REUTERS - Por Alexandre Caveri; Edição de Aluísio Alves
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro errou
ao demitir Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde na opinião de 64% dos
brasileiros, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, que indica
ainda que o ex-ministro deixa a pasta com 70% de aprovação de seu desempenho no
cargo.
Na pesquisa
publicada no site do jornal Folha de S.Paulo, 25% consideram que o presidente
agiu bem ao demitir Mandetta, enquanto 11% não tinham opinião sobre a questão.
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais. Bolsonaro demitiu
Mandetta na quinta-feira após semanas de embate em torno da forma de condução
do combate à pandemia do coronavírus. Enquanto o então ministro defendia as
medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos como forma
de frear a disseminação do coronavírus e evitar o colapso o sistema de saúde,
Bolsonaro defendia a retomada da atividade econômica com a justificativa de
tentar preservar empregos.
O oncologista
Nelson Teich foi escolhido como novo ministro e em seu discurso, logo após ser
anunciado no cargo, disse que tomará decisões na condução do combate à pandemia
com base em dados e "informação sólida", e se disse totalmente
alinhado com o presidente.
A avaliação
ótima/boa de Bolsonaro na condução da crise do coronavírus oscilou
positivamente, passando para 36%, ante 33% no levantamento anterior, realizado
entre 1 e 3 de abril. Já a avaliação ruim/péssima oscilou 1 ponto para baixo,
para 38%, e a regular foi para 23%, ante 25%. Para 52%, o
presidente tem condições de liderar o país, enquanto 44% acham que ele não tem. Ao mesmo tempo que
a avaliação positiva de Bolsonaro oscilou para cima, a dos governadores oscilou
para baixo, mas ainda com uma larga vantagem sobre a percepção da população em
relação ao presidente, passando a 54%, ante 58% na pesquisa anterior. Apenas 7%
consideram como ruim ou péssimo o desempenho de Mandetta como ministro. A
avaliação regular ficou em 18%.
A expectativa de
melhora ou piora da situação de combate à pandemia com a troca do comando no
ministério mostrou empate técnico, quando a diferença fica dentro da margem de
erro. Para 36%, a
situação vai piorar, enquanto para 32% vai melhorar. Treze por cento não
souberam dizer. O Datafolha ouviu
1.606 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todos os Estados do
país.
EM TEMPO:
1 - As pessoas de
bom senso, independente de posição política, sabem que o ex-Ministro da Saúde,
Mandetta, estava empenhado em resolver o
“abalo sísmico” na saúde, provocado pelo Coronavírus, e defender a vida da população brasileira. É
verdade que o Mandetta outrora não
defendia o SUS, mas agora deve ter feito uma autocrítica e constatado que todos
os países precisam ter seu Sistema Único de Saúde. Recentemente, o Mandetta
falou diversas vezes em fortalecer o SUS. Esta posição atual é o que vale,
porque o vírus é também atual. A verba para a Saúde foi reduzida drasticamente
no governo Bolsonaro, como também está sendo reduzida as verbas para Educação, Cultura e Meio
Ambiente;
2 – Ontem, dia
17.04.2020, Bolsonaro demitiu o Presidente do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), João Luiz
Filgueiras de Azevedo, motivado por não
concordar com o desmonte da ciência e da pesquisa;
4 – O Bolsonaro governa, ou
desgoverna, criando atrito diariamente, através do “gabinete do ódio” e de suas
falas indevidas, tirando fotos com os fanáticos e através de mensagens inconvenientes nas
redes sociais. Na prática, o Bolsonaro não exerce a função de Presidente e já deu sinais de que quer governar sem os Poderes Legislativo e Judiciário;
5 – Vocês não acham que é
demais. Agora durmam com essa bronca.
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