Correio Braziliense
- Publicado em 24/03/2020 - 15:20 Vicente Nunes/Economia
Integrantes do Palácio do Planalto admitem que os dois nomes dos
paciente com testes positivos para o novo coronavírus sonegados à Justiça pelo
Hospital das Forças Armadas (HFA) podem ser os do presidente Jair Bolsonaro e
da primeira-dama, Michele.
Esses servidores dizem que a lista do HFA virou tabu dentro do Planalto.
A ordem é não passar qualquer informação sobre os exames do presidente e da
mulher dele “por questão de segurança nacional”. Mas o incômodo é grande, uma
vez que o Palácio se tornou uma das principais fontes de contaminação pelo
coronavírus em Brasília.
O último a ser contaminado foi um dos motoristas que atendem o presidente da República.
Ele deu entrada em um hospital de Brasília alegando estar com problemas
respiratórios, sintomas característicos da Covid-19.
O HFA sonegou os dois nomes à Secretaria de Saúde do Distrito
Federal, apesar de a Justiça ter determinado o repasse de todos os registros de
pessoas que foram testados positivamente para o coronovírus. Do total de 17
pessoas confirmadas com a Covid-19, somente 15 tiveram os nomes revelados à
Justiça.
Proteção à
intimidade
A sonegação dos dois nomes foi ressaltada em ofício encaminhado à
Justiça pelo comandante logístico do Hospital das Forças Armadas, general Rui
Yutaka Matsuda.
“Deixo de informar à V Exa. (juíza Raquel Soares Chiarelli), neste
documento, os nomes dos pacientes com sorologia positiva para a Covid-19, a fim
de evitar a exposição dos pacientes e em virtude do direito constitucional de
proteção à intimidade, vida privada, honra e imagem do cidadão”, escreveu
Matsusa.
Curiosamente, diante da insistência dos jornalistas em ter acesso aos
resultados dos exames de Bolsonaro, o governo restringiu o acesso a dados
públicos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). A Medida Provisória
tratando do tema foi editada na calada da noite.
Essa postura do governo ocorre mesmo depois de 23 pessoas que integraram
a comitiva presidencial para os Estados Unidos no início de março terem testado
positivo para o coronavírus.
A decisão de Bolsonaro de não dar transparência a seus exames para a
Covid-19 foi fechada com os filhos. O deputado Eduardo Bolsonaro é o defensor
mais enfático para que o governo esconda as informações.
EM TEMPO: O presidente Bolsonaro foi para os Estados Unidos, numa viagem dispendiosa e
desnecessária, onde assinou um acordo
militar com o senhor das “guerras”, Donald Trump, Presidente dos EUA, pondo em
risco o Brasil num conflito armado contra a Venezuela. Resultado, Bolsonaro e a
maioria dos integrantes de sua comitiva vieram
contaminados trazendo o “coronavírus” para o Brasil. Esse episódio prova mais
uma vez que a submissão de Bolsonaro a Trump, só traz desvantagem para o
Brasil.
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