O ministro Ricardo Salles |
Aguirre Talento
Extra, 7 de julho de 2020
O Ministério Público Federal pediu à Justiça o afastamento do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, por suspeita de práticas de improbidade administrativa. Na ação, movida por procuradores da primeira instância do MPF, eles argumentam que Salles paralisou a fiscalização ambiental e desestruturou políticas públicas da área, na contramão do interesse público.
A ação corre na primeira instância,
porque casos de improbidade administrativa não dão direito a foro privilegiado,
e é assinada por 12 procuradores da Procuradoria da República no Distrito
Federal (PR-DF). No documento, o MPF cita o vídeo da reunião ministerial do dia
22 de abril, tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, como uma
prova de que o ministro atuou com intenção de tomar medidas contrárias à
proteção ambiental e promover um “desmonte” na área.
“As declarações apenas expõem, de
forma clara, o que diversos atos já confirmavam: existe um verdadeiro
encadeamento premeditado de atuar contrário à proteção ambiental,
caracterizando o dolo, elemento subjetivo dos atos de improbidade. Analisando
os fatos concretos, desde o início de sua gestão à frente do MMA, o Ministro
tem adotado inúmeras iniciativas em flagrante violação ao dever de tutela do
meio ambiente, como a desconsideração de normas e critérios científicos e
técnicos, em desrespeito aos princípios ambientais da precaução, da prevenção e
da vedação do retrocesso”, diz a ação de improbidade.
Os procuradores citam quatro
conjuntos de ações realizadas por Salles que prejudicaram o meio ambiente. A
primeira delas, a publicação de decretos que desprotegeram florestas e áreas de
meio ambiente. A segunda, a desestruturação dos órgãos de debate ambiental com
a sociedade civil. A terceira, cortes orçamentários. Por último, o “desmonte da
fiscalização ambiental”.
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“Os efeitos da fragilização da estrutura
administrativa, são imediatos, como mostram os dados sobre o aumento do
desmatamento e o avanço de atividades econômicas ilegais sobre áreas de
floresta nativa, incluindo áreas especialmente protegidas, como terras
indígenas e unidades de conservação. A desregulamentação de medidas
proibitivas, a desmobilização de servidores e o desmonte da fiscalização
consistem em frentes permanentes de fragilização dos órgãos ambientais
federais. Em muitos casos, os efeitos podem se tornar irreversíveis”, dizem os
procuradores.
A ação destaca ainda que houve
crescimento no desmatamento durante a gestão Salles e aponta projeções de que o
ano de 2020 terá mais uma alta histórica na derrubada de vegetação no país.Ao
mesmo tempo, segunda a investigação, houve uma diminuição histórica nos autos de
infração do Ibama contra irregularidades ambientais, atingindo o menor nível em
vinte anos de fiscalização. A ação cita ainda a demissão da cúpula da
fiscalização do Ibama, feita por Salles, como um dos pontos desse desmonte.
“Em evidente represália ao sucesso
das operações realizadas para combater ilícitos ambientais nas terras indígenas
acima mencionadas, o Ministro Ricardo Salles exonerou, em abril de 2020, toda a
cúpula da fiscalização do IBAMA, o que será melhor explicado adiante: Olivaldi
Alves Borges Azevedo (policial militar aposentado da PM de São Paulo e que
ocupou o cargo de Diretor de Proteção Ambiental), Hugo Ferreira Netto Loss e
Rene Luiz de Oliveira (analistas ambientais do quadro e, respectivamente,
Coordenador de Operações de Fiscalização e o Coordenador-Geral de Fiscalização
Ambiental). Ao assim agir, o requerido impôs injustificável descontinuidade aos
trabalhos da Administração pública”, completam os procuradores.
A ação também pede que, ao final da
instrução processual, Salles seja condenado às penas da improbidade
administrativa, como a perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos por cinco anos; ressarcimento dos danos, pagamento de multa cível e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais.
A assessoria do Ministério do Meio Ambiente foi
procurada, mas não se manifestou sobre o assunto até o momento.
EM TEMPO: Na sociedade burguesa isso sempre acontece, ou seja o indivíduo ocupa um cargo importante para destruir o meio ambiente, a educação, a saúde, a empresa estatal para privatizar. É o caso do negro Presidente da Fundação Palmares, o Sérgio Camargo, cuja função é atacar os negros e destruir a citada fundação e as conquistas dos Quilombolas e de sua raça negra. Por isso é que dizemos que na Democracia Burguesa a população é convocada de 2 em 2 anos para eleger os seus carrascos para lhe explorar e oprimir no próximo período. Agora durmam com essa bronca.
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