ISTO É - Da Redação
© AFP O chanceler Ernesto Araújo durante entrevista
à AFP, em Roma, 8 de maio de 2019.
A reunião
ministerial do dia 22 de abril de 2020, apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como uma
das provas de interferência de Jair Bolsonaro na
Polícia Federal, está cercada por polêmicas.
Interlocutores do governo apontam que um dos temas mais sensíveis foram as
falas do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a China. As
informações são da colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Segundo
participantes da reunião ouvidos pelo O Globo, Araújo culpou o país asiático
pela pandemia e apelidou a Covid-19 de “comunavírus”. O chanceler teria dito
que o novo coronavírus é uma “coisa da China” com o propósito de dominar outras
nações.
No domingo (10), o
ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou Moro e o
procurador-geral da República, Augusto Aras, a terem acesso à cópia da gravação em
vídeo da reunião.
De acordo com o
despacho, o acesso ao vídeo também foi autorizado à delegada Christiane Corrêa
Machado, responsável pelo inquérito na PF, e ao advogado-geral União, José
Levi, ou seu representante. O acesso ao vídeo foi concedido ainda a advogados
do ex-ministro Sergio Moro e a representantes que podem ser indicados pelo
procurador-geral da República.
Pela decisão, o
acesso à gravação se dará apenas na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Caberá à delegada Christiane Corrêa Machado agendar para que as partes possam
ir até a PF assistir ao vídeo, que será exibido apenas uma vez, na data
marcada. O HD contendo o arquivo de vídeo será entregue à delegada, em envelope
lacrado, pelo chefe de gabinete de Celso de Mello, Miguel Piazzi.
O ministro do STF
ainda informou, no despacho, que vai decidir, em breve, sobre a divulgação
pública, “total ou parcial”, do vídeo da reunião ministerial.
EM TEMPO: Estamos numa situação muito difícil nesse desgoverno Bolsonaro. Será que esse Ernesto Araújo tem algum mensageiro que informe a Donald Trump o que ele disse sobre a China? A política externa brasileira é um desastre. Nunca foi tão ruim.
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