terça-feira, 4 de agosto de 2020

07/08: Dia de Luta contra o Governo Bolsonaro/Mourão

Comissão política Nacional do PCB

O Brasil se aproxima dos 100 mil mortos pela Covid-19 e a tendência é o aumento contínuo do número de mortos. Há semanas o Brasil acumula mortes diárias de mais de mil pessoas. Perdemos amigos, familiares, conhecidos, famílias foram devastadas por uma doença que encontrou, aqui no país, depois de décadas de sucateamento da saúde pública, a precarização das condições de vida dos trabalhadores e a redução drástica de direitos, um terreno fértil para a disseminação de doenças graves, ressaltando-se que o atual governo é responsável pela maior tragédia sanitária da história brasileira.

O negacionismo e o comportamento anticientífico desse governo de extrema direita, comprometido com o que há de mais atrasado, conservador e reacionário no país, foram responsáveis por ampliar ainda mais a atual barbárie experimentada pelo povo trabalhador brasileiro. A política genocida camuflada por bravatas irresponsáveis e criminosas levou ao quadro atual de mortes e à situação que se aproxima rapidamente dos 3 milhões de contaminados, em um cenário de reconhecida subnotificação.

O Governo Bolsonaro e seus aliados zombam da dor do povo brasileiro: dificultam o acesso ao fundo emergencial, desmantelam políticas públicas, aceleram o desmonte da saúde, intensificam a retirada de direitos e empurra, atendendo ao pedido dos ricos e poderosos, milhões de trabalhadores para a forca, ao pressionar pela abertura indiscriminada das atividades econômicas não essenciais. Comprovando o grau de aprofundamento das desigualdades sociais no país, segundo dados do IBGE, mais de 10 milhões de brasileiros estão afastados do trabalho por causa da COVID-19 e cerca de 30 milhões de trabalhadores(as) tiveram seus rendimentos reduzidos. A renda da metade da população caiu 18%. A previsão é de que o PIB brasileiro caia em torno de 10%.

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Mais de 700 mil pequenas e médias empresas faliram, justamente aquelas que são responsáveis por manter a maioria dos empregos. Isso traduz um violento processo de oligopolização da economia, situação inerente ao capitalismo, acirrada no momento das grandes crises, tal como esta que o mundo está vivenciando. Cerca de 40 milhões estão no mercado informal, ou seja, trabalhando nas condições mais precárias, sem direitos trabalhistas e sem estabilidade. Com o crescimento brutal do desemprego, o auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso Nacional, hoje distribuído para cerca de 65 milhões de brasileiros, é o mecanismo que vem diminuindo os piores efeitos da crise junto à classe trabalhadora.

Enquanto isso, as bolsas sobem e os bilionários ganham com a crise, aplicando recursos na ciranda financeira. Com esse mecanismo, 42 bilionários brasileiros conseguiram aumentar suas fortunas em US $34 bilhões (cerca de 170 bilhões de reais) desde março deste ano, conforme números divulgados pela Oxfam Internacional. Isto equivale a mais do que tudo o que foi gasto pelo governo federal com o auxílio emergencial, algo em torno de R$ 95 bilhões. Ou seja, as crises no capitalismo sempre se apresentam como grandes oportunidades de negócios para a classe dominante, que se vale ainda mais da ampliação das desigualdades e da superexploração dos trabalhadores.

Mantendo seu compromisso em atender única e exclusivamente os interesses do grande empresariado, o Governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes e o Congresso Nacional propõem uma reforma tributária voltada apenas à tributação do consumo e das transações comerciais, que recairá pesadamente sobre a classe trabalhadora, fazendo reduzir ainda mais a sua já exígua renda, dado o efeito regressivo dessa medida. Nenhum tributo é previsto sobre as gigantescas fortunas, que cresceram durante a pandemia, tampouco sobre os lucros vertiginosos e dividendos dos banqueiros e grandes empresários. 

