Foto: Marcelino Vázquez |
Durante dois meses e 17 dias de batalha contra o SARS COV-2, os médicos
e enfermeiros cubanos deixaram sua marca solidária na região italiana da
Lombardia.
Autor: Granma
“Vocês mostraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba pretenderam
silenciar ou tergiversar”
Palavras proferidas
pelo presidente da República de Cuba, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez, na
recepção à distância dos médicos da brigada Henry Reeve que se encontravam em
Crema, Itália, quando chegaram ao aeroporto internacional José Martí, em 8 de
junho de 2020, «Ano 62º da Revolução».
(Versões
Estenográficas – Presidência da República)
Queridos
compatriotas. Bem-vindos à Pátria!
Há apenas alguns
minutos concluiu-se a reunião que devia realizar hoje o Grupo de Trabalho
Temporário, que esteve encaminhando as ações de enfrentamento à pandemia, e
aqui ficou um grupo de companheiros para participar desta recepção à distância,
que faremos mais íntima assim que vocês tenham passado a quarentena; mas também
não queremos violar todos os protocolos que o país estabeleceu para conseguir
evitar a transmissão dessa pandemia.
Estão conosco o
primeiro-ministro Marrero, o vice-presidente da República, Salvador; o primeiro
vice-ministro Morales; os ministros da Saúde o do Comércio Exterior, Portal e
Malmierca, respectivamente; o companheiro Amado, secretário do Conselho de
Ministros, e a doutora Tania Margarita.
Nós, em nome do
general-de-exército, em nome de nosso Partido, de nosso Governo e de nosso
povo, damo-lhes as boas-vindas à casa.
O retorno de vocês
nos enche de profundo regozijo, porque retornam sadios e com a mais humanitária
e nobre das missões cumprida: ter salvado vidas.
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Depois de mais de
dois meses de trabalho intenso e arriscado, gostaríamos imensamente de
abraçá-los, um a um, para lhes agradecer sua heróica missão; mas somente
podemos tentar chegar aos seus corações hoje com palavras e dizer-lhes, do mais
profundo das nossas emoções: Obrigados! Já nos vamos reencontrar em outra
recepção de maior proximidade.
Vocês têm ainda pela
frente sacrifícios ainda mais duros: como mais duas semanas de isolamento e
continuar protelando o encontro com seus entes mais queridos.
Espero que neste
tempo todo tenham sentido a admiração, o carinho e o orgulho que expressa cada
aplauso que nosso povo tenha dado a vocês.
Vocês representam a
vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal
socialista sobre o mito do mercado. Com seu nobre gesto e sua brava disposição
a desafiar a morte para salvar vidas, vocês mostraram ao mundo uma verdade que
os inimigos de Cuba pretenderam silenciar ou tergiversar: a fortaleza da
Medicina cubana!
Quando vocês partiram
de Havana rumo a Crema, havia muito mais incertezas do que certezas acerca da
epidemia. O vírus levava apenas uns dias pondo à prova nossa capacidade de
resposta epidemiológica, mas tínhamos algo muito claro desde as primeiras
notícias sobre a expansão do vírus, que de uma pandemia somente é possível sair
também com um ‘panesforço’.
O mundo precisa
urgentemente da cooperação e da solidariedade, dois recursos da vontade humana
que Fidel nos ensinou a cultivar como princípios fundamentais de uma Revolução
no poder.
O retorno vitorioso
desta brigada de mais de 50 pessoas, entre pessoal médico e enfermeiros, tem
muito significado de valor, à luz desses princípios. Pessoas de todas as
latitudes, inclusive no mundo desenvolvido, confiam na qualidade profissional e
humana dos trabalhadores da Saúde em Cuba. Vocês puseram essa verdade em um
lugar bem alto, verdade que os porta-vozes imperiais pretenderam esconder,
minar, enterrar com mentiras e agressões em uma campanha descomunal, milionária
e mentirosa, de descrédito e de ataques infames.
Vocês são essa ideia
justa capaz de fazer parar um exército do fundo de uma gruta, da que falou
nosso Apóstolo José Martí. Vocês, junto com a mensagem de vida que deixam aos
seus pacientes salvos, puseram de novo na moda a solidariedade, quando muitos
achavam morta a ternura dos povos. Nos mais de dois meses que estiveram longe,
o país não deixou de estar atento a cada mensagem transmitida aos seus
familiares e companheiros. Daqui vocês foram aplaudidos cada noite, e enquanto
as nossas autoridades acompanhavam de perto seu desempenho, elevaram-se pregações
populares para que retornassem sãos e salvos com a missão cumprida.
Profissionais de
quase todas as disciplinas científicas e acadêmicas articularam em nosso país
uma rede poderosa, da qual surgiram estratégias de confronto à epidemia,
estudos de sua evolução no país todo e protocolos de atendimento a doentes e à
população vulnerável, entre outras obras, que nos orgulha mostrar a vocês como
prova de que aqueles que ficaram cá batalharam também para estar à altura
daqueles que foram dar um beijo ao mundo, como diz a letra de Valientes, a
música do grupo Buena Fe, que se converteu em um dos hinos nestes dias.
Somente com o
trabalho incansável, sob condições excepcionais, de pessoas de todos os ofícios
e com esse talento desbordado pode ser explicada a razão pela qual estamos
vencendo a batalha contra a pandemia, em momentos em que uma outra terrível
pandemia, a do bloqueio e a guerra econômica acirram-se sem piedade, a partir
da administração norte-americana mais criminosa e cada vez mais desprestigiada.
Nestes dois meses e
meio cruciais para o mundo, mas especialmente para uma nação bloqueada por
extremos genocidas, os Estados Unidos nos negaram e impediram compras de todo o
tipo, não compartilharam informação nem agiram tal como estabelecem as leis internacionais
contra um atentado terrorista à nossa Embaixada em Washington e, no cúmulo do
cinismo, colocaram Cuba em uma lista de nações que não cooperam na luta contra
o terrorismo. Agiram com particular aleivosia na perseguição de embarcações de
combustível da Venezuela, e impôs novas sanções a investidores atuais ou
possíveis e contra instituições cubanas. Já não resta um buraco no cinto que
eles estão apertando em torno de Cuba.
Não é por acaso que
as brigadas médicas cubanas que hoje defendem a vida em 28 países levam o nome
do norte-americano que mais fez por Cuba: Henry Reeve, general-brigadeiro de
nosso Exército Libertador e inspiração permanente daqueles que, tal como José
Martí, «amamos a pátria de Lincoln, tanto como tememos à Pátria de Cutting».
Estamos sentindo um
orgulho sadio, nestes dias, diante do crescente clamor mundial de que essas
brigadas sejam indicadas ao Prêmio Nobel da Paz. Com a missão que vocês
cumpriram contribuíram solidamente a dar impulso a esse movimento.
Quando o mundo for um
lugar mais justo e nobre, com certeza o sistema cubano de Saúde será premiado,
por ter transformado em fatos a pregação martiana de que «Pátria é humanidade»,
à qual consagraram suas maiores energias e esforços Fidel, Raúl e a Geração do
Centenário, da qual hoje somos filhos e continuadores vocês e os que hoje lhes
damos as boas-vindas.
Obrigados mais uma
vez! Obras profundamente humanas como as que vocês fazem cada dia, honram a
memória de José Martí, de Fidel Castro e de todos os revolucionários cubanos; também
inspiram nosso brado invariável de: Pátria ou Morte! Venceremos!
Bem-vindos à Pátria!
(Aplausos)
EM TEMPO: Constata-se como o Mais Médicos, o qual foi implantado no governo Dilma, fazia bem ao Brasil.
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