Nota Política do PCB RJ
MEDIDAS CONTRA O
COLAPSO DO SUS E O AVANÇO DA PANDEMIA SÃO URGENTES!
A pandemia da
Covid-19 vem crescendo de forma extremamente preocupante no Brasil e no Rio de
Janeiro, nas últimas semanas, tanto no número de infectados como no número de
mortes. É uma segunda onda, que vem avançando mais entre os jovens.
Esse quadro, que
reflete as medidas de flexibilização do isolamento social tomadas recentemente,
está gerando uma forte sobrecarga nas unidades de saúde, que já ultrapassam o
seu limite, com mais de 300 pessoas aguardando transferência para leitos
hospitalares para atendimento a COVID-19 na capital e na Baixada Fluminense.
Mais de 150 pessoas aguardam vagas para terapia intensiva, e muitas mortes vêm
ocorrendo nos domicílios e em logradouros públicos. Essa sobrecarga do sistema
de saúde, já em muito sucateado e próximo do colapso, gera muitas dificuldades
para que as pessoas mantenham seus tratamentos de rotina.
A despeito deste
cenário, as prefeituras das cidades do Estado do Rio de Janeiro e o governo do
Estado do Rio de Janeiro mostram claramente seu total desinteresse em proteger
a população neste momento de crise sanitária. Embora as autoridades sigam
afirmando a necessidade da utilização de equipamentos de proteção individual e
do isolamento social, nenhuma ação concreta efetiva foi realizada para garantir
o distanciamento físico, necessário para conter a disseminação do vírus.
Pelo contrário: está
mantida a liberação de escolas, praias, festas, cultos religiosos, shoppings e
áreas de comércio de rua e outras atividades. As autoridades ignoram também as
multidões no entorno dos bares e em diversas áreas da cidade, onde pessoas se
aglomeram sem sequer usarem máscaras. Tampouco há medidas para minimizar os
riscos de quem necessita utilizar o transporte público (a maioria dos
trabalhadores), como a distribuição gratuita de máscaras e álcool em gel, e
protocolos de higienização regular dos ônibus e trens – que seguem lotados – e
das vias públicas.
A nova onda de
aumento da pandemia se deve à volta precipitada à normalidade, com o
levantamento das restrições, para atender aos interesses dos empresários que
pressionam pela retomada da produção e dos serviços visando os lucros. Foram
desconsiderados os critérios técnicos, científicos e sanitários. Na esfera
federal, o discurso genocida do governo Bolsonaro deliberadamente segue
obstruindo a viabilização da vacinação.
O atual momento da
crise sanitária exige a adoção imediata de medidas restritivas às atividades que
geram aglomeração, como diversas áreas de comércio, conforme vêm declarando
diversas autoridades científicas. É urgente que as prefeituras e o governo do
Estado do Rio de Janeiro retomem as regras de isolamento social. É inegável que
a população deve colaborar com a adoção das práticas de prevenção recomendadas,
porém, não podemos correr o risco de individualizar esse debate.
É necessário também
que o poder público adote medidas urgentes para garantir a proteção financeira,
a segurança alimentar e trabalhista, propiciando a devida provisão de renda aos
trabalhadores e trabalhadoras que estão em situação de precariedade, desemprego
e informalidade, possibilitando assim que essas pessoas mantenham o
distanciamento físico necessário.
É preciso avançar na formulação de um plano para enfrentamento da COVID-19, pautado em aspectos técnico-científicos e orientado pelo fortalecimento do Sistema Público de Saúde, com novas vagas de internação e leitos de terapia intensiva para todos. A possibilidade de vida do povo trabalhador não pode depender do pagamento por um plano privado. É urgente que seja elaborado um plano de ação para que, tão logo as vacinas estejam disponíveis, o processo de vacinação possa ser iniciado para cobrir toda a população pelo sistema público.
A vida precisa estar
acima dos lucros!
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