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O governo
Bolsonaro prometeu a parlamentares nesta terça-feira (3) liberar recursos de
emendas até o fim do ano para garantir as votações no Congresso.
Interlocutores do
Palácio do Planalto não falam em valores, mas parlamentares foram informados de
que haveria uma execução semanal de R$ 300 milhões, chegando a um total de
cerca de R$ 1,2 bilhão até o fim do ano.
No Congresso, há
uma revolta com o governo porque não houve liberação dos recursos que haviam
sido prometidos em troca da aprovação da reforma da Previdência. Os recursos das
emendas parlamentares são utilizados para que deputados e senadores irriguem
suas bases eleitorais, o que ganha ainda mais importância às vésperas das
disputas municipais de 2020.
O compromisso de
executar as emendas até o fim do ano foi anunciado em uma reunião na residência
oficial da presidência da Câmara com a participação do chefe da Casa, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do líder do
governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO). A oferta é uma
tentativa de destravar votações no Congresso. Deputados e senadores têm
derrubado vetos do presidente Jair Bolsonaro e imposto sucessivos adiamentos
das sessões.
Eles ameaçavam
agora não votar um conjunto de 24 projetos de lei que, juntos, abrem ao
Orçamento Fiscal da União créditos que somam cerca de R$ 20 bilhões para órgãos
do Executivo, Judiciário e Ministério Público. A sessão estava
marcada para as 11h desta terça. No entanto, a proposta só foi apresentada por
volta desse horário, o que levou ao cancelamento da sessão e posterior
remarcação para a tarde.
Os sucessivos
adiamentos de sessões do Congresso colocam em risco a votação do
Orçamento-2020. Se não for aprovado até o dia 22 de dezembro, último dia dos
trabalhos do Legislativo, o primeiro Orçamento do governo Bolsonaro pode ser
aprovado somente em fevereiro do ano que vem. Auxiliares do governo
dizem que a proposta orçamentária será votada em 17 de dezembro.
Indagados sobre a
proposta do Planalto para destravar a pauta, integrantes de partidos de centro,
principalmente na Câmara, apontam desorganização do governo e ponderam que os
trâmites na Caixa Econômica Federal demoram cerca de dez dias e que as questões
envolvendo dinheiro de emendas podem não ser resolvidas até o fim deste ano. A sinalização do
governo é de execução até o fim do ano, sem deixar estes valores como restos a
pagar para o ano seguinte.
MINIREFORMA
ELEITORAL
O Congresso tem na
pauta desta terça também uma série de dispositivos da minirreforma eleitoral
que foram vetados por Bolsonaro. Todos os vetos devem ser derrubados. Na semana passada,
os parlamentares derrubaram a maioria dos dispositivos que haviam sido vetados.
Mas alguns trechos foram destacados do conjunto de vetos para que fossem
analisados depois.
Na sessão desta
terça, serão votados 37 pontos que tratam de propaganda partidária em rádio e
TV, pagamento de multa com recursos públicos e prazo para aplicação de
inelegibilidade. Extinta em 2017
para a criação do fundo eleitoral, que injeta recursos públicos nas campanhas,
a propaganda partidária havia sido recriada pelo parlamentares.
Bolsonaro vetou
todos os pontos que tratam desse assunto sob a justificativa de que, ao
assegurar o acesso gratuito a tempo de rádio e televisão, a proposta aumenta a
renúncia fiscal e, consequentemente, majora a despesa pública sem o
cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória.
Além disso, o
governo afirma que a propositura do Legislativo não traz estimativa do seu
impacto orçamentário e financeiro, contrariando a Lei de Responsabilidade
Fiscal. Outro ponto vetado
é o que permite o uso do fundo partidário para pagamento de juros, multas,
débitos eleitorais e demais sanções aplicadas por infração à legislação
eleitoral ou partidária.
Para o Planalto, a
proposta ofende o interesse público por utilizar o fundo para a defesa de
interesses privados dos partidos, "desvirtuando a utilização dos recursos
destinados ao atendimento das finalidades essenciais da agremiação política,
como instrumento de efetivação do sistema democrático".
Também será
apreciado o veto ao trecho que estendia até a data da posse o prazo para
aferição das condições de elegibilidade dos candidatos, o que atualmente ocorre
no momento de pedido de registro da candidatura.
O governo diz que
este dispositivo gera insegurança jurídica para a atuação da Justiça Eleitoral. Na semana passada,
os parlamentares já derrubaram sete dispositivos que o presidente havia vetado
na minirreforma eleitoral. Apenas um item foi mantido.
Entre os trechos
retomados na sessão passada está a permissão para uso do fundo partidário para
gastos com passagens aéreas, independentemente de filiação partidária, para
eventos relacionados à legenda, como congressos, convenções ou palestras. Também foi
derrubado o veto ao trecho que trata da regra sobre a composição do valor do
fundo eleitoral usado para financiar campanhas. O valor final será definido na
votação do projeto de Orçamento da União para 2022.
O único veto
mantido foi ao trecho que permitia aos partidos políticos prestar contas por
qualquer sistema de contabilidade disponível no mercado. Como falta menos
de um ano para as eleições municipais, previstas para 4 de outubro de 2020, a
derrubada dos vetos não terá efeito na disputa do ano que vem. Assim, fica
mantido o texto sancionado por Bolsonaro.
Na sessão desta
terça, também está prevista a apreciação de veto a uma propositura que dava
preferência na ordem de pagamentos à indenização a marisqueiras
impossibilitadas de trabalhar por causa de desastres ambientais.
Da
FOLHAPRESS
EM TEMPO: No governo FHC essa prática não tinha sequer apelido. Porém, no governo do PT apelidaram de "Mensalão” e agora será o “Bolsolão”? Agora durma com essa
bronca (rsrsrs)
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