Parque Euclides Dourado |
Nestas eleições
municipais de 2020, o PCB fez uma aliança com o PSOL, com apoio da UP
(Unidade Popular) para lançar uma chapa para a Prefeitura
do Garanhuns/PE, com Paulo Camelo – Prefeito, e Cristina Oliveira -
Vice-Prefeita. Essa chapa nasceu do entendimento que seria, e foi,
fundamental apresentar aos nossos conterrâneos uma opção classista, uma
candidatura inequivocamente compromissada com os interesses das classes
trabalhadoras, haja visto que o PT capitulou, preferindo adotar sua política de
conciliação de classes, dando ao candidato do PSB, Sivaldo Albino, um “verniz de esquerda” que Ele não possui. Os três partidos, ao formarem a
Frente de Esquerda do Garanhuns/PE, entenderam que era fundamental uma
proposta política que contemplasse a afirmação de outro projeto
de sociedade: Crítica ao Capitalismo, Defesa do Poder Popular e Defesa
do Socialismo”.
Pensar
o município a partir da visão de uma esquerda socialista, que entende a gestão
municipal como um espaço para fortalecer a organização, mobilização e
consciência política das classes trabalhadoras, ou seja, da construção do Poder
Popular, e que enxerga na Prefeitura um papel de gestão
política direcionada para defender os interesses daqueles que produzem as
riquezas do nosso município, ou seja, os trabalhadores(as) do campo e da
cidade, combatendo a agressão ambiental, defendendo o patrimônio público,
restabelecendo o Hospital Municipal, implantando o Hospital de
Transição para combater a COVID 19, estatizando a AESGA, dinamizando
o Turismo, implantando as Cooperativas Urbanas e Rurais, dentre outros itens do
nosso já consagrado Programa de Governo.
O pessoal do PSB
e seus apoiadores criaram um “terrorismo eleitoral” utilizando um falso argumento de que a
candidatura de Paulo Camelo a Prefeito, poderia “atrapalhar” a
candidatura de Sivaldo Albino, favorecendo seu “irmão” direitista, Silvino Duarte.
Convém lembrar que tanto PCB, como PSOL e UP, não fazem parte da base aliada do
governador “Paulo Câmara Lenta”. Mas, o nosso slogan de campanha “NEM O
PASSADO COM ERA, NEM O PRESENTE COMO ESTÁ, espelha bem o que vivenciamos,
uma vez que Sivaldo, Silvino, Zaqueu e Izaías, eram aliados e
hoje são adversários e vice-versa. Portanto, a eleição de Sivaldo significa
dizer que houve uma troca de “seis por meia dúzia”, conforme dito popular.
Tivemos
um bom desempenho eleitoral, com propostas, participação nas
entrevistas e debates, além do Guia Eleitoral e das Inserções no Rádio e no
Instagram (paulocamelo21), mas contraditoriamente o resultado foi muito
modesto, seja pelo “verniz esquerdista” que o PT deu a Sivaldo Albino, seja
pelo “terrorismo eleitoral”. Contudo, temos a consciência tranquila
de termos cumprido nosso papel político ao tentar
contribuir com a conscientização das classes trabalhadoras.
Por outro lado, aos desavisados e desinformados pode ficar parecendo que, na Cidade de Recife, há uma disputa de centro-esquerda, mas não é difícil perceber que não é isso. Já fazem muito tempo que o Partido Socialista Brasileiro (PSB) não é um partido sequer de centro-esquerda, que dirá socialista. Como diria o empresário Paulo Skaff, que foi candidato a governador de São Paulo pelo PSB, o S do PSB é só uma letra.
Em
2010 o PSB apoiou Aécio Neves na eleição presidencial. O PSB teve uma aliança
muito duradora com o PSDB em São Paulo.
E,
em 2016, o PSB nacional e Sivaldo Albino em Garanhuns/PE, apoiaram o golpe contra a
Ex-presidente Dilma Roussef, com o agravante que aqui em Garanhuns o Sivaldo Albino participou
de uma passeata pela cassação de Dilma e detonando o Ex-Presidente Lula, por
“corrupção”. A questão ali não era ser simplesmente oposição aquele governo.
Pois o PCB faz oposição de esquerda ao PT desde 2005. A questão foi que o golpe
foi dado exatamente para viabilizar a agenda ultraliberal que tem
desmontado a saúde, a educação, o meio ambiente, o emprego e pavimentado o
caminho para a ascensão do Bolsonarismo.
Essa guinada à Direita também se reflete nas gestões do PSB nos governos do
Estado e das cidades de Pernambuco, em especial na Cidade de Recife.
No segundo turno, em 29.11.2020, o PCB se colocou contra a candidatura do PSB não apenas por condenar a
gestão municipal liderada por Geraldo Júlio, mas por entender que a Prefeitura
da Cidade de Recife é uma trincheira relevante na luta eleitoral de 2022,
e que eleger o PSB em Recife tende a significar dar palanque para a extrema-direita,
seja Dória, Moro, Luciano Huck ou outro similar.
Apesar das divergências programáticas e da política equivocada de alianças ora promovidas pelo PT, as vezes se aliando com seus "carrascos", a exemplo de Sivaldo em Garanhuns e do PSB que votou no Congresso Nacional, em 2016, pela cassação da ex-presidente Dilma, condenamos veementemente os ataques deferidos pelo PSB de João Campos, via desinformação e violência política contra Marília Arraes e o próprio PT. A rigor o PSB agiu incorporando com perfeição o estilo Bolsonarista de ataque a centro-esquerda e esquerda. O pior é que o PT local e estadual não reagem. Donde se conclui que não é de se estranhar que o PSB se alie com à Direita e Centro-Direita nas Eleições de 2022. Este é mais um motivo para o PT local não ter se aliado com Sivaldo Albino. Mas, vamos em frente. Coerência e determinação na política é para poucos.