segunda-feira, 22 de junho de 2020

PGR indica que bolsonaristas podem ter lucrado mais de R$ 100 mil com atos

© Lula Marques/Agência PTA

Correio Braziliense - Augusto Fernandes

 

Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que aliados do presidente Jair Bolsonaro podem ter lucrado mais de R$ 100 mil com a divulgação de atos antidemocráticos. O inquérito, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da PGR, investiga a organização e financiamento de manifestações que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF.

Veículos da imprensa que tiveram acesso ao inquérito, como a CNN Brasil e o jornal O Estado de S. Paulo, destacaram que dois canais pró-governo no Youtube, Folha Política e Foco do Brasil, podem ter embolsado mais de R$ 100 mil com transmissões dos discursos de Bolsonaro em manifestações recentes. O Estadão apontou o valor de R$ 157 mil. A Folha Política, especificamente, faturou entre US$ 6 mil e US$ 11 mil com a live do presidente no ato de 3 de maio.

“Com o objetivo de lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros”, detalhou o vice-procurador-geral da República, conforme informações do Estadão.

Na noite desta segunda-feira (22/6), o ministro do STF Alexandre de Moraes retirou o sigilo da decisão da semana passada que resultou em uma operação da Polícia Federal no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos. Na decisão, ele aponta indícios que “confirmam a real possibilidade de existência de uma associação criminosa”. 

Em manifestação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) indicou a participação de parlamentares na formulação de mensagens, propagação e financiamento de profissionais na produção das mensagens dos movimentos inconstitucionais, que pediam fechamento do Congresso Nacional e do STF.

O documento cita a existência de uma “rede integralmente estruturada de comunicação virtual voltada tanto à sectarização da política quanto à desestabilização do regime democrático para auferir ganhos econômicos diretos e políticos indiretos”. 

Na semana passada, Moraes determinou a quebra de sigilo bancário de 10 deputados federais e um senador bolsonaristas no âmbito do inquérito, com base nesta manifestação da Procuradoria. No mesmo dia, a Polícia Federal havia cumprido buscas e apreensões contra 21 pessoas apoiadoras do presidente, entre blogueiros e tendo atingido um deputado federal, Daniel Silveira (PSL-RJ), que também teve quebra de sigilo. Moraes usou esta manifestação da PGR para basear as determinações. 


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