ESTADÃO - Mateus Vargas e Patrik Camporez
BRASÍLIA –
Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para suceder
a Luiz Henrique Mandetta (DEM)
como ministro da Saúde, o
oncologista Nelson Teich afirmou no ano
passado que, na gestão do sistema de atendimentos, é preciso fazer escolhas.
Como exemplo, Teich questionou em quem vale investir: uma idosa, com doença
crônica e complicações, ou um jovem que tem “a vida inteira pela frente”. (vide o vídeo
abaixo, através do link: https://www.msn.com/pt-br/noticias/politica/novo-ministro-da-sa%c3%bade-j%c3%a1-prop%c3%b4s-escolha-entre-tratar-adolescente-ou-idosa-com-doen%c3%a7a-cr%c3%b4nica/ar-BB12Kk93?li=AAggXC1&ocid=mailsignout
Como você tem o
dinheiro limitado. Você vai ter de fazer escolhas. Vai ter de definir onde vai
investir. Eu tenho uma pessoa mais idosa, que tem doença crônica, avançada. E
ela tem uma complicação. Para ela melhorar, eu vou gastar praticamente o mesmo
dinheiro que vou gastar para investir num adolescente que está com problemas.
Mesmo dinheiro que vou investir. É igual. Só que essa pessoa é um adolescente,
que tem a vida inteira pela frente. A outra é uma pessoa idosa, que pode estar
no final da vida. Qual vai ser a escolha?”, disse Teich, sem concluir.
O oncologista ainda
não tomou posse no cargo, mas foi anunciado nesta quinta-feira, 16, por
Bolsonaro ao comando da Saúde. Ele assumirá a pasta após semanas de disputa
entre o presidente e Mandetta, em plena crise da covid-19. Na mesma fala em
que propôs escolher tratar uma idosa ou um adolescente, Teich disse que há dois
pontos “importantíssimos” na gestão da saúde. “O dinheiro é limitado e você tem
de trabalhar com essa realidade. A segunda coisa, as escolhas são inevitáveis.
Quais vão ser as escolhas que você vai fazer? Depois que você tem esse
conhecimento de quanto dinheiro você tem e qual a necessidade que você tem de
sanar, aí você aloca esse dinheiro”, disse.
Nelson Luiz Sperle Teich é formado em Medicina pela Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (UERJ), especialista em oncologia pelo Instituto Nacional do
Câncer e doutor em Ciências e Economia da Saúde pela Universidade de York, no
Reino Unido. Fundou e presidiu o
Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) entre 1990 e 2018. Foi consultor da
área de saúde da campanha de Bolsonaro à Presidência em 2018. Chegou a ser
cotado ao Ministério da Saúde à época. Atualmente é sócio da Teich Health Care,
uma consultoria de serviços médicos.
O oncologista conta
com apoio da classe médica e mantém boa relação com empresários do setor da
saúde. A expectativa é de que Teich traga dados que destravem debates “politizados”
sobre a covid-19.
Em outro vídeo, o
novo ministro da Saúde, Nelson
Teich, trata de forma crítica a situação política provocada pelo embate
entre seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, e o
presidente Jair Bolsonaro. “Eu acho que tem duas
coisas que as muito ruins em relação a isso. Primeiro, é você não ter uma
liderança, eu digo (no) País, que você perceba uma tranquilidade, você
perceba um equilíbrio”, disse. “E ai não estou falando especificamente do
presidente ou do Mandetta, eu estou falando da situação, porque numa situação
como essa em que se trabalha com enorme incerteza, modelos matemáticos,
análises, tudo é extremamente incerto.”
As declarações
foram dadas num bate papo promovido por uma empresa privada do setor de saúde,
que foi divulgado no canal do YouTube. Nessa conversa, Teich ponderou que havia
um falso dilema entre a defesa da economia e a da saúde num tempo de “extrema
crise”. “A saúde e a economia não são antagônicas. Foi criada uma situação em
que investir na saúde é (como se) não estivesse investindo na economia e
vice versa. São cooperativas”, afirmou. “Você vive uma época de guerra com
informação demais, que nem sempre é de qualidade.”
Ao insistir no
conflito entre Mandetta e Bolsonaro, o novo ministro disse que as informações
são “confusas”. “Esse conflito, onde você coloca um contra o outro, quando
deveriam estar abraçados, levando esse negócio juntos e passando o máximo de
tranquilidade possível, é ruim não só pela mensagem que é mandada à sociedade,
mas é ruim porque, provavelmente, você não tem a cooperação máxima possível”,
ressaltou. “É muito ruim.”
EM TEMPO: Nós idosos estamos "lascados", mas os poderosos pensam que não têm seus entes queridos em idade mais avançada. O próprio Bolsonaro já disse que as famílias que cuidem dos seus idosos. Porém, quem cuida da saúde de Bolsonaro é a infra-estrutura hospitalar militar e privada e os contribuintes que pagam impostos. São tão bonzinhos esses "testas de ferro" da burguesia. O que acham os idosos que votaram em Bolsonaro? Agora durmam com essa bronca.
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