1 de janeiro de 2021
Fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 25 de março de
1922. De pé, da esquerda para a direita: Manuel Cendon, Joaquim Barbosa,
Astrojildo Pereira, João da Costa Pimenta, Luís Peres e José Elias da Silva.
Sentados, da esquerda para a direita: Hermogênio Silva, Abílio de Nequete e
Cristiano Cordeiro.
Milton Pinheiro –
membro do Comitê Central do PCB
O PCB, longevo
operador político da classe trabalhadora brasileira, em breve, em 2022, fará
100 anos. O Comitê Central está abrindo o processo de efeméride para que
possamos tornar pública uma história de lutas em defesa da nossa classe.
Estamos a pouco mais de um ano do evento e pretendemos apresentar a história do
nosso Partido nas páginas do Jornal O Poder Popular e em nosso portal, além de
cursos e seminários, para que os/as trabalhadores/as e a população pobre e
oprimida tenham direito de conhecer essa gigante história brasileira. Com essa
finalidade o Comitê Central criou uma “Comissão Nacional dos Cem Anos” composta
pelos camaradas Milton Pinheiro (Coordenador), Ricardo Costa, Ivan Pinheiro,
Muniz Ferreira, Heitor Ribeiro e Antonio Carlos Mazzeo.
Partimos da nossa
fundação, inspirada na Revolução de Outubro e na necessidade de os
trabalhadores do campo e da cidade terem um instrumento de ação, bem como um
programa para operar a Revolução Brasileira. Era então criado um Partido para
agir na luta de classes e que iria marcar indelevelmente a história política de
nosso país. Os comunistas lutamos contra as opressões da sociabilidade
capitalista, pensamos o Brasil e operamos nas ruas, no campo e nas fábricas na
perspectiva da revolução socialista. É uma história que se confunde com a
resistência da nossa classe durante todo o século XX e começo do século XXI.
Florescemos nas lutas
operárias e populares mais importantes do século XX, lutamos e formulamos a
tática e a estratégia da transformação social e humana. Por isso estivemos nos
combates da década de 1920, na luta contra o Estado Novo, na redemocratização
do Brasil, sempre ao lado dos trabalhadores do campo e da cidade em seus
momentos de combate aberto, seja nas revoltas camponesas de Porecatu, Trombas e
Formoso, na greve dos 300 mil em São Paulo, em 1953, ou nas campanhas em defesa
do Brasil: a campanha O Petróleo é Nosso, a campanha contra a guerra da Coréia
e tantas outras.
Quando as trevas
cobriram o Brasil, com o golpe de 1964, articulado pela burguesia interna e
operado pelos militares entreguistas, nós agimos nas trincheiras da resistência
democrática e das ações de massas. Fomos presos, torturados, exilados e
assassinados, mas, a nossa jornada foi vitoriosa porque derrotamos e derrubamos
a ditadura.
Para além das nossas
batalhas na guerra de classes, o que havia de mais importante no mundo
intelectual brasileiro passou pelo nosso Partido, seja na literatura, nas artes
plásticas, na arquitetura, na física, na medicina, nas artes cênicas, no
cinema, na historiografia, no esporte, na interpretação da formação social
brasileira e na teledramaturgia. A nossa presença intelectual e política deixou
profundas marcas na história do nosso país.
A energia e a
perseverança das lutas sociais, bem como a convicção revolucionária foram
aspectos norteadores da batalha que enfrentamos contra os liquidacionistas
internos que queriam, a serviço da burguesia, acabar com o PCB. Lutamos e
vencemos, nosso partido cresce a partir da reconstrução revolucionária e se
apresenta com suas frentes de massas (UJC e UC) e Coletivos (CNMO, CFCAM e
LGBTComunista) no combate da luta de classes, com força e determinação para
enfrentar a barbárie e lutar em defesa de um projeto de emancipação para a
humanidade.
Estivemos nas lutas
internacionalistas, apoiamos as revoluções socialistas, fizemos a defesa dessas
conquistas e continuamos nos batendo pela revolução proletária mundial. Nossa
tradição revolucionária não joga na lata de lixo da história as experiências
socialistas, todavia, nosso exame crítico desses processos tem como
centralidade agir sobre o presente e projetar novas perspectivas para o futuro.
Vivemos numa
conjuntura de grave condensação da crise capitalista no Brasil e no mundo.
Hoje, mais do que nunca, a luta pela revolução socialista é o tema central na
luta de classes. A sobrevivência da classe trabalhadora está ameaçada, o
neofascismo avança com suas hordas pelo mundo capitalista, precisamos
compreender o processo social em curso, contudo, o que nos guia é a firme
convicção de que é possível lutar e que é possível vencer.
Na quadra histórica
atual, reafirmamos nosso compromisso de luta pela revolução brasileira. Nos
batendo contra a ordem capitalista e a hegemonia burguesa, denunciando o
imperialismo e apresentando as saídas que passam pelo Poder Popular. As
perspectivas da revolução e o amplo complexo da teoria marxista-leninista estarão
sempre presentes para nos direcionar em nossas lutas anticapitalistas e na
defesa do socialismo.
Essa história, esses
combates, nossos mártires e heróis serão apresentados, mais uma vez, nesse
processo de efeméride dos cem anos do PCB.
Vida longa ao Partido
Comunista Brasileiro!
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