Analista geopolítico avalia que Donald Trump terá grandes dificuldades para deter a queda do Império
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| (Foto: Reuters | Brasil247) |
247 – Em entrevista ao
jornalista Leonardo Attuch, na TV 247, o analista geopolítico Pepe Escobar
avaliou os desafios que Donald Trump enfrentará na presidência dos Estados
Unidos. Segundo Escobar, a situação global e interna dos EUA se deteriorou
significativamente desde o primeiro mandato de Trump, tornando ainda mais
complexa a tentativa de conter o declínio do Império. “Trump vai enfrentar
forças internas e externas fortíssimas, a começar por todos os silos de poder
do deep state”, afirmou.
Escobar destacou que o grau de
decadência do poder americano é visivelmente maior do que em 2017, quando Trump
assumiu pela primeira vez. “O grau de decadência do Império hoje é muito maior
do que quando ele assumiu pela primeira vez em 2017”, explicou. Apesar disso, o
analista aponta que Trump continua apostando em uma retórica ousada. “As falas
do Trump são espetaculares. Ele fala em destino manifesto interplanetário. É o
retorno do excepcionalismo sem fronteiras”, declarou, ironizando a
grandiosidade do discurso do ex-presidente.
No campo econômico, Escobar alerta
para os impactos de uma possível guerra comercial que pode se intensificar já
no início do próximo ano. “A guerra comercial vai estourar em 1 de fevereiro
sobre Canadá e México, com tarifas de 25%. A União Europeia vai entrar numa
segunda etapa”, afirmou, sugerindo que a estratégia de Trump pode agravar
tensões comerciais globais.
O analista também avaliou o papel da
América Latina nos planos de Trump, destacando possíveis consequências para a
região. “O ataque de Trump ao canal do Panamá pode abrir espaço para a
construção da ferrovia interoceânica na América do Sul, levando a produção
brasileira ao porto de Chancay no Peru”, comentou, apontando para oportunidades
estratégicas que poderiam surgir para o Brasil e países vizinhos.
Sobre a crise em Gaza, Escobar fez
uma análise provocativa, argumentando que Trump pode enxergar o conflito como
uma oportunidade de negócios. “Sobre Gaza, Trump pode transformar o genocídio
numa oportunidade imobiliária”, disse, apontando para o pragmatismo agressivo
do presidente.
Outro ponto levantado foi a busca de
Trump por expandir a base de recursos energéticos do Império. “Trump quer
claramente expandir a base de recursos do Império. Eles precisam de energia
para alimentar a inteligência artificial. O tecnofeudalismo vai trabalhar
claramente por Trump 2.0. Trump 2.0 é o novo estágio do tecnofeudalismo”,
afirmou, sugerindo que os avanços tecnológicos, em especial no campo da
inteligência artificial, estão profundamente ligados à geopolítica energética.
Por fim, Escobar avaliou que, mesmo
em um contexto de confrontação, países como a Venezuela poderiam se beneficiar
de negociações bem conduzidas. “Se a Venezuela souber negociar, é possível que
eles cheguem a um acordo com Trump”, concluiu.
A análise de Pepe Escobar evidencia um cenário de
grandes disputas políticas e econômicas no horizonte, com Trump tentando
reconsolidar o poder americano em um contexto global de múltiplos desafios e
resistências internas. Assista:

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