segunda-feira, 15 de junho de 2020

A fortaleza da medicina cubana

Foto: Marcelino Vázquez


Durante dois meses e 17 dias de batalha contra o SARS COV-2, os médicos e enfermeiros cubanos deixaram sua marca solidária na região italiana da Lombardia. 

Autor: Granma 

“Vocês mostraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba pretenderam silenciar ou tergiversar”

Palavras proferidas pelo presidente da República de Cuba, Miguel Mario Díaz-Canel Bermúdez, na recepção à distância dos médicos da brigada Henry Reeve que se encontravam em Crema, Itália, quando chegaram ao aeroporto internacional José Martí, em 8 de junho de 2020, «Ano 62º da Revolução».

(Versões Estenográficas – Presidência da República)

Queridos compatriotas. Bem-vindos à Pátria!

Há apenas alguns minutos concluiu-se a reunião que devia realizar hoje o Grupo de Trabalho Temporário, que esteve encaminhando as ações de enfrentamento à pandemia, e aqui ficou um grupo de companheiros para participar desta recepção à distância, que faremos mais íntima assim que vocês tenham passado a quarentena; mas também não queremos violar todos os protocolos que o país estabeleceu para conseguir evitar a transmissão dessa pandemia.

Estão conosco o primeiro-ministro Marrero, o vice-presidente da República, Salvador; o primeiro vice-ministro Morales; os ministros da Saúde o do Comércio Exterior, Portal e Malmierca, respectivamente; o companheiro Amado, secretário do Conselho de Ministros, e a doutora Tania Margarita.

Nós, em nome do general-de-exército, em nome de nosso Partido, de nosso Governo e de nosso povo, damo-lhes as boas-vindas à casa.

O retorno de vocês nos enche de profundo regozijo, porque retornam sadios e com a mais humanitária e nobre das missões cumprida: ter salvado vidas.

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Depois de mais de dois meses de trabalho intenso e arriscado, gostaríamos imensamente de abraçá-los, um a um, para lhes agradecer sua heróica missão; mas somente podemos tentar chegar aos seus corações hoje com palavras e dizer-lhes, do mais profundo das nossas emoções: Obrigados! Já nos vamos reencontrar em outra recepção de maior proximidade.

Vocês têm ainda pela frente sacrifícios ainda mais duros: como mais duas semanas de isolamento e continuar protelando o encontro com seus entes mais queridos.

Espero que neste tempo todo tenham sentido a admiração, o carinho e o orgulho que expressa cada aplauso que nosso povo tenha dado a vocês.

Vocês representam a vitória da vida sobre a morte, da solidariedade sobre o egoísmo, do ideal socialista sobre o mito do mercado. Com seu nobre gesto e sua brava disposição a desafiar a morte para salvar vidas, vocês mostraram ao mundo uma verdade que os inimigos de Cuba pretenderam silenciar ou tergiversar: a fortaleza da Medicina cubana!

Quando vocês partiram de Havana rumo a Crema, havia muito mais incertezas do que certezas acerca da epidemia. O vírus levava apenas uns dias pondo à prova nossa capacidade de resposta epidemiológica, mas tínhamos algo muito claro desde as primeiras notícias sobre a expansão do vírus, que de uma pandemia somente é possível sair também com um ‘panesforço’.

O mundo precisa urgentemente da cooperação e da solidariedade, dois recursos da vontade humana que Fidel nos ensinou a cultivar como princípios fundamentais de uma Revolução no poder.

O retorno vitorioso desta brigada de mais de 50 pessoas, entre pessoal médico e enfermeiros, tem muito significado de valor, à luz desses princípios. Pessoas de todas as latitudes, inclusive no mundo desenvolvido, confiam na qualidade profissional e humana dos trabalhadores da Saúde em Cuba. Vocês puseram essa verdade em um lugar bem alto, verdade que os porta-vozes imperiais pretenderam esconder, minar, enterrar com mentiras e agressões em uma campanha descomunal, milionária e mentirosa, de descrédito e de ataques infames.

Vocês são essa ideia justa capaz de fazer parar um exército do fundo de uma gruta, da que falou nosso Apóstolo José Martí. Vocês, junto com a mensagem de vida que deixam aos seus pacientes salvos, puseram de novo na moda a solidariedade, quando muitos achavam morta a ternura dos povos. Nos mais de dois meses que estiveram longe, o país não deixou de estar atento a cada mensagem transmitida aos seus familiares e companheiros. Daqui vocês foram aplaudidos cada noite, e enquanto as nossas autoridades acompanhavam de perto seu desempenho, elevaram-se pregações populares para que retornassem sãos e salvos com a missão cumprida.

Profissionais de quase todas as disciplinas científicas e acadêmicas articularam em nosso país uma rede poderosa, da qual surgiram estratégias de confronto à epidemia, estudos de sua evolução no país todo e protocolos de atendimento a doentes e à população vulnerável, entre outras obras, que nos orgulha mostrar a vocês como prova de que aqueles que ficaram cá batalharam também para estar à altura daqueles que foram dar um beijo ao mundo, como diz a letra de Valientes, a música do grupo Buena Fe, que se converteu em um dos hinos nestes dias.

Somente com o trabalho incansável, sob condições excepcionais, de pessoas de todos os ofícios e com esse talento desbordado pode ser explicada a razão pela qual estamos vencendo a batalha contra a pandemia, em momentos em que uma outra terrível pandemia, a do bloqueio e a guerra econômica acirram-se sem piedade, a partir da administração norte-americana mais criminosa e cada vez mais desprestigiada.

Nestes dois meses e meio cruciais para o mundo, mas especialmente para uma nação bloqueada por extremos genocidas, os Estados Unidos nos negaram e impediram compras de todo o tipo, não compartilharam informação nem agiram tal como estabelecem as leis internacionais contra um atentado terrorista à nossa Embaixada em Washington e, no cúmulo do cinismo, colocaram Cuba em uma lista de nações que não cooperam na luta contra o terrorismo. Agiram com particular aleivosia na perseguição de embarcações de combustível da Venezuela, e impôs novas sanções a investidores atuais ou possíveis e contra instituições cubanas. Já não resta um buraco no cinto que eles estão apertando em torno de Cuba.

Não é por acaso que as brigadas médicas cubanas que hoje defendem a vida em 28 países levam o nome do norte-americano que mais fez por Cuba: Henry Reeve, general-brigadeiro de nosso Exército Libertador e inspiração permanente daqueles que, tal como José Martí, «amamos a pátria de Lincoln, tanto como tememos à Pátria de Cutting».

Estamos sentindo um orgulho sadio, nestes dias, diante do crescente clamor mundial de que essas brigadas sejam indicadas ao Prêmio Nobel da Paz. Com a missão que vocês cumpriram contribuíram solidamente a dar impulso a esse movimento.

Quando o mundo for um lugar mais justo e nobre, com certeza o sistema cubano de Saúde será premiado, por ter transformado em fatos a pregação martiana de que «Pátria é humanidade», à qual consagraram suas maiores energias e esforços Fidel, Raúl e a Geração do Centenário, da qual hoje somos filhos e continuadores vocês e os que hoje lhes damos as boas-vindas.

Obrigados mais uma vez! Obras profundamente humanas como as que vocês fazem cada dia, honram a memória de José Martí, de Fidel Castro e de todos os revolucionários cubanos; também inspiram nosso brado invariável de: Pátria ou Morte! Venceremos!

Bem-vindos à Pátria!

(Aplausos)

EM TEMPO:  Constata-se como o Mais Médicos, o qual foi implantado no governo Dilma, fazia bem ao Brasil. 


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