domingo, 21 de julho de 2019

Deltan sugeriu que Moro protegeria Flávio Bolsonaro em investigação de corrupção

Foto Fábio:Teixeira/AFP/Getty Images

Redação Notícias,Yahoo Notícias 

Flávio Bolsonaro é investigado por esquema de corrupção envolvendo Queiroz, um ex-assessor da época de deputado estadual no RJ 

O coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, concordou com a avaliação de procuradores do Ministério Público Federal de que Flávio Bolsonaro mantinha um esquema de corrupção quando foi deputado estadual do Rio. Pelo menos é o que mostram as novas mensagens vazadas pelo The Intercept Brasil neste domingo (21).
Dallagnol afirmou que o hoje senador, filho do presidente, seria implicado no esquema, mas tinha uma preocupação: que Moro não preseguisse a investigação por pressões políticas.
"Moro deve aguardar a apuração e ver quem será implicado. Filho certamente. O problema é: o pai vai deixar? Ou pior, e se o pai estiver implicado, o que pode indicar o rolo dos empréstimos?", escreveu o coordenador no dia 8 de dezembro de 2018, após compartilhar uma reportagem do UOL sobre o envolvimento de Flávio e dos repasses suspeitos de Michelle Bolsonaro ao ex-assessor Queiroz.
A situação com Sergio Moro fez Deltan questionar outros procuradores em chats privados sobre como falar, caso fossem questionados sobre as investigações. O próprio chegou a dar sugestões, mas concluiu que "só pode ser lido como chapa branca.”
O procurador Roberson Pozzobon concluiu: “O silêncio no caso acho que é mais eloquente".
Caso Queiroz: Flávio Bolsonaro tinha ex-assessor laranja?
Um Relatório do Coaf, finalizado em janeiro de 2018, mostrou que Fábrio Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro quando deputado estadual, movimentou R$ 1,2 milhão de janeiro de 2016 a janeiro de 2017.
Entre junho e julho de 2017, foram feitos depósitos no valor de R$ 2 mil. O fato de terem sido feitos de forma fracionada desperta a suspeita de ocultação da origem do dinheiro, segundo o Coaf.
O mesmo documento identificou 48 depósitos em um mês na conta de Flávio, no total de R$ 96 mil. As movimentações financeiras atípicas apontadas pelo Coaf ocorreram durante o mandato de Flávio como deputado estadual.
Na última terça-feira (21), o presidente do Supremo Dias Toffoli suspendeu todos os inquéritos que tenham partido de dados detalhados compartilhados por órgãos de controle, como o Coaf.
A decisão paralisou a investigação do caso.

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