Fonte: https://app.redeclipping.com.br/clippings/view/91844
Medida editada pelo governo federal permite que o
banco abra o capital das suas subsidiárias, entre elas a de seguros e cartões
- Governo Federal edita Medida Provisória 995
- MP permite abertura de capital de subsidiárias
da Caixa entre elas a de seguros e cartões
- Entidades representativas dos empregados
estudam medidas para impedir vendas
Os empregados da Caixa Econômica Federal são
veementemente contrários à Medida Provisória (MP) 995, editada pelo governo
federal na sexta-feira (7), para permitir que a Caixa abra o capital das suas
subsidiárias, entre elas a de seguros e cartões. A MP encaminhada ao Congresso – assinada pelo presidente e ministro Paulo
Guedes (Economia) – autoriza as subsidiárias do banco público a incorporar
ações de outras sociedades empresariais e a aquisição controle societário ou
participação minoritária em empresas privadas.
A MP foi criada para a venda das subsidiárias Caixa Seguridade, quarto maior
grupo segurador do país, e Caixa Cartões, voltada para o setor de meios de
pagamento. A ideia é que a Caixa continue societária nesses negócios embora a
modelagem ainda não esteja definida. Para Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos
Empregados da Caixa (CEE/ Caixa) e secretária da Cultura da Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), é mais uma
tentativa de enfraquecimento do banco público. “Nossa luta histórica é pela
Caixa 100% Pública. Somos contrários a qualquer tipo de venda que possa
enfraquecer a nossa instituição, que é uma das mais importantes para o
desenvolvimento do Brasil.
O secretário de Finanças da Contraf-CUT e presidente da Federação Nacional das
Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto,
revelou que as entidades estudam medidas cabíveis para impedir que o governo
faça a privatização da Caixa. “A edição de uma MP que coloca em risco um dos
principais patrimônio da população brasileira, a Caixa, no momento que o país
atinge a triste marca 100 mil mortes por covid-19, demonstra que o único
objetivo do governo é vender o patrimônio público. Não tem nenhuma consideração
com a vida.”
A Conselheira de Administração da Caixa, Rita Serrano, destaca que, na verdade,
isso já vinha sendo feito, e que questionava no CA que não havia legislação que
autorizasse, o que agora lamentavelmente ocorre com a MP. “Estão legalizando um
processo que já acontece. A Caixa criou subsidiárias nas áreas de cartões e
loterias, anunciou que na de seguros será a primeira a ser feito IPO, inclusive
já comunicando o mercado; quer criar em DTVM e fala em um banco digital”,
explica.
Ela compara essas manobras à venda de um carro do qual não se tem o documento
que autorize a transferência: vai sendo vendido aos pedaços, por partes,
restando apenas a sucata. E isso, aponta, em plena pandemia, quando nações como
Alemanha e Canadá, por exemplo, usam as instituições públicas para tentar
reconstruir o país.
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