Xi Jinping (à esq.) e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR) |
O presidente
brasileiro destacou a parceria na luta contra a fome. Para o líder chinês, é
necessária 'uma ordem internacional mais justa e equitativa'
20 de novembro de 2024
247 - Os presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Xi Jinping (China) destacaram nesta
quarta-feira (20), em Brasília (DF), a importância da parceria entre os dois
países para a redução da fome que, de acordo com as Nações Unidas (ONU), atinge
mais de 700 milhões de pessoas no mundo. Segundo o chefe de Estado brasileiro,
o país asiático foi parceiro "de primeira hora nessa empreitada para
devolver a dignidade a 733 milhões de pessoas que passam fome no mundo em pleno
século 21". O líder chinês afirmou que os dois países "devem assumir
proativamente a grande responsabilidade histórica de salvaguardar os interesses
comuns dos países do Sul Global e de promover uma ordem internacional mais
justa e equitativa".
Em seu discurso, Lula citou a ajuda
do governo chinês para uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada
oficialmente há dois dias, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, que já
tem a adesão de mais de 80 nações. "No contexto desta visita, quase 40
atos internacionais foram assinados em áreas como comércio, agricultura,
indústria, investimentos, ciência e tecnologia, comunicações, saúde, energia,
cultura, educação e turismo", acrescentou.
O presidente Xi Jinping também
comentou sobre os acordos. "Vamos aprofundar a cooperação em áreas
prioritárias como economia e comércio, finanças, ciência e tecnologia,
infraestrutura e produção ambiental. E reforçar a cooperação em áreas
emergentes, como transição energética, economia digital, inteligência
artificial e mineração verde”.
Na pauta do encontro também foram
incluídos temas como sinergias entre políticas e programas de investimento e
desenvolvimento dos dois países, bem como estreitamento de relações bilaterais
e coordenação sobre tópicos regionais e multilaterais. “Estabeleceremos
sinergias entre as estratégias brasileiras de desenvolvimento, como a Nova
Indústria Brasil (NIB), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o
Programa Rotas da Integração Sul-Americana, e o Plano de Transformação
Ecológica e a Iniciativa Cinturão e Rota”, listou o presidente brasileiro.
Mercosul, Oriente Médio e Ucrânia
Lula garantiu que, para que os
acordos sejam implementados, uma Força-Tarefa sobre Cooperação Financeira e
outra sobre Desenvolvimento Produtivo e Sustentável serão estabelecidas e vão
apresentar projetos prioritários em até dois meses, além dos esforços mantidos
para dar seguimento ao Diálogo MERCOSUL-China e ao aprofundamento da cooperação
na área de investimentos.
Outro tema abordado na reunião dos
dois líderes foi o fim das guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Lula lembrou
que sem paz o planeta tampouco estará em condições de construir soluções para a
crise climática, outra meta compartilhada com a China. “O interesse chinês pelo
Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto pelo Brasil para remunerar a
preservação desses biomas, confirma que há alternativas eficazes para financiar
o desenvolvimento sustentável”.
Xi Jinping ressaltou que somente quando houver uma
visão de segurança comum, cooperativa e sustentável será possível uma trilha de
paz duradoura. “China e Brasil emitiram entendimentos comuns sobre uma
resolução política para a crise na Ucrânia e criaram o Grupo de Amigos da Paz
sobre a crise na Ucrânia, junto com os outros países do sul global. Devemos
reunir mais vozes que advocam a paz e procuram viabilizar uma solução política.
Sobre o conflito no Oriente Médio, o presidente chinês afirmou que é necessário
focar na Palestina. “É a causa raiz. Apelamos por um cessar-fogo imediato”,
reforçou o líder chinês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário