CORREIO BRAZILIENSE - Renato
Souza
© Carlos
Moura/SCO/STF De acordo com o ministro, a
liberdade é garantia prevista em cláusula pétrea
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF), afirmou, nesta
terça-feira (16/12), que o Congresso Nacional não pode mudar o entendimento
da
Corte sobre a prisão em segundo
grau de Justiça.
De acordo com o
ministro, a liberdade até trânsito em julgado é garantia prevista em cláusula pétrea, ou seja, que não pode
ser alterada, nem mesmo por meio de emendas à Constituição. "Por meio de
PEC, não poderia, pois é cláusula pétrea”, declarou o magistrado ao Correio.
"O artigo 60
da Constituição obstaculiza a votação de proposta de emenda que atenta contra
garantia individual. E essa é uma das maiores garantias”, completou.
A declaração do
ministro ocorre na véspera da instalação, na Câmara dos Deputados, de uma
comissão especial que vai analisar uma proposta de emenda à Constituição
(PEC) cujo objetivo é justamente regulamentar a prisão após condenação em
segunda instância. A comissão deveria ter sido instalada na semana passada,
mas seu início foi adiado por falta de
quórum.
Mudança de entendimento
Em 7 de novembro,
depois de cinco sessões de julgamento, o Supremo Tribunal Federal
(STF) decidiu vedar, por 6 votos a 5, a possibilidade da execução da prisão
após conde-nação em segunda instância de Justiça.
A Corte revisou o entendimento que valia desde 2016, o que gerou impacto
imediato em casos investigados pela operação Lava-Jato. Entre os beneficiados
com a manifestação do Tribunal está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que foi liberado no dia seguinte à decisão.
De acordo com o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a decisão atingiu 4.895 detentos em todos
os estados.
Além da PEC em
tramitação na Câmara, senadores tentam regulamentar a prisão após segunda
instância por meio de um projeto de lei.
EM TEMPO: Quando o eleitor for votar deve sempre escolher o melhor. No Congresso Nacional, além dos deputados e senadores de idéias atrasadas, independente de idade, ainda tem os Parlamentares do "Baixo Clero", os quais são desprovidos do mínimo conhecimento cultural, acadêmico, etc. Vamos melhorar a escolha, comece por sua cidade nas Eleições de 2020.
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