Putin propõe negociações diretas com a Ucrânia e destaca o papel do Brasil nos esforços internacionais pela paz; proposta repercute na imprensa global
10 de maio de 2025
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| Vladimir Putin (de frente) e Lula (Foto: Sputnik) |
Sputnik - O presidente russo,
Vladimir Putin, propôs iniciar negociações diretas com a Ucrânia no próximo dia
15 de maio, em Istambul, na Turquia.
A proposta foi feita em Moscou
durante uma coletiva a jornalistas na noite deste sábado (10), na madrugada de
domingo (11) na Rússia, na qual detalhou os eventos dos últimos quatro dias de
celebrações em homenagem ao 80º aniversário do fim da Grande Guerra pela
Pátria, como é chamada na Rússia a Segunda Guerra Mundial.
Putin iniciou a coletiva agradecendo
aos parceiros estrangeiros que participaram da celebração do Dia da Vitória.
"A Rússia homenageia todos aqueles que contribuíram para a vitória comum
sobre o nazismo", disse o presidente russo.
O presidente russo acrescentou ainda
que as conversas bilaterais à margem das celebrações foram
"significativas".
"A ampla participação de líderes
de países e organizações internacionais na celebração comprova a consolidação
em torno de uma vitória comum sobre o nazismo", disse Putin.
Putin afirmou que a Rússia tem
esperança de que um dia sejam restabelecidas relações construtivas com a Europa
e disse que Moscou, reiteradamente, apoiou um cessar-fogo no conflito
ucraniano, que sempre foi sabotado por Kiev.
"Kiev violou 130 vezes o cessar-fogo de 30
dias sobre os ataques a instalações de energia. Kiev violou a trégua de Páscoa
cinco mil vezes", afirmou Putin.
O líder russo frisou que Kiev também
não respondeu à proposta de cessar-fogo para as celebrações do Dia da Vitória.
"A Rússia informou seus homólogos ocidentais que Moscou poderá, no futuro,
prolongar o cessar-fogo anunciado para
o 80º aniversário do Dia da Vitória", declarou o presidente russo,
destacando que Kiev lançou ataques em grande escala após a proposta de trégua.
"O inimigo sofreu perdas muito
pesadas em três dias de
violações do cessar-fogo", pontuou. Em seguida, ele afirmou que "a
Rússia está pronta para negociações, sem quaisquer condições prévias", com
a Ucrânia.
"A Rússia convida a Ucrânia para
retomar as negociações
diretas em 15 de maio em Istambul", disse Putin.
Putin acrescentou que "Moscou
está determinada a manter negociações sérias com a Ucrânia, com o objetivo de
eliminar as causas profundas do conflito".
“Nossa proposta, como dizem, está
sobre a mesa. A decisão agora cabe às autoridades ucranianas e a seus
patrocinadores, que parecem mais guiados por ambições políticas pessoais do que
pelos interesses de seus povos — povos que querem continuar o conflito com a
Rússia por meio dos nacionalistas ucranianos”, disse.
"A Rússia busca alcançar uma paz
duradoura na Ucrânia durante as negociações", prometeu o presidente russo,
que também agradeceu ao Brasil pelos esforços de intermediação e a mediadores
"pela ajuda na resolução
pacífica do conflito".
"Quem realmente quer a paz não
pode deixar de apoiar a proposta de negociações", afirmou.
O líder russo reiterou que Moscou
nunca se recusou ao diálogo com Kiev e lembrou que foi a Ucrânia quem
interrompeu as conversas em 2022. "Nunca nos negamos a negociar com a
parte ucraniana. Lembro que não fomos nós que encerramos as negociações em
2022. Por isso, apesar de tudo, propomos às autoridades de Kiev que retomem o processo que elas
mesmas interromperam no fim
daquele ano", concluiu.
Ao longo dos quatro dias de
celebração na Rússia, Putin realizou 17 bilaterais com líderes estrangeiros. A
agenda internacional de Putin para o evento teve início em 7 de maio, com um
encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. No mesmo dia, o líder
russo também se reuniu com os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez;
da Mongólia, Ukhnaagiin Khurelsukh; e da República do Congo, Denis Sassou
Nguesso.
Em 8 de maio, foi a vez das negociações bilaterais
com a China, com a presença do presidente Xi Jinping. Na última sexta (9), após
o tradicional Desfile da Vitória na Praça Vermelha, Putin deu sequência a uma
série de reuniões internacionais. Além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
o líder russo se reuniu com o homólogo do Egito, Abdel Fattah al-Sisi.
Assistam o vídeo:

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