Yahoo Notícias, 16 de junho de 2020
Carla Zambelli durante sessão na Câmara dos Deputados (Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo
bancário de dez deputados federais e um senador bolsonaristas para apurar se
eles atuaram no financiamento de atos antidemocráticos, que pediam o fechamento
do STF e do Congresso Nacional. A decisão de Moraes foi tomada em conjunto com
a autorização de busca e apreensão contra 21 alvos ligados aos atos
antidemocráticos, operação realizada nesta terça-feira pela Polícia Federal e
batizada de Lume.
A decisão de Moraes determinou a
quebra dos sigilos bancários de ao menos dez deputados bolsonaristas: Alê Silva
(PSL-MG), Aline Sleutjes (PSL-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Cabo Junio Amaral
(PSL-MG), Carla Zambelli (PSL-SP), Carolina de Toni (PSL-SC), Daniel Silveira
(PSL-RJ), General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Otoni de Paula
(PSC-RJ). O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) também teve seu sigilo
quebrado.
A medida foi determinada após a
constatação de indícios de que esses deputados manifestaram apoio aos atos
antidemocráticos e pela necessidade de aprofundar as investigações em relação a
eles.
A operação de busca e apreensão e
quebras de sigilo foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e
autorizada por Moraes. A PF cumpriu hoje busca e apreensão contra o deputado
federal bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ). A ordem de Moraes, porém, mostra
que a investigação é mais ampla e atinge outros parlamentares da base de apoio
do presidente Jair Bolsonaro.
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Um dos braços da investigação busca
rastrear os financiadores dos atos antidemocráticos. Alguns empresários foram
alvos de busca e apreensão hoje, como Otávio Fakhoury e o advogado Luís Felipe
Belmonte, responsável pela organização e financiamento do novo partido de
Bolsonaro, o Aliança pelo Brasil. Com as quebras de sigilo bancário, a
investigação busca mais pessoas que estejam apoiando financeiramente as
manifestações, que pedem fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal
Federal e intervenção militar.
O inquérito sobre os atos
antidemocráticos foi solicitado pelo procurador-geral da República, Augusto
Aras, em abril, para investigar a organização dessas manifestações e o possível
cometimento de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.
Na segunda, a PF já havia prendido a
extremista Sara Fernanda Giromini. Ainda há outros cinco mandados de prisão
temporária em aberto, cujos alvos ainda não foram localizados.
Alguns desses personagens também são
investigados no inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes.
Naquele inquérito, Moraes havia determinado quebras de sigilo bancário contra
Edgar Corona, Luciano Hang, Reynaldo Bianchi Junior e Winston Rodrigues Lima. A
suspeita é de que eles estariam envolvidos no financiamento de fake news e
ataques ao STF.
* Com informações da Agência O Globo
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