Coordenação Nacional da Unidade Classista
Nos últimos meses,
com a crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, ficaram ainda
mais expostas às debilidades estruturais do capitalismo e sua face mais cruel.
Apesar de todos
estarem expostos a uma doença que ainda não tem cura, as formas de
enfrentamento têm sido absurdamente distintas, pois alguns países tiveram a
capacidade de mobilizar e organizar a população para desenvolver respostas
econômicas e sanitárias eficientes, reduzindo drasticamente as mortes, as
contaminações e as projeções de queda nas taxas de crescimento e de outros
indicadores econômicos e sociais, tais como a China, Cuba, o Vietnã, entre
outros.
Já nos demais casos, com destaque para os EUA, o Brasil e a maioria dos países da Europa, assistimos exatamente o contrário, com o aumento diário e avassalador de casos e mortes, agora inclusive, com novas “ondas de contaminação”. Do ponto de vista econômico entre os trabalhadores já contabilizamos milhões de demissões, congelamentos e reduções de salários, destruição de acordos coletivos e retiradas de direitos e entre as empresas já são milhões de falências, já temos números comparáveis aos da crise de 1929 e do pós-guerra.
Vivemos o chamado
“novo normal”, com a banalização das mortes, da perda de empregos, do
rebaixamento de salários, da retirada de direitos e tudo isto tem sido
propagado pela burguesia em suas mídias como algo natural e inevitável. E para
piorar a situação em todo o mundo e mais recentemente no Brasil, vemos a
retomada da atividade dos chamados setores “não essenciais” da economia e a
genocida reabertura das escolas públicas e privadas, para definitivamente
acabar com as frouxas “quarentenas”.
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No Brasil, o PIB deverá sofrer queda de mais de 10%, mais de 700 mil pequenas empresas já faliram, a fuga de capitais já atingiu mais de 60 bilhões de dólares nos últimos 12 meses e o real se desvaloriza a cada dia. Segundo a PNAD, mais da metade da força de trabalho está fora do mercado, são mais de 13 milhões desempregados e 40 milhões no mercado informal. Mais de 100 milhões de brasileiros recorreram ao chamado “auxílio emergencial” de R$ 600,00, destes, apenas 60 milhões conseguiram sacar o dinheiro, além disso diversas projeções indicam que até o final deste ano voltaremos ao mapa mundial da fome.
Enquanto
isso o governo, por meio do Banco Central, liberou 1 trilhão e duzentos milhões
para os bancos e milhares de empresas que suspenderam contratos de trabalho,
rasgaram acordos coletivos e demitiram milhares de trabalhadores, continuam com
altas taxas de lucro, algumas inclusive com números melhores do que registravam
antes da pandemia.
A burguesia se
movimenta no sentido de promover um pacto que propicie o avanço das políticas
neoliberais e a continuidade das privatizações, os partidos e as centrais
sindicais do campo da conciliação apostam suas fichas nas negociatas e nas
eleições e o governo Bolsonaro avança na construção da política de caos
controlado, com uma postura tática mais mediadora, mas que a qualquer momento
pode descambar para ações mais radicalizadas e para um golpe articulado com
suas bases da extrema direita.
Se por um lado tal
conjuntura apresenta enormes desafios para a classe trabalhadora, por outro
devemos encará-la como uma grande oportunidade para construirmos a
contraofensiva, pois talvez nunca tenhamos tido na história recente do
capitalismo, tantos elementos para dialogar com os trabalhadores sobre a
necessidade de superarmos revolucionariamente este modo de produção.
A crise também
revelou a superioridade dos serviços públicos e da ação estatal planejada, pois
foram os países que mantém sistemas de saúde públicos estatais e de qualidade
os que melhor enfrentaram a pandemia, ao contrário do que vem acontecendo nos
que destruíram os sistemas de bem-estar e privatizaram os serviços públicos.
Os recentes atos de
rua dos entregadores que trabalham para as empresas de aplicativos, os atos
antifascistas e antirracistas e pelo Fora Bolsonaro, evidenciaram a contradição
capital-trabalho, afastaram os grupos da extrema direita das ruas e denunciaram
o processo de fascistização e militarização da sociedade brasileira, sentidos
principalmente pelo proletariado e a população negra das periferias, e abriram
boas perspectivas de atuação das organizações populares.
Nos próximos meses e
no pós-pandemia, o Estado aprofundará os ataques e a repressão e somente os
trabalhadores e a juventude, organizados programaticamente nas ruas, nos locais
de trabalho, estudo e nos movimentos populares poderão resistir.
Sendo assim, torna-se
fundamental que a militância em conjunto com os mais diversos setores da classe
trabalhadora desenvolvam ações de agitação e propaganda para deslegitimar o
discurso neoliberal e as políticas capitalistas, intensifiquem o trabalho de
base e concentrem amplos esforços para a construção e o enraizamento do Fórum
Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades
Democráticas em todas as regiões do país, para que por meio deste instrumento
possamos potencializar a resistência aos ataques, a reorganização da classe e
criar instrumentos de poder popular para a construção do socialismo.
FORA BOLSONARO E
MOURÃO!
PELA CONSTRUÇÃO DO
FÓRUM POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!
PELA REORGANIZAÇÃO DA
CLASSE TRABALHADORA!
RUMO AO ENCLAT!
AVANTE CAMARADAS!
UNIDADE CLASSISTA,
FUTURO SOCIALISTA!
COORDENAÇÃO NACIONAL
DA UNIDADE CLASSISTA
FIQUE ATENTO E
PARTICIPE DA CONSTRUÇÃO DO SEGUINTE CALENDÁRIO DE LUTAS:
07/08 – 2º Dia
Nacional de Mobilização pelo Fora Bolsonaro;
23/08 – Movimento
mundial “Stop Bolsonaro”;
07/09 – Grito dos
Excluídos.
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