Em 01.02.2019
Candidato do Psol à Presidência da Câmara também
falou de responsabilidades em Brumadinho.
LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Marcelo Freixo:
"Essa democracia está ainda mais ameaçada agora quando ganha a eleição
para a Presidência aluguem que não tem compromisso com a democracia".
A estreia de Marcelo Freixo (PSol-RJ) na Câmara dos Deputados se propôs a
dar um norte para a oposição ao governo Bolsonaro. Nos 12 minutos que teve para expor sua
candidatura à presidência da Casa, disparou: “Aqui homenageia Rubens Paiva, não
homenageia torturador”.
É uma referência ao discurso do então
deputado Jair Bolsonaro na votação da admissibilidade do impeachment de Dilma
Rousseff. Na época, o parlamentar prestou homenagem ao coronel Brilhante Ustra,
chefe do centro em que a ex-presidente foi torturada.
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Os ataques ao governo do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) seguiram: “A Rede tem uma deputada, Joênia Wapichana, mas
uma deputada que eu não trocaria por bancadas inteiras. Ela é a única indígena,
em um momento em que o governo absolutamente autoritário quer que demarcação de
terra indígena seja feita pelo latifúndio. Um governo que não tem consciência
histórica, que age contra as minorias e não tem qualquer compromisso com a
democracia”.
O deputado insistiu
na fragilidade da democracia.
Ele destacou que só 5 presidentes eleitos de forma direta, secreta, concluíram
o mandato ao longo de 130 anos de República.
“Essa democracia está ainda mais
ameaçada agora quando ganha a eleição para a Presidência alguém que não tem
compromisso com a democracia. Essa Casa tem homenagem a Rubens Paiva, não tem
homenagem a torturador. Essa Casa homenageia Rubens Paiva para que a gente
tenha memória, para que a gente não esqueça que o primeiro lugar a ser fechado
em um regime autoritário é o Parlamento.”
A renúncia de Jean Wyllys ao mandato e
o assassinato da vereadora Marielle Franco, ambos do PSol, também foram
considerados por Freixo exemplos de fragilidade da democracia. Ele destacou que
Wyllys está sendo “ameaçado brutalmente pelo crescimento da intolerância, da
violência, da homofobia”.
O deputado finalizou com uma reflexão:
“Se essa Casa tivesse recebido o movimento de atingidos por barragens e
investido lá mais que com representantes da Vale, talvez a gente não tivesse
hoje contando corpos em Brumadinho”.
Presidência da
Câmara
Candidato à presidência da Casa, Freixo
reconheceu que não há consenso entre a esquerda em torno de seu nome. O
parlamentar aproveitou o discurso para dar um puxão de orelha no PCdoB e no
PDT, que não integraram o bloco da oposição e fecharam acordo com o atual
presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Infelizmente não estamos juntos nesse
bloco, mas não tenho dúvida de que estaremos juntos nas lutas”, disse. Segundo
ele, haverá oportunidade para que esses partidos repensem a decisão e possam
integrar um bloco ao longo da legislatura em defesa das pautas historicamente
defendidas pela esquerda.
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