O plano do Governo é retirar ainda mais direitos da classe trabalhadora, com o congelamento dos salários e o fim da estabilidade dos servidores públicos, o avanço das privatizações de empresas e serviços públicos, a exemplo da privatização da água, a entrega das riquezas nacionais ao capital internacional e a submissão total ao imperialismo estadunidense.

TRABALHADORES E TRABALHADORAS VÃO À LUTA!

Diante desse quadro de ataques mais violentos aos direitos da classe trabalhadora, não há alternativa possível senão o caminho da luta organizada. Metalúrgicos da Grande Curitiba, Paraná, encontram-se em greve contra as demissões em massa promovidas pela Renault. Trabalhadores dos Correios se organizam para cruzar os braços em protesto contra as péssimas condições de trabalho e o aumento da jornada e da precarização durante a pandemia, por não receberem os equipamentos de segurança sanitária, além da luta contra a privatização dos serviços. 

Trabalhadores de aplicativos já realizaram duas greves nacionais e seguem se articulando para o enfrentamento à superexploração imposta pelas empresas. Anunciam-se também greves de profissionais da educação nos estados e municípios em que governadores e prefeitos, subservientes aos interesses da iniciativa privada, pretendem retomar as aulas presenciais, mesmo sob o chamado “modelo híbrido” em que os pais dos estudantes escolhem se enviarão ou não seus filhos às escolas, o que vai representar ainda mais exploração do professorado.

Os trabalhadores e as trabalhadoras podem contar apenas com a própria classe como aliada. No interior de uma ampla unidade de ação contra os retrocessos e ataques desferidos por governos e patrões aos direitos sociais e às liberdades democráticas, urge a construção da nossa auto organização enquanto classe, de nossa autonomia política e programática. É preciso fazer avançar a luta para derrotar o governo de Bolsonaro, Mourão e Guedes, bem como o conjunto da política que esse grupo de extrema direita articula, aplicando uma agenda antipovo, ultraliberal, autoritária e golpista, em comum acordo com os grandes empresários e seus representantes reacionários no parlamento e na sociedade.

Por isso tudo defendemos o fortalecimento da seguridade social e a ampliação da renda básica mínima, com garantia dos salários, direitos e empregos, revogação da EC do teto de gastos, suspensão do pagamento da dívida, fim da lei de responsabilidade fiscal, revogação das contarreformas da previdência e trabalhista, combate às privatizações, à destruição ambiental, à criminalização dos movimentos sociais, ao extermínio sistemático da população negra, dos povos indígenas, das LGBTs, à violência contra a mulher e a todo tipo de opressão e exploração. 

É necessário fortalecer e construir o Fórum por Direitos e Liberdades Democráticas nos Estados, além de seguir participando dos espaços unitários que agregam as organizações políticas e sociais em oposição à política de terra arrasada do Governo Bolsonaro/Mourão, passo inicial para a construção da alternativa anticapitalista e anti-imperialista, no rumo do Poder Popular e do Socialismo.

No próximo dia 07 de agosto, sexta-feira, estão sendo organizados atos de rua em várias cidades brasileiras, como parte das jornadas de lutas da Campanha FORA BOLSONARO. A militância do PCB e dos Coletivos partidários que se encontra fora do grupo de risco, cumprindo as necessárias medidas de segurança sanitária, mais uma vez se fará presente, engrossando as manifestações, na certeza de que somente a luta organizada dos trabalhadores, trabalhadoras e da juventude, nos locais de trabalho, nos bairros e nas ruas, será capaz de barrar a política genocida e a barbárie em curso promovidas pelo capitalismo e seus prepostos.

FORA BOLSONARO E MOURÃO!

EM DEFESA DOS DIREITOS DA CLASSE TRABALHADORA E DAS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!

PELO PODER POPULAR, RUMO AO SOCIALISMO!

Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB)


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