segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Todo repúdio ao golpe fascista na Bolívia!


Nota Política do Partido Comunista Brasileiro – PCB

A recém anunciada renúncia do Presidente Evo Morales foi o reflexo direto de um golpe de Estado, na forma de um movimento promovido pelos setores oligárquicos e pela direita boliviana, com o claro apoio do imperialismo estadunidense. 
Acusando supostas fraudes na eleição, a oposição insuflou setores conservadores e de alta renda da população e canalizou insatisfações localizadas para atacar as conquistas do povo boliviano, que, ao longo dos três mandatos anteriores concedidos pelo voto popular a Evo, apoiados vigorosamente pelos movimentos sociais organizados e em luta, obteve significativas melhorias nas condições de vida, com destaque para os segmentos de baixa renda e as comunidades indígenas. Houve ainda importantes avanços nas liberdades democráticas, com incentivo à maior participação popular e justiça social, buscando superar processos históricos anteriores marcados por sucessivas ditaduras militares a serviço dos interesses oligárquicos e imperialistas.
O Partido Comunista Brasileiro denuncia e repudia veementemente o golpe operado no Estado Plurinacional da Bolívia. Evo Morales havia sido reconduzido democraticamente ao comando da Nação, no primeiro turno da última eleição presidencial. Repudiamos o motim da polícia e os ataques fascistas e racistas às comunidades indígenas, que incluíram a queima de residências por parte dos grupos reacionários, os quais ignoraram solenemente a postura de Evo Morales, que buscou o diálogo político entre o governo e as oposições e chegou a apresentar a proposta de realização de novas eleições gerais precedidas de uma renovação total dos organismos eleitorais, tentando assim evitar a generalização dos confrontos violentos no país. Mais uma vez na história se comprova que, no trato com o fascismo, o diálogo é inútil.

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O PCB entende que se faz necessária a mais forte mobilização dos movimentos populares, das organizações sindicais, das comunidades indígenas e do conjunto das trabalhadoras e dos trabalhadores bolivianos para, mantendo-se organizados e atuantes, seguir adiante na luta contra as oligarquias e o grande capital, que desejam destruir os avanços conquistados na organização popular, derrotar a soberania do país, fazer retroceder os direitos sociais para poderem superexplorar os trabalhadores. Externamos todo o nosso apoio ao povo boliviano na luta pela emancipação plena frente aos ditames do capitalismo, à sanha do imperialismo e das grandes empresas internacionais, que querem a privatização, em favor de seus lucros, das reservas e dos direitos de exploração de riquezas minerais da Bolívia.
Conclamamos as forças democráticas, progressistas e de esquerda latino-americanas e mundiais a manterem-se articuladas no apoio às organizações e aos movimentos populares bolivianos em sua luta pelos direitos sociais e pela soberania da Bolívia. Entendemos que a evolução do processo boliviano, assim como o de outras experiências reformistas/progressistas recentes ou em curso na América Latina, deixam claros os seus limites de avanço nos marcos do capitalismo e da democracia burguesa, impondo a necessidade de afirmar, como centro da luta política, a construção revolucionária do Poder Popular no rumo do Socialismo.



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