Manifestações estão previstas para domingo após aprovação de projeto que beneficia condenados por tentativa de golpe
10 de dezembro de 2025
Rio de Janeiro (RJ), 21/09/25 - Manifestantes
protestam contra a PEC da Blindagem e PL da Anistia na orla de Copacabana
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
247 - Movimentos
sociais e entidades civis estão organizando um ato nacional para este domingo
com críticas ao que chamam de “Congresso inimigo do povo” e palavras de ordem
como “Fora Hugo Motta” e “Fora Davi Alcolumbre”, em referência aos presidentes
da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente. A mobilização ocorre em
meio à reação popular à aprovação de um projeto de lei que reduz penas de
condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Na madrugada desta quarta-feira (10),
a Câmara dos Deputados aprovou, por 291 votos a 148, o texto-base do projeto
que altera a forma de cálculo das penas para crimes ligados à tentativa de
golpe de Estado e à abolição do Estado Democrático de Direito. O texto aprovado
é um substitutivo apresentado pelo relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP)
ao PL 2162/23, originalmente proposto pelo deputado Marcelo Crivella
(Republicanos-RJ) e outros parlamentares.
Ainda estão em análise destaques apresentados pelo PSB e pelas federações Psol-Rede e PT-PCdoB-PV, que tentam modificar trechos considerados mais sensíveis da proposta.
Mudança na soma de penas
Um dos pontos mais controversos do
projeto é a alteração na forma de aplicação das penas. Pelo novo texto, quando
os crimes de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e golpe de
Estado ocorrerem no mesmo contexto, será aplicada apenas a pena mais grave, e
não a soma das penas, como acontece atualmente.
Na prática, a mudança reduz o tempo
total de prisão e pode beneficiar diretamente os condenados pelos atos
golpistas, inclusive nomes ligados à cúpula do governo anterior. Segundo dados
da Agência Câmara Notícias, a nova regra pode alcançar condenados pela 1ª Turma
do STF, entre eles:
·
Jair
Bolsonaro, ex-presidente da República
·
Almir
Garnier, ex-comandante da Marinha
·
Paulo Sérgio
Nogueira, ex-ministro da Defesa
·
Walter Braga
Netto, ex-ministro da Casa Civil
·
Augusto
Heleno, ex-chefe do GSI
·
Anderson
Torres, ex-ministro da Justiça
·
Alexandre
Ramagem, deputado federal
As penas aplicadas a esse grupo variam entre 16 e 24 anos de reclusão em regime fechado, além de outras punições de detenção que devem ser cumpridas posteriormente.
Regra mais dura para líderes de organização criminosa
Outro ponto do texto aprovado
estabelece uma regra mais rígida para condenados que tenham sido considerados
líderes de organizações criminosas. Nesses casos, o projeto determina que a
pessoa deverá cumprir ao menos 50% da pena antes de ter direito à progressão de
regime.
Essa regra pode impactar diretamente o caso de Jair
Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão, já que a Corte
considerou o agravante de liderança de organização criminosa na dosimetria da
pena.

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