Por Robson Ferreira
Da esquerda para à direita: Edjenalva (primeira Dama), Prefeito Ivo Amaral. cantor e compositor Luiz Gonzaga, ...
A história de Garanhuns é fantástica, pelo seu povo, beleza, clima e por
se localizar em um lugar privilegiado entre Sete Colinas. A nossa cidade era
para estar em um patamar mais elevado, não fosse os nosso governantes, onde já
tivemos altos e baixos, uns destroem o trabalho de outros e fazem o que querem
sem consultar a população. Existem muitas ações e decisões políticas que são
tomadas e decididas às escuras sem o conhecimento do povo. Mas, mesmo assim,
Garanhuns resiste a essas decisões que muitas vezes não condizem com a nossa
época, e muitas das vezes não crescemos, estacionamos e até retrocedemos. Ao
meu ver temos que estar sempre evoluindo. Torcemos que políticos voltem a
defender e lutar pelo desenvolvimento desta terra e o bem-estar de todos que nela
habitam e não queiram empurrar qualquer coisa a seu gosto, querendo tão
somente que a população aceite.
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Não é possível que um governo invista apenas em
um setor e esqueça os demais. Hoje existem obras inacabadas com poucos
investimentos e que são necessárias para a maioria da população e o melhor
desenvolvimento do município, com cem anos de atraso e outras que só favorecem
a uma minoria ou uma classe cujo investimentos são altíssimos.
Hoje retrocedemos no que desrespeito ao aniversário de Garanhuns
enquanto cidade. É que desde 2014 comemoramos em março o aniversário da Vila da
Santo Antônio de Garanhuns que em 10 de março de 1811 foi elevada à categoria
de Vila! Nesse aspecto retrocedemos, pois a Câmara aprovou como sendo o dia de
Garanhuns, descartando o 4 de fevereiro de 1879 quando Garanhuns de fato deixa
de ser Vila e passa a ser Cidade. Como seria Garanhuns hoje se ainda fosse
Vila?
O CENTENÁRIO DE GARANHUNS
Nas eleições de 15 de novembro de 1976, eram 6 os candidatos na disputa
para Prefeito desta cidade, e na época existiam apenas dois partidos (ARENA E
MDB), os candidatos da ARENA eram: Ivo Tinô do Amaral, José Inácio Rodrigues e
Francisco Ribeiro, e pelo MDB; Ivan Rodrigues, Humberto de Morais e Dinaldo
Isaac de Macedo, todos em seus respectivos comícios falavam da festa do
Centenário de Garanhuns que fariam se fossem eleitos. Essa festa foi realizada
pelo prefeito eleito Ivo Amaral com uma vasta programação jamais vista em
Garanhuns. Foram 8 dias de festa iniciada no dia 28 de janeiro com encerramento
em 4 de fevereiro de 1979. Ivo Amaral formou a Comissão do Centenário que
elaborou uma extensa programação, com tudo que era necessário para a festa a
altura do centenário desta cidade. Em suas palavras, o Prefeito do então
centenário, Ivo Amaral que nos deu a honra de entrevistá-lo, falou de todos
os preparativos e da realização da grande festa dos cem anos da cidade de
Garanhuns. "Me senti muito honrado em ser o Prefeito do Centenário, tanto
que me preparei para a grande comemoração, e fizemos uma extensa programação a
altura da emancipação política de Garanhuns. Nesta programação nós priorizamos
a cultura, o turismo e o desenvolvimento social, trouxemos grandes escritores e
jornalistas para fazer conferências, e quem abriu a programação foi
Gilberto Freyre, um dos maiores escritores do Brasil, seguido de muitos outros
do mesmo nível. Fizemos torneio de futebol, shows com Dominguinhos que abriu os
festejos no dia 28 de janeiro, e Luiz Gonzaga encerrou no dia 4 de fevereiro.
Uma curiosidade: Quando fui contratar Luiz Gonzaga para a abertura, o mesmo
pediu para que eu contratasse um jovem cantor que era da terra e era muito
amigo, foi quando conheci Dominguinhos, e Luiz Gonzaga sugeriu que Dominguinhos
abrisse a festa e ele (Luiz) encerrasse, e assim ei fiz e foi um sucesso
estrondoso. Fizemos uma festa multicultural digna do aniversário de
Garanhuns" destaca Ivo.
Houve muitas outras atrações ao longo dos oito dias, e só para se ter
uma ideia, a Orquestra Sinfônica do Recife se apresentou pela primeira
vez no interior de Pernambuco e fez uma belíssima apresentação em Garanhuns.
Ivo conseguiu trazer Frei Damião pela primeira vez nesta cidade. Com relação a
mudança da data do aniversário da cidade ignorando totalmente o 4 de fevereiro,
Ivo dá sua opinião: "Eu fui surpreendido com essa história toda, e não me
manifestei porque achei que isso era uma excrescência isso partiu de
alguns políticos de nossa cidade e de determinados comerciantes que foram
os mais beneficiados, porque queriam acabar com o feriado que está na
constituição, e os municípios têm direito de decretar 4 feriados, inclusive o
aniversário da cidade, e essa lei vigorou durante muitos anos, e todos os
prefeitos respeitaram e comemoraram. De fato em 1811 Garanhuns era um povoado próspero
e foi elevado à Vila, mas, só em 4 de fevereiro de 1879 o Barão de Nazaré
passou um mês aqui se tratando e quando voltou ao Recife apresentou um projeto
e Garanhuns foi elevado à categoria de cidade, em seguida, após arrumarem a
documentação toda, fizeram a primeira eleição e o Major Antônio da Silva Souto
foi eleito pelo voto popular, o primeiro prefeito constitucional de Garanhuns,
e a cidade teve sua primeira Câmara Municipal, hoje é uma cidade que pela
constituição não existe, não tem o feriado municipal da emancipação política
administrativa, então isso que criaram é inconstitucional por que em parte
nenhuma no mundo se comemora a elevação de povoado à Vila, e sim de Vila à
Cidade, e foi o que eu fiz. Andaram dizendo que fui eu quem criou isso e não
foi assim, isso é a história de Garanhuns, eu apenas tive a sorte de ser eleito
no período do Centenário de Garanhuns" afirma Ivo Amaral. O fato mais
engraçado é que não se tem registros de comemoração entre 1811 a 1879 no
período em que Garanhuns foi Vila.
Transcrito do Jornal Cidade de 26 de janeiro de 2019.
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