Lucas Silva – Membro
do conselho editorial do Poder Popular nacional e jornalista no Poder Popular
de Nova Friburgo
Após o início de um
processo farsesco no conselho de ética, fruto de uma representação do partido
“novo” pedindo a cassação do deputado federal Glauber Braga, após o mesmo se
autodefender de um miliciano de extrema direita do MBL nas dependências do
Congresso Nacional em abril deste ano, depois de 3 tentativas violentas de
intimidação ao mandato, teve início uma grande mobilização e agitação na defesa
de Glauber.
Glauber trouxe à tona
diversas denúncias de arbitrariedades e fortes indícios de corrupção por parte
do presidente da Câmara federal, Arthur Lira, o principal responsável pela
articulação que aprovou a admissibilidade da representação do partido “novo” no
conselho de ética da Câmara.
A eloquência e os
fortes indícios das denúncias por si só já abalaram a conjuntura política do
Congresso, trazendo à luz as obscuras articulações do presidente da Câmara,
dificultando suas movimentações contra Glauber. Porém, o ponto alto da
autodefesa e denúncia de Glauber foi o ato político na ABI.
A atividade foi
realizada nesta quinta-feira (19/09) no histórico salão da Associação
Brasileira de Imprensa, contando com participação massiva de centenas de apoiadores,
militantes, organizações, parlamentares. O ato foi tão grande que um salão ao
lado do auditório principal precisou ser aberto para acolher o público, e mesmo
assim não foi suficiente para caber todo mundo, com o triplo de pessoas
esperando do lado de fora e uma fila que quase chegou à estação de metrô.
Glauber precisou descer do salão por volta de 20 minutos para falar às pessoas
que estavam aguardando do lado de fora.
A presença de
diversas entidades de trabalhadores e movimentos populares foi registrada, como
entidades dos profissionais da educação, correios, petroleiros, movimentos de
moradia, coletivos em defesa do meio ambiente, organizações do movimento negro
e tantas outras. Também foi registrada a participação de artistas e conhecidos
atores e atrizes.
A mesa contou com a
intervenção das presidências nacional e estadual do PSOL, deputados federais do
PCdoB, PSOL, parlamentares estaduais do PT, dirigentes nacionais da Rede
Sustentabilidade, PSB, MST, UP, PSTU, PTB, PCB, além da própria presidência da
ABI.
O ato foi marcante e
contagiante do início ao fim, com boa participação do PCB e seus coletivos de
luta. A intervenção do Partido Comunista foi feita pelo histórico dirigente
Eduardo Serra.
No dia seguinte,
Glauber novamente foi protagonista em meio a um episódio carregado de
autoritarismo e truculência estatal. Após se dirigir à UERJ para mediar as
negociações entre a reitoria e o movimento estudantil, o deputado foi detido
pela tropa de choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro na tarde de sexta,
junto com um jornalista da Nova Democracia e dois estudantes, tendo um deles
saído algemado para o ônibus da PM, que durante algumas horas não informou o
destino dos presos.
Apesar de Glauber
abrir mão das prerrogativas e imunidades parlamentares, a prisão configurou
grave ilegalidade, já que a Constituição Federal e súmulas vinculantes do STF
estabelecem que os parlamentares nacionais são invioláveis, não podendo ser
presos sem mandado expedido pelo Supremo, salve os flagrantes delitos de crimes
inafiançáveis. Glauber e os estudantes ficaram detidos da hora do almoço até
22h30. Tamanha foi a ilegalidade e a gravidade da situação, que até o
presidente do Congresso Rodrigo Pacheco ligou para intervir junto ao governador
Cláudio Castro, exigindo o respeito à imunidade parlamentar.
Após essa ação da
resistência e defesa do movimento estudantil, Glauber voltou para Nova Friburgo
e realizou na manhã deste sábado (21/09) uma roda de conversa aberta no centro
da cidade, prestando contas da situação e das perseguições sofridas.
A roda de conversa
contou com a presença de diversas candidaturas do campo progressista da cidade,
lideranças partidárias locais, movimentos populares, eleitores e entidades de
trabalhadores. Foi registrada a participação do PCB e da UJC neste ato, tendo
uma fala de intervenção em nome da célula Chico Bravo e do Comitê Central por
este camarada que vos escreve.
No presente momento
Glauber segue com uma agenda militante intensa e está dentro do prazo para
apresentar sua defesa e indicar suas testemunhas para a próxima reunião no
conselho de ética.
A mensagem do PCB foi
clara: até a pé nós iremos para o que der e vier, e o certo é que nós estaremos
defendendo o mandato de Glauber onde ele estiver.
Lute como Glauber
Braga!
Glauber Fica, Fora
Arthur Lira!
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