MARCOS
CORRÊA/PR
Publicado em 24/03/2020 -
17:01 Correio Braziliense - Vicente NunesEconomia
Três nomes surgiram com força desde ontem na Esplanada dos Ministérios
para uma eventual demissão de Paulo Guedes do Ministério da Economia. O “Posto
Ipiranga” já não faz mais a cabeça do presidente Jair Bolsonaro e, sobretudo,
dos filhos dele. Os nomes que estão na lista de apostas são os do secretário do
Tesouro Nacional, Mansueto Almeida; do presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto; e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
No Palácio do Planalto, de superministro, Guedes passou a ser visto como
um estorvo. Os cães de guarda do presidente da República não perdoam o ministro
por ter colado a pecha em Bolsonaro de que ele quer “ferrar” os trabalhadores e
proteger os empresários. Guedes mandou sua equipe publicar uma Medida
Provisória, de número 927, na qual o artigo 18 previa a suspensão dos contratos
de trabalho e o não pagamento dos salários por quatro meses.
Para o grupo mais radical do Palácio, se a popularidade de Bolsonaro já
estava desabando por causa de seus equívocos na política de combate ao
coronavírus, agora, com a fatídica MP, a situação ficou mais complicada do que
nunca. Mesmo depois de mandar revogar o artigo 18 do documento, Bolsonaro
continuou apanhando por todos os lados, inclusive de defensores contumazes do
governo nas redes sociais.
Os que defendem a saída de Guedes do governo dizem que, se ele não foi
capaz de levantar a economia antes da pandemia do novo coronavírus, não será
agora, com o mundo todo em recessão, que conseguirá fazer a diferença. Essas
mesmas pessoas dizem que o presidente “perdeu o medo” de demitir Guedes, pois
os agentes econômicos que idolatravam o ministro reconhecem que ele perdeu o
bonde e está muito insensível à gravidade da situação econômica.
“Guedes disse que, se ele sair do governo, o dólar vai a R$ 7. Até iria
em outro momento. Agora, desprestigiado no governo e sem apoio no mercado, não
fará muita diferença”, diz uma pessoa próxima de Bolsonaro. Essa mesma fonte
acrescenta que os nomes de Mansueto, Campos Neto e Pedro Guimarães são
bem-vistos entre os donos do dinheiro. Portanto, não haveria grande turbulência
se o “Posto Ipiranga” fosse tocar em outras bandas.
EM TEMPO: O governo Bolsonaro está
mais perdido do que cego em tiroteio. Quando será que a população brasileira
vai acordar e decidir votar nos que realmente têm propostas e capacidade para
administrarem os municípios, os estados e a nação?
Nenhum comentário:
Postar um comentário