(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) |
DANIELLE BRANT
BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - O ex-candidato presidencial Ciro Gomes e o presidente do PDT,
Carlos Lupi, protocolaram nesta quarta-feira (22) um pedido de impeachment
contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua participação nos atos
de defesa de um novo AI-5.
Com isso, os
casos sob análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegam a 24,
incluindo pedidos de parlamentares do PSOL e um do deputado Alexandre Frota
(PSDB-SP), ex-aliado de Bolsonaro.
O documento de
Ciro e Lupi acusa Bolsonaro de cometer crime de responsabilidade por ter
incentivado atos contra Legislativo e Judiciário no último domingo (19). Na manifestação,
que pedia intervenção militar no país, apoiadores do presidente fizeram
críticas ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o
pedido, "a incitação de manifestação contra os Poderes constituídos, a
presença, apoio e endosso do presidente da República a pedidos de ruptura da
ordem constitucional, do fechamento do Congresso Nacional e do STF" e a
adoção de atos institucionais autoritários são uma "afronta ao princípio
da separação dos Poderes, sendo, portanto, crimes de responsabilidade".
O texto afirma
ainda que Bolsonaro descumpriu orientações da OMS (Organização Mundial da
Saúde), do Ministério da Saúde e de normas de estados e municípios quanto à
adoção de medidas de prevenção de contágio do coronavírus.
O pedido lembra
que a experiência em outros países demonstra que grande parte da população terá
contato com o vírus, mas que, ainda assim, é preciso tomar medidas para reduzir
a velocidade de contágio, de forma a impedir que o sistema de saúde entre em
colapso.
"As
atitudes mesquinhas do denunciado resguardam apenas os interesses escusos do
capital, no que se olvida que a fatura da pandemia da Covid-19 não pode ser
paga com vidas alheias, em patente desrespeito a direitos individuais e
sociais", afirma o texto.
O documento
estabelece que as condutas de Bolsonaro "encerram um atentado contra o
exercício dos direitos individuais e sociais, ao passo que também violam
patentemente as garantias individuais e os direitos sociais assegurados pela
Constituição Federal de 1988".
O pedido se soma
aos demais que estão na Câmara. Maia, hoje rompido com Bolsonaro, é o
responsável por analisar de forma monocrática se dá ou não sequência aos
pedidos de impeachment. Ele não tem prazo para tomar essas decisões.
Caso seja dada
sequência, o caso é analisado por uma comissão especial e, depois, pelo
plenário da Câmara. Somente com o voto de ao menos 342 dos 513 deputados é
autorizado que o Senado abra o processo.
Nesse caso,
Bolsonaro seria afastado até a conclusão do julgamento --ele perderia o mandato
caso pelo menos 54 dos 81 senadores votassem nesse sentido.
O Brasil já teve
dois episódios de impeachment: o de Fernando Collor (1992), que renunciou antes
da decisão final do Senado, e o de Dilma Rousseff (2016).
EM TEMPO: Bolsonaro é um político amostrado e todo ele gosta de ser paparicado e tem um viés fascista. Convém lembrar que quando Deputado Federal o Bolsonaro nunca foi chegado ao trabalho e quando participava de alguma Comissão Legislativa queria que os colegas do Parlamento fizessem por ele. Então governar tendo que conversar e dialogar com o Congresso, o Judiciário e a Sociedade, não é próprio da índole dos Fascistas. Prefere governar numa Ditadura para não ter questionamento, mais trabalho, para dar espetáculo e ameaçar e mandar prender/matar os adversários ou ex-aliados. Bolsonaro já disse que 70% da população tem que ser infectada e que as famílias que cuidem dos seus idosos. Será que vai morrer pouca gente? Se não fosse a autonomia de alguns governadores, o Congresso e o STF, a nossa situação estaria feia demais. Agora durmam com essa bronca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário