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Dida Sampaio/Estadão (19/11/2019) O ministro da Educação, Abraham
Weintraub
A Embaixada da China no Brasil
se manifestou, na madrugada desta segunda-feira, 6, contra uma publicação do
ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em sua conta oficial no Twitter, o ministro insinuou que a China
vai sair "fortalecida" da crise atual causada pelo
novo coronavírus, apoiado
por seus "aliados no Brasil", associando a origem da covid-19 ao país
asiático.
“Deliberadamente
elaboradas, tais declarações são completamentes absurdas e desprezíveis, que
têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências
negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”,
diz a nota divulgada no Twitter da Embaixada. O comunicado afirma ainda que “o
lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”.
No
sábado, Weintraub usou uma imagem de Cebolinha da Turma da Mônica, criado por
Maurício de Sousa, na Muralha da China. Substituindo o “r” pelo “l”, ele fez
referência ao modo de falar do personagem, para insinuar que se tratava dos
chineses.
“Geopoliticamente,
quem podelá sail foltalecido, em telmos lelativos,
dessa clise mundial? Podelia ser o
Cebolinha? Quem são os aliados no Blasil do plano infalível do Cebolinha para
dominal o mundo? Selia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu o ministro.
A
nota da Embaixada reforçou que a pandemia do novo coronavírus trouxe um desafio
que nenhum país consegue enfrentar sozinho. “A maior urgência neste momento é
unir todos os países numa proativa cooperação para acabar com a pandemia com a
maior brevidade possível.”
Por
fim, o comunicado destaca que a Organização Mundial da Saúde
(OMS) e a comunidade internacional se opõem explicitamente à
associação do vírus a um certo país ou uma certa região, combatendo a
estigmatização sobre qualquer pretexto. “Instamos
que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos
e parem com acusações infundadas contra a China”, finalizou a nota.
Embaixador chinês
já havia repudiado publicação de Eduardo Bolsonaro
As
mensagens do Ministro da Educação Abraham Weintraub foram publicadas no
dia em que o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang, assinou um artigo publicado
no jornal O Globo em que questiona o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do
presidente Jair Bolsonaro, os
motivos de suas declarações polêmicas a respeito do país asiático.
Duas
semanas atrás, o governo entrou em crise diplomática com a China, depois de
Eduardo publicar um tuíte em que acusou o país de
ter escondido informações sobre o início da pandemia do
coronavírus. “A culpa é da China e liberdade seria a solução”, escreveu o
deputado.
O
embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming, respondeu as acusações de
Eduardo e exigiu a retirada imediata das palavras e um pedido de desculpas ao
povo chinês. A página da Embaixada da China no Brasil também cobrou
explicações. Um tuíte publicado afirmava que Eduardo, ao voltar dos Estados
Unidos, contraiu um “vírus mental” que
está “infectando a amizade” entre os povos.
O
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o
vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG) pediram desculpas ao
país asiático. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, saiu em defesa de Eduardo
e afirmou que a posição do deputado não reflete a do governo brasileiro. No
entanto, disse que aguardaria um retratação do embaixador da China pois a
reação de Wamming foi "desproporcional" e feriu "a boa prática
diplomática”.
Diante
das críticas, Eduardo Bolsonaro publicou uma nota em que disse que jamais ofendeu o povo chinês e
que o Brasil não quer problemas com o país asiático. Dias depois,
por causa da crise, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone. O
brasileiro disse que o contato reafirmou os “laços de
amizade” entre os países e tratou de ações sobre o coronavírus
e ampliação do comércio. / COM
ANDRÉ BORGES
EM TEMPO: Esse governo Bolsonaro trabalha contra a saúde dos brasileiros, seja sucateando o SUS seja se indispondo com a China, hoje um dos maiores fornecedores de equipamentos hospitalares, incluindo o teste rápido e os respiradores mecânicos. É um absurdo o Brasil ter um Ministro da Educação, mal educado desse jeito. Agora durma com essa bronca.
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