© Fotomontagem RFI |
RFI
O jornal Libération desta
quarta-feira (28.08.2019) traz uma matéria de página dupla sobre a queda de
popularidade de Jair Bolsonaro. No título, a publicação diz que a simpatia pelo
presidente brasileiro “virou fumaça”, vinculando as últimas pesquisas de
opinião pública às queimadas na Amazônia.
A correspondente do
Libé no Brasil, Chantal Rayes, relata que após perder total credibilidade no
cenário internacional, o presidente Jair Bolsonaro passou a contar somente com
o apoio de sua ala mais radical. “Ele é o chefe de Estado mais detestado no
mundo. O Brasil nunca chegou a passar por uma crise de imagem tão grave, mesmo
durante a ditadura”, afirma o ex-diplomata Rubens Ricupero.
A jornalista lembra
que boa parte da reputação internacional do Brasil vem da proteção da maior
floresta tropical do planeta, conhecida com o pulmão do mundo. “Bolsonaro
acreditou, erroneamente, que a promessa de mudar as políticas do Ministério do
Meio Ambiente para fortalecer o agronegócio, havia recebido o aval da maioria
do povo brasileiro”, conta Chantal. “No entanto, em uma recente pesquisa, 96%
dos entrevistados são a favor de regras mais duras contra o desmatamento”,
ressalta.
Popularidade despencou
Com isso, a cota de
popularidade de Bolsonaro nunca esteve tão baixa. Pela primeira vez, os
brasileiros que julgam seu governo como ruim ou péssimo passaram a ser maioria
(54% em agosto, contra 28% em fevereiro). Já o número de opiniões favoráveis
passou de 57,5% à 41%. “Cada vez mais brasileiros têm vergonha de Jair Bolsonaro”,
afirma o ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro. “Muitos se arrependem
de ter votado nele”, ressalta.
Até mesmo
exportadores agrícolas criticam as atitudes do presidente brasileiro. Essas
empresas, que batalham há anos para desvincular suas marcas do desmatamento,
fazem pressão sobre Bolsonaro para tentar levá-lo de volta à razão. Com o
objetivo principal de garantir que o acordo entre a União Europeia e o Mercosul
não seja comprometido.
Macron sai fortalecido no cenário
internacional.
Os embates com o
presidente francês, Emmanuel Macron, ajudaram Bolsonaro a fidelizar o seu
eleitorado mais radical, “o único que o interessa”, segundo Renato Janine
Ribeiro. “Mas politicamente, Bolsonaro permitiu que Macron melhorasse sua
imagem internacional perante os defensores ecológicos”, afirmou.
Agora, Bolsonaro
fará de tudo para deixar a França de fora de discussões sobre a preservação da
Amazônia, buscando ajuda em aliados, como os Estados Unidos e Israel, “os dois
únicos países que contam para ele”, conclui Renato Janine Ribeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário