PODER360 - Caio Spechoto
© Sérgio
Lima/Poder360 O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com congressistas do PT
As bancadas do PT
na Câmara e no Senado passaram na tarde desta 3ª feira (21.abr.2020) a defender
a saída de Jair Bolsonaro da Presidência da República. A nova posição tem o
aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu em
videoconferência com os congressistas do partido mais cedo.
Até agora, a
legenda era o principal polo de oposição ao governo Bolsonaro, mas não defendia
sua retirada do Palácio do Planalto. Lula chegou a proferir frases como “ele ganhou as eleições e agora teremos que amargar porque sabemos que o
mandato é de 4 anos”.
A situação mudou de
figura no fim de semana, quando Bolsonaro participou de protestos contra o Congresso, o STF
(Supremo Tribunal Federal), e que pedia novo AI-5 (ato institucional número 5),
o instrumento que permitiu aos militares recrudescer a ditadura em 1968. As primeiras
manifestações pela deposição de Bolsonaro passaram nas redes sociais de
congressistas do PT já apareceram nas últimas horas. Por exemplo, dos
deputados Enio Verri (PT-PR),
líder da bancada, e Rogério Correia (PT-MG).
A reunião dos
deputados e senadores petistas com Lula estava marcada para 6ª feira
(24.abr.2020), disse ao Poder360 a
presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR). “Resolvemos adiantar para
o feriado [depois de ver os atos]”, afirma. O candidato do partido à
Presidência em 2018, Fernando Haddad (SP), também participou da conversa. Gleisi Hoffmann
explicou que a decisão tomada após o encontro virtual com o ex-presidente é uma
indicação ao diretório nacional do partido, que decidirá se o partido embarca
de vez na campanha pela queda de Jair Bolsonaro.
“Já há avaliação
crescente de vários membros do diretório, amanhã deve ter uma manifestação em
relação a isso”, disse a
presidente do partido. Perguntada se o
partido faria 1 pedido de impeachment na Câmara ou se apoiaria algum dos já
existentes, ela afirmou que o foco ainda é na mobilização da opinião pública.
As siglas de oposição conversaram sobre o tema nos últimos dias.
O entendimento
é que a derrubada de Bolsonaro é factível, mas precisa antes de 1 “acúmulo
político e institucional”. “Na realidade o
Bolsonaro tem um rol de crimes, crime de responsabilidade, crime comum, crime
eleitoral”, disse Gleisi
Hoffmann. Questionada sobre qual seria o papel de Lula na campanha contra o
presidente da República, ela respondeu: “O presidente Lula
sempre tem protagonismo, é a grande voz pública do partido dos trabalhadores,
da esquerda, da oposição”.
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