O governo avalia que derrubar os vetos pode gerar “efeitos imediatos e de difícil reversão”
27 de novembro de 2025
Governo faz apelo por manutenção de veto sobre
regras de licenciamento ambiental para evitar retrocessos (Foto: Tarciso
Augusto/Semas)
247 - O debate sobre o
futuro das regras de licenciamento ambiental ganha novo peso político nesta
quinta-feira (27). O senador Davi Alcolumbre (União-AP), colocou em pauta a
análise dos trechos vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
discussão ocorre em meio a tensões entre governo e Congresso, especialmente
depois da COP30.
A movimentação legislativa reacendeu
o alerta no Palácio do Planalto, que divulgou nota e reiterou que está aberto
ao diálogo, mas empenhado em impedir o que considera um “retrocesso ambiental”.
Segundo reportagem do G1, o governo avalia que derrubar os vetos pode gerar
“efeitos imediatos e de difícil reversão”.
O embate ocorre em um contexto de
crescente desgaste entre lideranças políticas. Na Câmara dos Deputados, Hugo
Motta (Republicanos-PB) rompeu alianças com o líder do PT, deputado Lindbergh
Farias (PT-RJ). No Senado, a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal
Federal intensificou divergências de Alcolumbre com o governo, ampliando
fraturas com o líder Jaques Wagner (PT-BA).
A votação, anunciada por Alcolumbre
como parte de um calendário previamente pactuado, também incluirá a análise de
vetos relativos ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
Vetos de Lula e disputas ambientais
Os vetos presidenciais atingiram
pontos sensíveis, como o regime especial de proteção da Mata Atlântica e o
processo de consulta a povos indígenas e comunidades quilombolas no
reconhecimento de terras. O governo afirma que “os vetos foram estabelecidos
com base em avaliações técnicas e jurídicas criteriosas, com a participação da
comunidade científica, ouvindo diversos setores da sociedade”.
Segundo o Planalto, a manutenção dos
vetos é fundamental para:
Apesar disso, uma parcela
significativa do Congresso articula para derrubar quase todos os 63 dispositivos
vetados por Lula. Davi Alcolumbre se destaca entre os principais defensores da
rejeição.
A bancada do agronegócio também
pressiona pela derrubada, sob o argumento de que flexibilizar o licenciamento
pode destravar obras de infraestrutura e acelerar investimentos. A licença em
discussão tem alcance amplo, podendo autorizar empreendimentos mesmo quando
envolvem “significativa degradação do meio ambiente”.
Com posições polarizadas, a sessão desta quinta
deve definir até onde irá a influência do governo na agenda ambiental e qual
será o rumo das políticas de proteção ecológica em um período decisivo para a
diplomacia climática brasileira.
EM TEMPO: A superação das nossas demandas climáticas dependem de um Congresso não dominado pela Direita e Extrema Direita.

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