ESTADÃO - Redação
© Dida
Sampaio/Estadão O ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Depois de
confirmada a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta quinta-feira, dia 16, em meio à
pandemia do novo coronavírus, as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e
Brasília registraram panelaços contrários à saída do titular da pasta.
Na capital
paulista, houve manifestação pelo menos nos bairros Bela Vista, Vila Madalena,
Praça Roosevelt, Bela Vista, Barra Funda e Pinheiros. Foram registrados também
alguns gritos no bairro Jardins. No Rio, houve panelaço e gritos de protesto em
Copacabana, Botafogo, Cosme Velho, Flamengo, Glória, Laranjeiras e Santa Teresa.
Entre os xingamentos, houve quem chamou o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) de "genocida".
Alguns poucos manifestantes gritaram em apoio a Bolsonaro. Em Brasília, foram
registrados panelaços na Asa Norte.
Desde o início da
pandemia, houve panelaços quase que diários dirigidos contra o presidente. No
entanto, eles em geral ocorreram às 20h30. Já a manifestação frente ao
descontentamento com queda de Mandeta aconteceu por volta das 16h30, logo
depois de o médico comunicar sua demissão pelo Twitter.
Acabo
de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério
da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de
pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros.
Mandetta e
Bolsonaro protagonizaram uma série de desentendimentos após a chegada do novo
coronavírus ao Brasil, já que cada um defende uma abordagem diferente em
relação a como combater a pandemia. Enquanto o ministro e a maioria dos médicos
e epidemologistas defende medidas de fortes restrições sociais para evitar a
disseminação da doença, Bolsonaro gostaria de implementar o que chama de "isolamento vertical",
estratégia que procura isolar apenas pessoas que pertencem a grupos de risco,
mais sucetíveis a desenvlver quadro grave.
Levantamentos
mostram que a maioria da opinião pública era
favorável à permanência de Mandetta na Saúde. No contexto do combate à pandemia
do novo coronavírus, a popularidade do ministro começou a aumentar a partir de
meados de março. Tracking da Atlas indica que, ainda no mês passado, Mandetta
ultrapassou o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e se tornou o quadro mais bem
avaliado do governo.
Segundo fontes do Planalto, o
presidente deu início ao processo de substituição do médico depois de considerar uma provocação a entrevista do ministro ao programa Fantástico, no domingo, na qual cobrou uma “fala
única” do governo quanto às medidas de controle da pandemia.
O cargo será agora
assumido pelo oncologista Nelson Teich, que se
reuniu com Bolsonaro pela manhã. O médico foi consultor da área de saúde na
campanha de Jair Bolsonaro, em 2018, e é fundador do Instituto COI, que realiza
pesquisas sobre câncer. Em seu currículo, o
oncologista também registra ter atuado como consultor do secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Denizar Vianna, entre
setembro do ano passado e março deste ano. Teich e Vianna foram sócios no Midi
Instituto de Educação e Pesquisa, empresa fechada em fevereiro de 2019.
EM
TEMPO: Demorou, mas o Mandetta reconheceu a importância do SUS. Antes o mesmo questionava para defender a medicina privada.
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