
Em defesa do SUS!
Pela quebra imediata da patente! Vacinação para toda a população pelo SUS!
Pela legalização do
aborto!
Pela revogação da Lei
da Alienação Parental já!
Pela revogação da EC
95!
Auxílio emergencial
até o fim da pandemia!
Fora Bolsonaro e todo
o seu governo! Impeachment JÁ!
Assine junto com
essas organizações/entidades o Manifesto
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