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ESTADÃO - Rafael Moraes Moura e Pepita Ortega
A troca no comando
da superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro vai entrar na mira dos
investigadores que atuam no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF)
responsável por apurar as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro contra
o presidente Jair Bolsonaro, segundo o Estadão apurou.
Uma fonte que
acompanha o caso disse que não tem como fazer a investigação sobre possível
interferência de Bolsonaro na PF sem perguntar sobre essa mudança.
Em uma estratégia
para se blindar de uma eventual medida contrária do STF, Bolsonaro deu posse
ontem às pressas ao novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de
Souza. No mesmo dia, em uma das primeiras medidas no cargo, Souza mudou o
comando da Superintendência da corporação no Rio de Janeiro - área de
interesse de Bolsonaro e seus filhos.
A nomeação do novo
diretor-geral da PF já entrou na mira da Justiça. O coordenador
nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Rubens Alberto Gatti Nunes, entrou com ação popular junto à 8ª
Vara Federal Cível do Distrito Federal, pedindo
a suspensão imediata da nomeação de Souza, sob a alegação de que Bolsonaro
escolheu um nome "alinhado a seus interesses escusos, como ficou
evidenciado na troca de comando da PF no Rio.
Como mostrou
o Estadão no sábado, a
nomeação de Rolando é vista como uma alternativa do presidente para manter a
influência de Alexandre Ramagem, que é próximo à família Bolsonaro, na
corporação. A nomeação de Ramagem foi suspensa por determinação do ministro
Alexandre de Moraes.
A posse do novo
diretor da PF foi realizada em pequena cerimônia, que durou apenas 20 minutos,
no gabinete de Bolsonaro no Palácio do Planalto, sem divulgação antecipada nem
convidados. Ocorreu às 10h, cerca de meia hora depois da nomeação ter sido
publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Estiveram presentes
sete ministros, entres eles André Luiz Mendonça, da Justiça e Segurança Pública.
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