15 de maio de 2019
Jornal O Poder Popular
Os militantes do
Partido Comunista Brasileiro (PCB), juntamente com a União da Juventude
Comunista (UJC), a Unidade Classista, o Coletivo Feminista Classista Ana
Montenegro, Coletivo Negro Minervino de Oliveira e Coletivo LGBT Comunista
estiveram presentes nos atos realizados em todo o país em defesa da educação
pública e contra os cortes do governo Bolsonaro (PSL) às instituições federais
de ensino.
Dando continuidade à
política econômica de ajuste fiscal e implementando sua política reacionária de
censura e perseguição ideológicas, o Governo Bolsonaro anunciou cortes
orçamentários para área de humanas e corte de, no mínimo, 30% no orçamento de
todas as instituições públicas de ensino superior do país, além de incentivar o
ódio ao conhecimento e o desrespeito aos profissionais da educação, orientando
que filmem professores/as em seu local de trabalho, sem autorização dos/as
mesmos/as.
Tais medidas
exemplificam como a atual política econômica ultraliberal, pautada pelos
ditames da radicalização no corte dos investimentos sociais e na privatização
de políticas públicas, se relaciona com métodos antidemocráticos do governo.
Por detrás do discurso anti-intelectual, irracional e anticientífico, está um
projeto de educação a serviço da total entrega do país e suas instituições aos
grandes conglomerados internacionais, ao capital financeiro e aos centros
imperialistas. Atacar os avanços conquistados na educação pública é, na
prática, transformar o Brasil numa semicolônia a serviço de especuladores,
corruptos e lacaios dos EUA.
A este quadro
desolador soma-se a proposta de reforma da previdência que, na prática, irá
extinguir a previdência pública. A reforma atingirá não só os profissionais da
educação como o conjunto da classe trabalhadora e a população mais pauperizada
do país que depende dos recursos da seguridade social, um direito histórico tão
duramente conquistado pelos/as trabalhadores/as.
A Greve Nacional da
Educação, marcada para esta quarta, 15 de maio, foi apontada pela CNTE
(Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), reafirmada no III
Encontro Nacional de Educação (III ENE) e pelo Fórum Sindical, Popular e de
Juventude pelos Direitos e pelas Liberdades Democráticas – importante espaço de
unidade de ação e de reorganização da classe trabalhadora, uma data
preparatória da greve geral do dia 14 de junho, já convocada pelas centrais
sindicais.
Centenas de milhares
vão às ruas em todo o Brasil
Em Fortaleza, o ato
teve início com uma concentração popular na Praça da Bandeira, no Centro,
passando pelo campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará (IFCE) e encerrando no cruzamento das avenidas 13 de Maio com
Universidade, onde está a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ao
final do ato, o camarada Régis Pinheiro, do Centro Acadêmico de Letras da UECE
e militante da UJC, falou sobre a necessidade da luta e denunciou os ataques no
âmbito estadual, onde o governador Camilo Santana (PT) tem feito uma política
de desmantelamento das universidades estaduais. Cerca de 100 mil pessoas
participaram do protesto.
Em Salvador (BA),
cerca de 50 mil pessoas participaram do ato, iniciado no Largo do Campo Grande
e concluído com passeata até a Praça Castro Alves. Na Paraíba, as instituições
públicas de ensino básico e superior suspenderam as atividades em protesto
contra os cortes na Educação. Além da capital, houve protestos em municípios
como Campina Grande, Rio Tinto, Bananeiras e Areia.
O 15M sacudiu o
Estado de São Paulo com protestos nas ruas e paralisações em diversos locais de
trabalho, em várias cidades. Na Baixada Santista não foi diferente: começou
forte e de maneira unificada! Logo cedo, em Cubatão, houve paralisação na
Refinaria da Petrobras de petroleiros diretos e terceirizados. Somaram-se ao
Sindipetro diversas categorias como metalúrgicos, construção civil, Comissão de
Desempregados, servidores municipais e do Judiciário Estadual. Às 11 horas, nas
escadarias do Fórum de Santos, os servidores do Judiciário Estadual contaram
com a presença de estudantes da Unifesp e outras faculdades, servidores do
Judiciário Federal, professores da rede privada de ensino, bancários e
petroleiros. Às 18 horas, aconteceu o Ato Unificado em Defesa da Educação, na
Estação Cidadania, em Santos, na avenida Ana Costa.
