sábado, 18 de abril de 2020

Maioria acha que Bolsonaro errou ao demitir Mandetta, que deixa Ministério da Saúde com 70% de aprovação




REUTERS - Por Alexandre Caveri; Edição de Aluísio Alves


 (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro errou ao demitir Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde na opinião de 64% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, que indica ainda que o ex-ministro deixa a pasta com 70% de aprovação de seu desempenho no cargo.

Na pesquisa publicada no site do jornal Folha de S.Paulo, 25% consideram que o presidente agiu bem ao demitir Mandetta, enquanto 11% não tinham opinião sobre a questão. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais. Bolsonaro demitiu Mandetta na quinta-feira após semanas de embate em torno da forma de condução do combate à pandemia do coronavírus. Enquanto o então ministro defendia as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos como forma de frear a disseminação do coronavírus e evitar o colapso o sistema de saúde, Bolsonaro defendia a retomada da atividade econômica com a justificativa de tentar preservar empregos.

O oncologista Nelson Teich foi escolhido como novo ministro e em seu discurso, logo após ser anunciado no cargo, disse que tomará decisões na condução do combate à pandemia com base em dados e "informação sólida", e se disse totalmente alinhado com o presidente.

A avaliação ótima/boa de Bolsonaro na condução da crise do coronavírus oscilou positivamente, passando para 36%, ante 33% no levantamento anterior, realizado entre 1 e 3 de abril. Já a avaliação ruim/péssima oscilou 1 ponto para baixo, para 38%, e a regular foi para 23%, ante 25%. Para 52%, o presidente tem condições de liderar o país, enquanto 44% acham que ele não tem. Ao mesmo tempo que a avaliação positiva de Bolsonaro oscilou para cima, a dos governadores oscilou para baixo, mas ainda com uma larga vantagem sobre a percepção da população em relação ao presidente, passando a 54%, ante 58% na pesquisa anterior. Apenas 7% consideram como ruim ou péssimo o desempenho de Mandetta como ministro. A avaliação regular ficou em 18%.

A expectativa de melhora ou piora da situação de combate à pandemia com a troca do comando no ministério mostrou empate técnico, quando a diferença fica dentro da margem de erro. Para 36%, a situação vai piorar, enquanto para 32% vai melhorar. Treze por cento não souberam dizer. O Datafolha ouviu 1.606 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todos os Estados do país.

EM TEMPO:
1 - As pessoas de bom senso, independente de posição política, sabem que o ex-Ministro da Saúde, Mandetta, estava empenhado em resolver  o “abalo sísmico” na saúde, provocado pelo Coronavírus,  e defender a vida da população brasileira. É verdade que o Mandetta outrora  não defendia o SUS, mas agora deve ter feito uma autocrítica e constatado que todos os países precisam ter seu Sistema Único de Saúde. Recentemente, o Mandetta falou diversas vezes em fortalecer o SUS. Esta posição atual é o que vale, porque o vírus é também atual. A verba para a Saúde foi reduzida drasticamente no governo Bolsonaro, como também está sendo reduzida  as verbas para Educação, Cultura e Meio Ambiente;

2 – Ontem, dia 17.04.2020, Bolsonaro demitiu o Presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), João Luiz Filgueiras de Azevedo, motivado por  não concordar com o desmonte da ciência e da pesquisa;

3 – Esta semana o Bolsonaro já atacou o Rodrigo Maia, Presidente da Câmara dos Deputados;

4 – O Bolsonaro governa, ou desgoverna, criando atrito diariamente, através do “gabinete do ódio” e de suas falas indevidas, tirando fotos com os fanáticos e através de mensagens inconvenientes nas redes sociais. Na prática, o Bolsonaro não exerce a função de Presidente e já deu sinais de que quer governar sem os Poderes Legislativo e Judiciário;

5 – Vocês não acham que é demais. Agora durmam com essa bronca.  



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