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Correio Braziliense - Augusto Fernandes
Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que aliados do presidente Jair Bolsonaro podem ter lucrado mais de R$ 100 mil com a divulgação de atos antidemocráticos. O inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da PGR, investiga a organização e financiamento de manifestações que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF.
Veículos da
imprensa que tiveram acesso ao inquérito, como a CNN Brasil e
o jornal O Estado de S. Paulo, destacaram que dois canais
pró-governo no Youtube, Folha Política e Foco do Brasil, podem ter embolsado
mais de R$ 100 mil com transmissões dos discursos de Bolsonaro em manifestações
recentes. O Estadão apontou o valor de R$ 157 mil. A Folha Política,
especificamente, faturou entre US$ 6 mil e US$ 11 mil com a live do presidente
no ato de 3 de maio.
“Com o objetivo de
lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas,
potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso,
assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e
alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos
financeiros”, detalhou o vice-procurador-geral da República, conforme
informações do Estadão.
Na noite desta
segunda-feira (22/6), o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo da
decisão da semana passada que resultou em uma operação da Polícia
Federal no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. Na
decisão, ele aponta indícios que “confirmam a real possibilidade de existência
de uma associação criminosa”.
Em manifestação, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou a participação de parlamentares
na formulação de mensagens, propagação e financiamento de profissionais na
produção das mensagens dos movimentos inconstitucionais, que pediam fechamento
do Congresso Nacional e do STF.
O documento cita a
existência de uma “rede integralmente estruturada de comunicação virtual
voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime
democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos
indiretos”.
Na semana passada,
Moraes determinou a quebra de sigilo bancário de 10 deputados federais e um
senador bolsonaristas no âmbito do inquérito, com base nesta manifestação da
Procuradoria. No mesmo dia, a Polícia Federal havia cumprido buscas e
apreensões contra 21 pessoas apoiadoras do presidente, entre blogueiros e tendo
atingido um deputado federal, Daniel Silveira (PSL-RJ), que também teve quebra
de sigilo. Moraes usou esta manifestação da PGR para basear as
determinações.
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