terça-feira, 15 de janeiro de 2019

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA DE BOLSONARO: CAPITALIZAÇÃO DA APOSENTADORIA PARA FAVORECER OS BANQUEIROS


Antes mesmo de tomar posse, o novo presidente já anunciou as principais medidas de seu governo, que visam a intensificar a exploração da classe trabalhadora para favorecer os interesses dos capitalistas já foram anunciadas: a contrarreforma da previdência, as privatizações e terceirizações, a ratificação e o aprofundamento da contrarreforma trabalhista, a extinção do Ministério do Trabalho, a implantação da carteira verde e amarela, a criminalização dos movimentos sociais e perseguições aos sindicatos e partidos de esquerda.

Os governos e os jornais dizem, faz tempo, que a Previdência está “quebrada”, mas a verdade é que o tal “rombo da previdência” é menor do que a dívida das grandes empresas. Dizem que a previdência tem um déficit de R$ 268 bilhões de reais. Enquanto isso, as 500 maiores devedoras da Previdência somam uma dívida de R$ 424 bilhões de reais! Só a dívida dos grandes bancos ultrapassa R$ 7 bilhões de reais!

Nenhum governo cobrou essa dívida. Pelo contrário, nos últimos anos, todos os governos oferecerem a estas mesmas empresas devedoras isenções e vantagens fiscais. Usaram o dinheiro do povo para encher os bolsos dos banqueiros e investidores da Bolsa de Valores! Mas a enganação é ainda maior.


Mesmo com tudo isso, os cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil afirmam que não existe rombo. Governantes e mídia burguesa manipulam os dados e excluem do cálculo oficial da Previdência várias fontes de arrecadação da seguridade social. Na verdade, sobra dinheiro, não falta. Com o governo de Bolsonaro não vai ser diferente: em vez de cobrarem as dívidas dos monopólios capitalistas, querem que o trabalhador pague o pato!

A privatização total da Previdência

                A proposta de Bolsonaro e do seu ministro banqueiro, Paulo Guedes, é a tal “capitalização” da Previdência. Eles contam várias mentiras para enganar a classe trabalhadora, dizendo que esse projeto vai aumentar a segurança e o rendimento da previdência popular. Mas, na verdade, só quem ganha com esse projeto são os banqueiros.

A tal “capitalização da Previdência”, apesar do nome difícil, é uma coisa simples: significa passar a gestão da Previdência para as mãos dos grandes bancos. Com isso, eles poderão especular e realizar suas orgias financeiras com bilhões de reais de dinheiro do povo. Esses mesmos bancos que devem bilhões para a Previdência, que cobram juros e taxas absurdas e que lucram trilhões de reais todo ano enquanto o mundo afunda numa crise que eles mesmos causaram…

Como será que eles cuidarão da Previdência dos trabalhadores? Só existe um país no mundo todo que já fez o que Paulo Guedes está propondo: o Chile. Lá, onde a previdência capitalizada já existe há muitos anos, o resultado é catastrófico. Com as falências e reviravoltas da Bolsa de Valores, os trabalhadores e trabalhadoras correm sempre o risco de ver o dinheiro de sua aposentadoria evaporar. Muitas pessoas que passaram anos pagando a previdência terminam a vida na miséria. O Chile é o país onde mais idosos se suicidam todos os anos. Enquanto isso, os bancos gestores desses fundos de previdência continuam lucrando muitos bilhões de dólares...

Só a luta organizada pode barrar essa insanidade


No ano de 2017, o governo Temer tentou aprovar a reforma da previdência, que previa vários ataques aos direitos da classe trabalhadora. Em uma das maiores greves gerais da história do país, a paralisação do dia 28 de abril forçou o governo e os deputados a recuar e adiar o projeto. Agora, após a eleição de um presidente que deseja aplicar uma proposta ainda pior, de total privatização da previdência e destruição da aposentadoria pública, é preciso organizar novas e grandes mobilizações, resistindo nas ruas e preparando a greve geral contra esses ataques aos nossos direitos!

Fonte: Jornal Poder Popular nº 37

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