No momento de ascensão do nazismo em escala global, Lula estará ao lado de Putin para celebrar a derrota de Hitler
Por Leonardo Attuch (Jornalista)
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| Lula e Vladimir Putin (Foto: Ricardo Stuckert | Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin) |
A confirmação da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia, onde participará das celebrações da vitória soviética sobre o nazismo, é, até o momento, o gesto mais corajoso de seu terceiro mandato. Ao decidir estar ao lado do presidente Vladimir Putin no Dia da Vitória, em 9 de maio, Lula marca de forma definitiva sua posição em defesa do multilateralismo, da soberania nacional e da construção de uma nova ordem mundial, mais justa e menos submissa aos interesses do velho Império decadente.
A simbologia é poderosa. A Rússia, herdeira da
União Soviética, foi a nação que mais sacrificou vidas humanas na derrota de
Adolf Hitler. A vitória sobre o nazismo não foi um feito exclusivo das
potências ocidentais, como tentam fazer crer as narrativas eurocêntricas, mas
sim um feito coletivo da humanidade, com protagonismo indiscutível do Exército
Vermelho e do povo soviético. É essa memória histórica que será homenageada por
Lula, e também por Xi Jinping, entre vários outros líderes do Sul Global, nas
ruas de Moscou.
Mas a viagem também carrega uma mensagem
profundamente atual. Ao se colocar ao lado do país que, nos últimos anos, se
tornou o maior alvo da propaganda imperialista ocidental, Lula desafia a lógica
da Guerra Fria 2.0 imposta pelos Estados Unidos e pela OTAN. Em vez de se
alinhar de forma automática ao discurso belicista e russofóbico, o presidente
brasileiro aposta na diplomacia, na cooperação entre os povos e na construção
do Sul Global como ator autônomo no cenário internacional.
Essa decisão ganha ainda mais relevância diante da
ascensão da extrema-direita no mundo. Nos Estados Unidos, Donald Trump, que
voltou à presidência em 2025, representa a radicalização de um nacionalismo
agressivo, autoritário e xenófobo, com ataques aos direitos individuais. Na
Argentina, Javier Milei conduz uma política ultraliberal devastadora e alinhada
ao trumpismo, que também pode ser classificada como fascismo de mercado. No
Brasil, os protagonistas do 8 de janeiro de 2023, liderados por Jair Bolsonaro,
estão sendo julgados por sua tentativa de golpe e destruição da democracia.
É nesse cenário turbulento que Lula reafirma sua
coerência histórica. Seu giro internacional, que inclui ainda a participação na
cúpula China-Celac, em Pequim, em 13 de maio, é parte de uma estratégia mais
ampla que culminará na cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de
julho. O Brasil de Lula, mais uma vez, coloca-se como uma liderança global que
não se submete a hegemonias e que busca, junto a países como China, Rússia,
Índia e África do Sul, uma nova governança internacional.
Naturalmente, Lula será atacado. As forças que historicamente
representam os interesses do imperialismo – seja no campo midiático, político
ou judiciário – tentarão deslegitimar sua agenda internacional. Dirão que ele
está do lado errado, que está isolado, que coloca o Brasil em risco. Mas esses
ataques não são novos. E neste momento em que o mundo vive uma transição
geopolítica profunda, a coragem de Lula em não se curvar ao unipolarismo e em
defender uma nova arquitetura internacional é um ato de liderança e lucidez. O
futuro será multipolar – com mais vozes e sem hegemonias. E, uma vez mais, Lula
estará do lado certo da História.
Assista oa vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=BIqOu3hCy1s

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