Em Piracicaba, a
praça José Bonifácio ficou lotada com 3,5 mil estudantes e trabalhadores da
educação. O estudante Gabriel Colombo, diretor da Associação Nacional de
Pós-graduandos (ANPG) e militante do PCB, discursou, denunciando o projeto de
destruição da educação pública, para favorecer os interesses do grande capital.
Em Campinas, secundaristas, professores municipais e estaduais, trabalhadores e
estudantes da Unicamp e PUC realizaram ato público que já é considerado um dos
maiores que o município viu nos últimos anos.
Em Sorocaba, aproximadamente
5 mil pessoas, entre pais, mães, professores e funcionários da educação
pública, lotaram a praça Cel. Fernando Prestes desde às 9h e depois seguiram em
passeata pelas ruas do centro da cidade. Em São Carlos, a multidão se
concentrou na Praça Coronel Salles e se deslocou pela avenida São Carlos até a
Baixada do Mercado. O protesto foi convocado pelos alunos, professores e
profissionais das universidades públicas de São Carlos e teve grande adesão na
cidade. Cerca de 15 mil pessoas participaram da manifestação.
A Avenida Paulista,
centro da cidade de São Paulo, foi palco de gigantesca manifestação,
aglomerando dezenas de milhares de manifestantes, que para lá confluíram após
atos públicos realizados nas universidades e escolas públicas. Estudantes,
trabalhadores, trabalhadoras, militantes dos mais diferentes movimentos e de
partidos de esquerda foram à luta contra os cortes da educação pública e os
ataques do Governo Bolsonaro aos direitos sociais e políticos.
No centro de Belo
Horizonte (MG), o ato unificado agrupou mais de 250 mil pessoas, reunindo
estudantes e trabalhadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da
universidade Estadual e do CEFET, assim como trabalhadores e trabalhadoras de
outros setores. Em diversos municípios do Estado houve paralisações e
protestos, os quais contaram com a participação da UJC, da Unidade Classista,
militantes e coletivos do PCB.
Em Florianópolis
(SC), mais de 10 mil pessoas ocuparam o Largo da Catedral desde as 14 horas e
partiram em marcha pelas ruas da cidade, contando com a presença de estudantes,
professores e técnicos em educação da Universidade Federal de Santa Catarina,
do Instituto Estadual de Educação (IEE), da Unisul e de diversas escolas, que
participaram da Aula Pública regida pela professora de Matemática do IFSC,
Elenira Vilela, feminista, militante política e filha de professores
perseguidos e torturados pela ditadura militar sobre o desmonte da rede pública
federal e os ataques à educação.
Em Porto Alegre, a
movimentação foi grande na Faculdade de Educação da UFRGS pela manhã, de onde
estudantes e professores partiram para o ato unitário, no início da tarde, com
abraço à universidade e ao Instituto de Educação, além da caminhada nas ruas do
centro.
No Rio de Janeiro, os
petroleiros iniciaram o dia realizando atos, paralisações e atrasos na rendição
de turnos, em protesto contra a venda de oito refinarias, contra o aumento dos
combustíveis, contra a reformada Previdência e contra os cortes de verbas da
Educação e o desmonte promovido pelos entreguistas Jair Bolsonaro, Paulo Guedes
e Roberto Castello Branco. À tarde, grande manifestação na Candelária reuniu
estudantes e profissionais da Educação das universidades públicas, institutos
federais, escolas estaduais, municipais e privadas, além de trabalhadores das
mais distintas categorias. A Unidade Classista, a UJC, o Coletivo Feminista
Classista Ana Montenegro e o Coletivo Negro Minervino de Oliveira se fizeram
presentes com suas bandeiras e utilizaram da palavra no ato público.
Em Garanhuns/PE, os manifestantes se concentraram na Praça Souto Filho (Fonte Luminosa), partindo em caminhada até o Centro da Cidade, especificamente no Espaço Cultural Luís Jardim (Marco Zero).
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