Antes mesmo de
tomar posse, o novo presidente já anunciou as principais medidas de seu
governo, que visam a intensificar a exploração da classe trabalhadora para
favorecer os interesses dos capitalistas já foram anunciadas: a contrarreforma
da previdência, as privatizações e terceirizações, a ratificação e o
aprofundamento da contrarreforma trabalhista, a extinção do Ministério do
Trabalho, a implantação da carteira verde e amarela, a criminalização dos movimentos
sociais e perseguições aos sindicatos e partidos de esquerda.
Os governos e
os jornais dizem, faz tempo, que a Previdência está “quebrada”, mas a verdade é
que o tal “rombo da previdência” é menor do que a dívida das grandes empresas.
Dizem que a previdência tem um déficit de R$ 268 bilhões de reais. Enquanto
isso, as 500 maiores devedoras da Previdência somam uma dívida de R$ 424
bilhões de reais! Só a dívida dos grandes bancos ultrapassa R$ 7 bilhões de
reais!
Nenhum governo
cobrou essa dívida. Pelo contrário, nos últimos anos, todos os governos
oferecerem a estas mesmas empresas devedoras isenções e vantagens fiscais.
Usaram o dinheiro do povo para encher os bolsos dos banqueiros e investidores
da Bolsa de Valores! Mas a enganação é ainda maior.
Mesmo com tudo
isso, os cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita
Federal do Brasil afirmam que não existe rombo. Governantes e mídia burguesa
manipulam os dados e excluem do cálculo oficial da Previdência várias fontes de
arrecadação da seguridade social. Na verdade, sobra dinheiro, não falta. Com o
governo de Bolsonaro não vai ser diferente: em vez de cobrarem as dívidas dos
monopólios capitalistas, querem que o trabalhador pague o pato!
A privatização total da Previdência
A proposta de
Bolsonaro e do seu ministro banqueiro, Paulo Guedes, é a tal “capitalização” da
Previdência. Eles contam várias mentiras para enganar a classe trabalhadora,
dizendo que esse projeto vai aumentar a segurança e o rendimento da previdência
popular. Mas, na verdade, só quem ganha com esse projeto são os banqueiros.
A tal
“capitalização da Previdência”, apesar do nome difícil, é uma coisa simples:
significa passar a gestão da Previdência para as mãos dos grandes bancos. Com
isso, eles poderão especular e realizar suas orgias financeiras com bilhões de
reais de dinheiro do povo. Esses mesmos bancos que devem bilhões para a
Previdência, que cobram juros e taxas absurdas e que lucram trilhões de reais
todo ano enquanto o mundo afunda numa crise que eles mesmos causaram…
Como será que
eles cuidarão da Previdência dos trabalhadores? Só existe um país no mundo todo
que já fez o que Paulo Guedes está propondo: o Chile. Lá, onde a previdência
capitalizada já existe há muitos anos, o resultado é catastrófico. Com as falências
e reviravoltas da Bolsa de Valores, os trabalhadores e trabalhadoras correm
sempre o risco de ver o dinheiro de sua aposentadoria evaporar. Muitas pessoas
que passaram anos pagando a previdência terminam a vida na miséria. O Chile é o
país onde mais idosos se suicidam todos os anos. Enquanto isso, os bancos
gestores desses fundos de previdência continuam lucrando muitos bilhões de
dólares...
Só a luta organizada pode barrar essa insanidade
No ano de
2017, o governo Temer tentou aprovar a reforma da previdência, que previa
vários ataques aos direitos da classe trabalhadora. Em uma das maiores greves
gerais da história do país, a paralisação do dia 28 de abril forçou o governo e
os deputados a recuar e adiar o projeto. Agora, após a eleição de um presidente
que deseja aplicar uma proposta ainda pior, de total privatização da
previdência e destruição da aposentadoria pública, é preciso organizar novas e
grandes mobilizações, resistindo nas ruas e preparando a greve geral contra
esses ataques aos nossos direitos!
Fonte: Jornal Poder Popular nº 37
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