ESTADÃO - Bianca Gomes e Daniela Amorim
© Tiago Queiroz / Estadão
Panelaço contra Bolsonaro no
bairro Santa Cecília, em São Paulo
O presidente Jair Bolsonaro voltou
a ser alvo de protestos neste sábado, 21, em ao menos seis
grandes cidades do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba. É a quarta vez na semana que manifestantes convocam panelaços contra o
presidente, que hoje completa 65 anos. A hashtag
(palavra-chave) #PanelacoDeAniversario está entre os assuntos
mais comentados do Twitter.
As manifestações deste sábado começaram por volta
das 20h e foram planejadas pelas redes sociais, principalmente Twitter e WhatsApp. As frentes Brasil Popular e Povo Sem
Medo, formadas por centenas de movimentos sociais, sindicais e partidos de
esquerda, também convocaram o ato contra o presidente.
Em São Paulo, há relatos de manifestações nos
bairros Bela Vista, Vila Mariana, Lapa, República, Vila
Madalena, Vila Romana, Pompéia, Sumaré, Santa
Cecília e Perdizes. Moradores projetaram imagens do
presidente em prédios da capital com o escrito "Fora Bolsonaro"
e "Bolsonaro Acabou".
No Rio de Janeiro, moradores bateram panela em
diversos locais da cidade. Na
zona sul da cidade, os panelaços ocorreram em
bairros como Laranjeiras, Cosme Velho, Flamengo, Botafogo, Jardim
Botânico, Gávea e Copacabana. Os gritos também ecoaram na Tijuca, Grajaú e Praça
da Bandeira, na zona norte, e em Niterói, na região
metropolitana.
Há registro de panelaços também em várias quadras de Brasília: 303
norte, 406 norte, 210 norte, 309 sul.
Em Salvador, moradores se manifestaram
contra Bolsonaro nos bairros Imbuí e Brotas.
E tome panelaço no Imbuí
(Salvador)
Belo Horizonte teve panelaços nos bairros Sagrada Família, Lourdes e Cruzeiro.
No centro de Curitiba também há registro de manifestações neste sábado.
Crise
As manifestações contra Jair Bolsonaro ocorrem em
meio à crise do novo
coronavírus. Na última sexta-feira, 20, o presidente voltou a minimizar a pandemia da covid-19, que já matou mais de 10 mil pessoas no mundo, e tratou a doença como uma
“gripezinha”.
“Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que
vai me derrubar”, disse o presidente após o Estado questioná-lo,
em entrevista no Palácio do Planalto, a razão de ele não tornar público os
resultados dos seus exames. Para o ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, o sistema de saúde brasileiro
entrará em colapso em abril devido ao avanço da pandemia.
Na quarta-feira, 18, diante da convocação de
panelaços contra o seu governo, o mandatário classificou o movimento como
“espontâneo” e uma “expressão da democracia”. Ele ainda criticou a divulgação
da imprensa sobre os atos e citou um panelaço a favor do governo, que ocorreram em ao menos oito capitais.
Levantamento do Estado mostrou que
o governo de Jair Bolsonaro passou a ser alvo de panelaços nesta semana até em regiões que garantiram
ao presidente 80% dos votos no 2º turno contra Fernando Haddad (PT) em 2018.
/ COM FELIPE FRAZÃO E MARLLA SABINO
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