Brasil de Fato | São Paulo (SP)
Paulo Paulino foi assassinado dentro de terra indígena; “governo
Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos”, diz APIB.
Paulo Paulino
integrava um grupo de agentes florestais indígenas conhecido como “Guardiões da
Floresta” / Sarah Shenker/Survival International/Reprodução.
O indígena Paulo Paulino Guajajara foi assassinado por madeireiros na última
sexta-feira (01.11.2019) na região de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão. Paulo,
que também era conhecido como “Lobo Mau”, integrava um grupo de agentes
florestais indígenas conhecido como “Guardiões da Floresta”.
Segundo informações
de entidades, o grupo teria sido emboscado dentro de seu próprio território,
entre as aldeias Lagoa Comprida e Jenipapo, na Terra Indígena Araribóia. Paulo
teria sido morto com um tiro no rosto após “intenso confronto”. O corpo de
Paulino teria permanecido um longo período no local de sua morte por
impossibilidade de ser retirado, por conta da situação de violência contra os
indígenas na área.
Outro guardião,
Laércio Guajajara, foi ferido e está hospitalizado em situação estável. Um dos
madeireiros que realizaram a emboscada também teria sido morto – o corpo segue
desaparecido. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Segurança
Pública do Maranhão encaminharam agentes para o local.
Os guardiões Paulino
e Laércio haviam se afastado da aldeia para buscar água, quando foram cercados
por pelo menos 5 homens armados, que de início já dispararam dois tiros contra
os indígenas, segundo o relato de uma testemunha.
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Em nota, a
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), afirmou que o caso confirma
que “o governo Bolsonaro tem sangue indígena em suas mãos, o aumento da
violência nos territórios indígenas é reflexo direto de seu discurso de ódio e
medidas contra os povos indígenas do Brasil”.
“Nossas terras estão
sendo invadidas, nossas lideranças assassinadas, atacadas e criminalizadas e o
Estado Brasileiro está deixando os povos abandonados a todo tipo de sorte com o
desmonte em curso das políticas ambientais e indigenistas”, continua o texto.
“Não queremos mais
ser estatística, queremos providências do Poder Público, dos órgãos que estão
cada vez mais sucateados exatamente para não fazerem a proteção dos povos que
estão pagando com a própria vida por fazer o trabalho que é responsabilidade do
Estado. Exigimos justiça urgente!”, declarou a liderança indígena Sônia
Guajajara.
Em breve, mais
informações.
Edição: Rafael
Tatemoto
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