Ministro do STF cita possibilidade de o ex-presidente buscar abrigo na embaixada dos EUA antes da prisão preventiva
22 de novembro de 2025
O ministro do STF Alexandre de Moraes durante o
julgamento do Núcleo 4 da trama golpista (Ação Penal 2694) - 14/10/2025 (Foto:
Rosinei Coutinho/STF)
Por Luis Mauro Filho
247 - O ministro
Alexandre de Moraes, do STF, fundamentou a prisão preventiva do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) com base no risco de fuga e na violação de sua tornozeleira
eletrônica na madrugada de sábado (22).
Moraes relatou que o equipamento de
monitoramento, usado por Bolsonaro desde julho, foi rompido às 0h08 de sábado
(22). Para o ministro, a violação ocorreu em meio ao tumulto gerado pela
vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio
do ex-presidente, o que poderia ter sido utilizado como cobertura para uma
tentativa de fuga.
Na decisão, Moraes registrou: "O
Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a
esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento
eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025". O
ministro acrescentou que "a informação constata a intenção do condenado de
romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada
pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho".
Outro ponto que pesou na determinação
da prisão foi a avaliação de que Bolsonaro poderia tentar abrigo diplomático.
Moraes observou que o condomínio do ex-presidente fica a aproximadamente 13
quilômetros da embaixada dos Estados Unidos, trajeto estimado em cerca de 15
minutos de carro. Ele afirmou ainda que Bolsonaro teria cogitado uma “fuga para
a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele
país”.
A Polícia Federal cumpriu o mandado
de prisão preventiva na manhã de sábado (22), levando Bolsonaro da residência
onde cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto à Superintendência da PF em
Brasília. O deslocamento foi feito por um comboio com pelo menos cinco veículos,
que chegou ao local por volta das 6h. A PF informou que agiu por determinação
do STF, do qual Moraes é relator no processo que apura a trama golpista.
Aliados relataram que Bolsonaro apresentava
soluços, mas se mantinha sereno no momento em que foi detido. Até a publicação
desta matéria, sua defesa ainda não havia se manifestado publicamente.
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